Canto: equilíbrio torna desfecho da disputa no Pará uma incógnita. |
“Diante de um empate técnico, a possibilidade de
segundo turno fica a critério do volume da campanha dos candidatos nesta reta
final. Por isso é uma incógnita.” A
declaração é do sociólogo Américo Canto, 53, diretor-geral do Instituto
Acertar, ao comentar a disputa pelo governo do Pará, polarizada entre Helder
Barbalho (PMDB) e o governador Simão Jatene (PSDB), que postula a reeleição. “Não
arriscaria um prognóstico, haja vista termos um universo de mais ou menos 10%
de eleitores indecisos”, acrescenta Canto, em entrevista ao Blog do Barata, com a autoridade de quem acumula uma
experiência de 18 anos trabalhando com pesquisas de intenção de voto.
Segue a entrevista concedida por Américo
Canto ao Blog do Barata:
Em uma disputa
tão equilibrada, como a que travam Simão Jatene, do PSDB, e Helder Barbalho, do
PMDB, é possível arriscar algum prognóstico sobre a eleição para o governo do
Pará?
A
última pesquisa realizada pelo Instituto Acertar apontou empate técnico entre o
governador Simão Jatene e Helder Barbalho, os dois nomes mais forte nesta
disputa eleitoral no Estado do Pará. Apesar da tendência eleitoral ser mais
favorável ao governador Jatene, não arriscaria um prognóstico, haja vista
termos um universo de mais ou menos 10% de eleitores indecisos.
Uma
pergunta, à espera de uma resposta a mais didática possível: por que o
Instituto Acertar afirma ser uma incógnita a possibilidade de um segundo turno
na eleição para governador do Pará?
Considerando
os votos válidos e a margem de erro de 3%, pelos resultados de nossa pesquisa,
que foi divulgada a três dias das eleições, Simão Jatene poderia alcançar um
pouco mais que 50%. Como a lei sugere que para não haver segundo turno o
candidato deve obter 50% + 1, nesse caso não haverá segundo turno. Por outro
lado, um breve crescimento de Helder, ou de qualquer outro candidato, tira essa
possibilidade. Esses fatores nos levaram a afirmar que diante de um empate
técnico, a possibilidade de segundo turno fica a critério do volume da campanha
dos candidatos nesta reta final. Por isso é uma incógnita.
Com a
autoridade de quem se notabilizou por uma expressiva margem de acerto em suas
sondagens eleitorais, qual a sua explicação para a discrepâncias das projeções
feitas, em suas pesquisas de intenção de voto, pelos institutos que mapeiam a
eleição para governador do Pará?
Não
posso falar pelo trabalho desenvolvido por outras empresas. As pesquisas
registradas junto ao TRE demonstraram a utilização de metodologias bem
parecidas, mais com resultados bem diferentes. São variações significativas, o
que deixa a sociedade com algumas interrogações. Acredito que a informação deve
ser democratizada, mas percebemos certa banalização das sondagens eleitorais, o
que acaba levando as empresas de pesquisa ao descrédito.
Com a
experiência acumulada em eleições majoritárias no Pará, o que, na sua
avaliação, pode fazer o pêndulo eleitoral inclinar-se, nesta reta final da
campanha, para Simão Jatene ou para Helder Barbalho?
Das
seis grandes mesorregiões que compõem o Estado do Pará, a metropolitana
concentra o maior número de eleitores e, na reta final, os candidatos
intensificaram a campanha nos municípios de Belém, Ananindeua e pelo nordeste
paraense. Helder Barbalho sabe que na região nordeste Jatene leva vantagem
sobre ele, então houve reforço por parte do PMDB nessa região e na região metropolitana,
onde os dois maiores colégios eleitorais (Belém e Ananindeua) são administrados
por políticos tucanos.
O que, nessa
altura, pode ter prevalência na definição do voto dos indecisos, em um Estado,
como o Pará, de índices sociais tão pífios: o efetivo convencimento dos
eleitores, a boca de urna, à margem da lei, ou a recorrente utilização da
máquina administrativa, pelos eventuais inquilinos do poder?
Existe
uma parcela de eleitores que deixa para decidir em quem votar na última hora.
Assim como temos o voto útil, daqueles eleitores que votam naquele com maior
probabilidade de vencer. Nesta reta final, as pesquisas eleitorais podem de
alguma forma influenciar o eleitor indeciso, mas elas estão divergindo - e
muito. Neste caso, paira a dúvida. Em quem devemos acreditar? Na pesquisa
publicada pelo Diário do Pará, ou na
pesquisa publicada por O Liberal?
Outro fato é a boca de urna. Mesmo sendo proibida, sabemos que ela existe. É
fácil encontrarmos pessoas que não sabem em quem votar principalmente para os
cargos proporcionais. Nesse caso, a boca de urna faz a diferença.
4 comentários :
Analise serena. Melhor que o "doutor" da desinformação e das pesquisas falsas.
Analise serena. Melhor que o "doutor" da desinformação e das pesquisas falsas.
Vc acha mesmo que o Dr. Da Desinformacao faz pesquisas falsas procura ler mas seu desinformado
Não sou eu quem diz que as pesquisas do "doutor" são falsas os resultados das urnas mostraram. O professor que vc defende com certeza esta pendurado esperando um DAS se o Helder vier a ganhar. Esse é o preço.
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