quinta-feira, 28 de maio de 2009

RONALDO BARATA – O senhor de muitos segredos

Além de privar-nos da sua presença, a morte de Ronaldo Barata há de ser lamentada, também, por ele deixar esta vida sem legar à posteridade suas memórias, que certamente poderiam esclarecer os bastidores de alguns dos mais controvertidos episódios da história recente do Pará. Em muitos desses episódios, ele foi personagem e/ou testemunha privilegiada, mas jamais se permitiu revolver a memória, certamente porque isso fatalmente tisnaria a imagem de tucanos de farta plumagem, como no caso do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 lavradores mortos, no primeiro mandato do ex-governador Almir Gabriel.
A própria vida de Ronaldo foi rica em contradições. Seu pai, Milton Barata, às vésperas do último ano de medicina, optou por abandonar o curso para se tornar o capo do jogo ilegal no Pará, sob o patrocínio do PSD, legenda que marcou fortemente a política brasileira e foi extinta quando a ditadura militar instituiu o bipartidarismo. Com isso, Milton Barata pode permitir uma vida de fausto à família, até perder a gerência do jogo ilegal no Pará, com a posse do ex-governador Aurélio do Carmo, que entronizou na função Pedro Tratra, pai da socialite Gilca Ferro e Silva. A mudança, pelo que é dito a respeito, foi provocada por uma incontinência verbal de Milton Barata que magoou Aurélio do Carmo, quando este ainda era candidato ao governo. Com a vendeta de Aurélio do Carmo, sobreveio a derrocada financeira de Milton Barata, que naturalmente reverberou nos filhos, o que se constituiu no primeiro de muitos desafios que Ronaldo Barata enfrentou com comovente dignidade.

3 comentários :

Anônimo disse...

Puxa,baratita, tudo muito comovente que chorei...

Anônimo disse...

BARATA,
PARABÉNS PELO RELATO. É IMPORTANTE RESGATAR PARTE DA HISTÓRIA OU ESTÓRIA (NÃO SEI QUAL É O CERTO ATUALMENTE) DO NOSSO ESTADO MORMENTE EM MOMENTOS IMPORTANTES E ATUAIS DA NOSSA HISTÓRIA/ESTÓRIA.
POUQUÍSSIMOS TIVERAM O PRIVILÉGIO DE VIVÊ-LA A QUANDO DO SEUS ACONTECIMENTOS E MUITOS POUCOS TEM A HONRA DE PARTICIPAR DA INTIMIDADES DOS BRAVOS HISTORIADORES DO ESTADO DO PARÁ

Anônimo disse...

a morte, caro 00:27, respeita-se, seja a pessoa de que partido for.Barata sabe separar as cOISAS.Pelo menos as vezes nao sabe.Nao é muito de perdoar.mas reconhece o que as pessoas tem de bom.Acho.