Neves (à esq.): despudor servil ao favorecer o projeto de Jatene (à dir.). |
Como
levar a sério um debate sobre “A
atividade Energética no Estado do Pará”, com ênfase para o tema “Análise dos
Impactos Socioambientais”, sem a presença, por
exemplo, de Lúcio Flávio Pinto, um jornalista premiado nacional e
internacionalmente, reconhecido como uma das maiores autoridades em termos de
Amazônia? A parca credibilidade do debate esfarinha-se, definitivamente, quando
a ausência de um Lúcio Flávio Pinto se somam as presenças, como debatedores, do
vice-governador Helenilson Pontes e do ex-deputado federal Nicias Ribeiro, ambos
sem reais credencias para discutir os assuntos em pauta. De mais ostensivo,
eles exibem apenas a condição de candidatos pela coligação do governador tucano
Simão Jatene, que postula a reeleição. Pontes é candidato ao Senado pelo PSD,
com um desempenho pífio nas pesquisas de intenção de voto, e Ribeiro tenta
voltar à Câmara Federal, pelo PSDB, exibindo como maior credencial ter
notabilizado-se pela criação irresponsável de municípios, na perspectiva de
torná-los currais eleitorais, às custas, naturalmente, da sangria do erário.
A
inclusão de Helenilson Pontes e Nicias Ribeiro, entre os debatedores, sinaliza
a determinação do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das
Neves, a quem coube organizar o debate, em partidarizar o seminário sobre “A atividade Energética no Estado do Pará”, promovido
pelo MPE, o Ministério Público do Estado do Pará e a ser realizado nesta
segunda-feira, 18. Quem de realmente sério participa do debate apenas legitima, involuntariamente, a lambança do procurador-geral de Justiça, cujo mandonismo valeu-lhe a alcunha de Napoleão de Hospício. Neves notabilizou-se por manter uma relação servil com o
governador tucano Simão Jatene, e claramente mirando na sua recondução ao
cargo, atrelou o MPE ao Executivo. A falta de afinidade mais profunda de Pontes
e Ribeiro com o tema em debate evidencia a despudorada intenção de Neves em oferecer
a ambos um palanque privilegiado, em um momento em que soçobra o projeto
político de Jatene em ser reeleito e eleger Helenilson Pontes senador. E na
ambição de ser reconduzido ao cargo, o procurador-geral de Justiça está a reboque
desse projeto, que começou a pavimentar com benesses eticamente execráveis para
seus pares, para cooptá-los, valendo-se do tráfico de influências para perpetrar suas lambanças, perseguindo implacavelmente quem ouse desafiá-lo e
utilizando a estrutura do MPE para fazer proselitismo pelo interior do Estado, em busca de votos.
Além, naturalmente, de esfarinhar qualquer resquício de independência do
Ministério Público Estadual em relação ao governo Simão Jatene.
Sob esse cenário, o seminário desta segunda-feira está a uma
distância abissal de permitir um debate efetivamente produtivo sobre o tema
proposto. Mas certamente representa o epitáfio do decoro, se é que o
procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, tem alguma
intimidade com o vocábulo.
Um comentário :
16 anos de psdb no Pará. O que não fizeram em 16 anos vão fazer em 4? FORA TUCANALHA.
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