Embora habitualmente ardiloso e pérfido, no plano político, Hélio Gueiros foi capaz de se deixar iludir pelo ex-governador Almir Gabriel (foto), cuja candidatura ao governo, em 1994, teve nele, eleito em 1992 prefeito de Belém, um ilustre avalista. Ao romper com Barbalho, ele migrou do PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, do qual era um militante histórico, para o PFL, o Partido da Frente Liberal, do qual é sucedâneo o Democratas. Com Jader Barbalho já eleito senador e a máquina administrativa à deriva, por conta do desastroso mandato tampão do ex-governador Carlos Santos, um empresário de lojas populares, além de compositor e cantor brega, Gueiros teve um papel preponderante na eleição ao governo de Almir Gabriel, pelo PSDB.
Por opção de Almir Gabriel, que pinçou seu nome de uma lista tríplice formulada pelo próprio Hélio Gueiros, Hélio Gueiros Júnior, o Helinho, tornou-se vice-governador. Mas logo começou a ser hostilizado por Almir Gabriel, que passou a ignorá-lo solenemente. Mal foi empossado, Almir Gabriel, a pretexto de uma suposta contenção de despesas, encarregou o chefe da Casa Militar de requisitar o carro do vice-governador. “Tá bom, mas quem vai pagar meu táxi, para vir trabalhar?”, disparou Helinho, ácido, o que levou o governador a deletar a marmota. Depois, coube a uma reles secretária lotada na governadoria, então jovem e bonita, pinçada da Fiepa, a Federação das Indústrias do Pará, ser utilizada para fustigar o vice-governador. Na ausência do vice-governador, ela simplesmente invadiu o gabinete deste, para retirar o microcomputador de uso pessoal de Helinho. O episódio é esclarecedor das razões de Helinho entrar em rota de colisão com Almir Gabriel. Por isso, a cada interinidade, o vice-governador, empossado governador, transferia a sede do governo do Palácio dos Despachos, na rodovia Augusto Montenegro, para o Palácio Lauro Sodré, já então Museu do Estado, além de demitir auxiliares de Gueiros.
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