
O blog apresenta suas condolências às famílias das vítimas fatais do Real Classe, o edifício de 35 andares, ainda em obras, que ruiu na tarde deste último sábado, 29, reduzindo-se a um descomunal amontoado de entulho, como ilustra o belo flagrante fotográfico acima, de Tarso Sarraf, do Diário do Pará, no qual é possível entrever a soma do talento com a sensibilidade . De responsabilidade da Real Engenharia, a construção localizava-se em um perímetro nobre do mercado imobiliário, a travessa 3 de Maio, entre as avenidas Magalhães Barata e Governador José Malcher.
O blog também se associa ao mais sincero desejo de que as famílias das vítimas sejam efetivamente amparadas. E que a memória dos mortos seja devidamente reverenciada da forma mais objetiva pela qual se possa assim fazer – com a rigorosa apuração das razões que levaram à tragédia e a punição, pela Justiça, dos responsáveis.
O exercício da cidadania, para o qual somos frequentemente exortados, inclusive pela mídia, pressupõe que a venda na imagem da Justiça traduza o conceito que inspirou-a, que é a imparcialidade, e não a omissão dolosa diante dos criminosos engravatados. Esta é uma advertência que vale também, e sobretudo, para a mídia, que tem dentre seus clientes preferenciais os barões da construção civil. Trata-se de um imperativo, neste momento, que a grande imprensa busque a verdade da forma mais profunda quanto seja possível alcançá-la.
Não se trata, diga-se logo, de politizar a tragédia. O que politiza a tragédia, particularmente em circunstâncias como esta, é a impunidade, pela via do corporativismo das entidades da classe patronal, da omissão do poder público e do silêncio conivente da mídia, na esteira de suas conveniências comerciais.
Que não se repita o grotesco arremate da tragédia do edifício Raimundo Farias, ocorrida em 1987 e que também ruiu, quando ainda em obras, com um saldo dramático de 39 operários mortos. A tragédia do Raimundo Farias, como bem se sabe, deixou apenas mortos e nenhum culpado.
Será escárnio demais, para o conjunto da sociedade paraense, vermos repetir-se o macabro espetáculo de impunidade que arrematou a tragédia de quase 24 anos atrás. Se assim for, juntamente com as vítimas fatais de ambas as tragédias, sepultaremos também a esperança de uma sociedade na qual elites e massas sejam duas realidades concomitantes, mas que só se justificam como elites abertas e massas minimamente conscientes sobre suas prerrogativas.
O blog também se associa ao mais sincero desejo de que as famílias das vítimas sejam efetivamente amparadas. E que a memória dos mortos seja devidamente reverenciada da forma mais objetiva pela qual se possa assim fazer – com a rigorosa apuração das razões que levaram à tragédia e a punição, pela Justiça, dos responsáveis.
O exercício da cidadania, para o qual somos frequentemente exortados, inclusive pela mídia, pressupõe que a venda na imagem da Justiça traduza o conceito que inspirou-a, que é a imparcialidade, e não a omissão dolosa diante dos criminosos engravatados. Esta é uma advertência que vale também, e sobretudo, para a mídia, que tem dentre seus clientes preferenciais os barões da construção civil. Trata-se de um imperativo, neste momento, que a grande imprensa busque a verdade da forma mais profunda quanto seja possível alcançá-la.
Não se trata, diga-se logo, de politizar a tragédia. O que politiza a tragédia, particularmente em circunstâncias como esta, é a impunidade, pela via do corporativismo das entidades da classe patronal, da omissão do poder público e do silêncio conivente da mídia, na esteira de suas conveniências comerciais.
Que não se repita o grotesco arremate da tragédia do edifício Raimundo Farias, ocorrida em 1987 e que também ruiu, quando ainda em obras, com um saldo dramático de 39 operários mortos. A tragédia do Raimundo Farias, como bem se sabe, deixou apenas mortos e nenhum culpado.
Será escárnio demais, para o conjunto da sociedade paraense, vermos repetir-se o macabro espetáculo de impunidade que arrematou a tragédia de quase 24 anos atrás. Se assim for, juntamente com as vítimas fatais de ambas as tragédias, sepultaremos também a esperança de uma sociedade na qual elites e massas sejam duas realidades concomitantes, mas que só se justificam como elites abertas e massas minimamente conscientes sobre suas prerrogativas.