sexta-feira, 7 de novembro de 2008

UFPA – Radiografia do caos

Em um comentário anônimo, internauta, que se declara professor de carreira da UFPA, faz uma radiografia do caos que ainda perdura na universidade.
Pelas revelações feitas, vale transcrever o comentário, com o merecido destaque:

“Formei-me na UFPA no fim da década de 80, fiz minha pós-graduação com recursos próprios.
“Exerço o magistério desde 1991 e pedi demissão das faculdades particulares, com a ilusão de colaborar na construção de uma universidade pública, plural e democrática.
“Sou professor da UFPA faz mais de 15 anos (nunca me afastei para exercer funções administrativas). Às vezes em que as exerci, não me afastei da sala de aula.
“Pela minha vivência, confesso que pouco importa qual o grupo que estará na Reitoria, pois pouco se pode fazer na UFPA, O sistema não permite.
“A UFPA é denominada por grupos, os que têm mais ‘prestígio’ no momento levam mais benefícios, é sempre uma ponte para outros rumos, como a política partidária ou ser nomeado em escalões do governo estadual ou federal.
“As salas de aulas estão sucateadas, não há espaço para o professor atender o aluno da graduação ou da pós, Depois de quatro ou cinco horas de aula, sequer temos água ou café, temos que comprar água para refrescar a garganta.
“A gente atende em pé mesmo ou fora da UFPA, pois a sala dos professores tem apenas uma mesa e seis cadeiras, e vive cheia.
“Projetor existe um, mas está quebrado, assim na UFPA ainda as aulas são ministradas como na idade média, pela garganta do professor e o quadro de anotações e olhe lá.
“As portas não têm mais fechaduras e assim, abertas ficam.
“As salas estão lotadas, com 50 ou 55 alunos, o professor tem que ficar berrando para tentar ser ouvido, pois do lado de fora é gente vendendo tudo o que for possível, alunos se reúnem e falam alto, cachorros ladram, gatos miam e até há passagem de motocicletas na passarela.
“O quadro magnético está deteriorado e se o professor não comprar caneta pincel ou apagador, ficará sem condições de ministrar aulas, falta até papel para as provas e os alunos tiram uma folha do caderno e fazem o exame.
“O banheiro está interditado, assim se tem esperar chegar em casa para fazer um xixi, pois não dá para se fazer na área aberta da UFPA, apesar de já ter visto alunos no local e fazendo suas necessidades urinárias.
“Numa das salas em que dou aula, o tampo da mesa está solto e quando se tenta escrever ele escorrega, além do que saiu totalmente o estofado dos braços da cadeira, estando exposto apenas o ferro, as janelas estão emperradas e o calor é insuportável, especialmente a tarde.
“Não há como se distribuir textos aos alunos, deixamos o material no centro acadêmico e os alunos que tem dinheiro fazem a reprodução ou demais ficam sem o material ou se manda aos e-mails dos alunos que tem essa ferramenta.
“Não há computador aos professores, Acesso a internet, nem se fale, Mesmo que o professor tenha um laptop, não tem como acessar nada, pois não há rede sem fio. Xerox, só pagando do próprio bolso.
“A UFPA fornece ao mercado, profissionais nessas áreas, mas internamente está ainda como nos tempos da caverna.
“Há constante falta de energia elétrica, de servidores e de material, e não há nenhum suporte ao professor. Infra-estrutura, talvez quando houver um PAC-UFPA.
“A noite é um terror, tudo muito escuro, sem qualquer segurança e especialmente as alunas imploram para que a aula termine mais cedo, diante do risco de assaltos e até estupro.
“Os vencimentos, bem, isso a gente nem precisar falar, pois há uma séria distorção no serviço público. O salário é baixo, mas as funções comissionadas para cargos administrativos são elevadas, assim as atividades-meio são privilegiadas, as atividades-fim desprezadas.
“Assim, para quem é ‘apenas’ professor a remuneração é aviltante, mas se conseguir, junto a Reitoria ou no seu Centro, um cargo de livre nomeação, fica afastado da sala de aula e receberá muito bem por isso.
“A burocracia é infernal. Um requerimento para sair da Coordenação do Curso à Reitoria demora meses e, se não se correr atrás, não há quaisquer intimações dos atos do procedimento.
“Não se acompanha nada pela internet. Em quase todos os órgãos públicos o servidor sabe a tramitação do seu processo. Na UFPA, é ainda tudo manuscrito, distante e nada transparente. Porém, há uma compensação, quando você consegue daquele grupo de 50 alunos, passar e aprender com uns três ou quatro e ver, no decorrer da vida, que eles se destacaram e exercem funções relevantes na sociedade, contribuindo com o próximo e com a comunidade. Aí se vê que o sacrifício valeu a pena.
“Está é a razão para se ficar na UFPA. A possibilidade de se resgatar poucos, mas valiosos alunos desse mar de hipocrisia e alienação política e cultural.
“Desculpe-me por não colocar meu nome. Sou covarde mesmo, mas, em mais de uma década na UFPA, sei que posso sofrer represálias, pois, como disse Chico Buarque, vence na vida quem diz sim.
“Ao dizer NÃO, provavelmente serei enforcado.”

13 comentários :

Anônimo disse...

Barata
Vê-se claramente que a manifestação deste que se diz docente da UFPA não encontra respaldo na realidade que a UFPA hoje vive.
A UFPA que o professor descreve é a UFPA de dez anos atrás.
Observa-se no texto que ele não se refere aos avanços da pós-graduação, na inovadora política de qualificação do quadro técnico-administrativo da instituição, nem na ampliação da captação de recursos para a área da saúde, sem falar nos resultados concretos nas áreas da valorização acadêmica e na infra-estrutura para o ensino, pesquisa e extensão.
As questões que o professor aponta são meramente pontuais. Como você próprio, Barata, reconhece, dado nosso passivo histórico de dificuldades, ainda não temos uma universidade top de linha. Mas a sociedade paraense e a comunidade universitária estão cientes dos avanços experimentados pela UFPA nas duas últimas gestões.
Outrossim, não podemos perder de vista que as declarações do professor podem ter motivações eleitorais.
Por outro lado, não podemos deixar de louvar as preocupações do docente que se manifesta, se comparadas aos ataques rasteiros que a UFPA vem recebendo que, sabemos, têm motivações essencialmente arrivistas. E você, Barata, sabe muito bem de quem estou falando.

Anônimo disse...

Barata o que o nobre professor autor desta postagem revela neste momento é a pura verdade tendo em vista que a situação da universidade interna nos revela este quadro e também coisa muito pior,para você ter uma ideia recentemente a governadora repassou para o campos da UFPA uma quantia segnificativa a titulo de ajudar a viabilizar o sistema de segurança da ACADEMIA objetivando o FORUM MUNDIAL,pois bem,pasme jornalista foi orçado como despeza para ser retirado deste recurso a modida quantia de DOIS MILHÕES E MEIO afim de suprir a nessecidade de plantar GRAMA dentro do campos,verba esta que será gerenciada pelo atual prefeito que responde pela alcunha de LUIZ OTAVIO É BARATA AQUELE MESMO QUE ERA SECRETARIO DE DUDU,preciso dizer alguma coisa mais.

Anônimo disse...

9:50, desculpe, mas ao ler este depoimento, me vi, anos atras, quase 16 anos, andando por aqueles corredores como aluna, chorei de tristeza, porque é sim, a mais pura verdade, mas o triste mesmo é saber que ficou pior.Uma universidade que ja foi palco de coisas magnificas, precisa ser recuperada.Enquanto oanonimo citava como é seu dia a dia como professor, lembre de quantas vezes fizemos coleta pra comprar agua mineral para deixar a disposiçao das nossas professoras e professores, quantas vezes nos revesamos para ficar com os filhos das nossa colegas em sala de aula, poruqe nunca houve suporte para a aluna mae. Professor anonimo, voce nao é covarde, voce so esta exercendo sua tecnica de sobrevivencia, covarde será quem deixar que continue assim, esta instituição.As mudanças precisam acontecer.Redimenssionar nao vai mudar se nao hover outras mais profundas, as redimensoes de valores humanos

Anônimo disse...

Mano Velho, se vc acredita que R$2.500.000,00 é somente para comprar grama, então vc deve acreditar em saci, fadas e coisas do gênero.

Anônimo disse...

Esse é mais do que um depoimento real, é até ameno com a realidade dos fatos. Leia o nível da bandalheira oficialmente documentada, falta a que rola por debaixo dos panos.

www.portal.ufpa.br/docs/audin2002.pdf

Anônimo disse...

De fato que diz aquse tudo da UFPa é a secretária de educação Galo em
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=59758

Pelo que diz trasnparece que a UFPA não produziu nenhuma docnete para o Pará, depois de 50 anos de existência.

Anônimo disse...

De fato que diz aquse tudo da UFPa é a secretária de educação Galo em
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=59758

Pelo que diz trasnparece que a UFPA não produziu nenhuma docnete para o Pará, depois de 50 anos de existência.

Anônimo disse...

O que + me enoja nesse processo é um servidor público escrever isso ... da Instituição que lhe sustenta ... por que ele não luta por melhorias ... se não acreditar mais ... deve pedir demissão ... já que não consegue alterar seu futuro.

Anônimo disse...

Leia as páginas 77, 78 e 79 do relatório de auditoria em www.portal.ufpa.br/docs/audin2002.pdf e veja que feio

Anônimo disse...

Anâonimo das 20:19, é vero, aqui nas favelas do Rio a sua máxima é lei: quem não quiser ser bandido que se mande.

Anônimo disse...

Realmente tem um fato nisso tudo. Como é que um jovem vai aprender a ser competente se estuda com um sujeito tão imcompetente que poderia ter um execlente cargo, ganhar em dobro e nem perder tempo aguentado até ¨bufa¨ de comedor do RU em sala de aula?
Já ouvi inúmerass vezes pessoas dizerem que fizeram concurso para docente na UFPa para ter um cargo e não para ministra aula coisa nenhuma que a mamãe dele nunca foi da zona.

Anônimo disse...

Senhor Barata,
Sou servidora da UFPA a mais de 20 anos e fico estarrecida com a onda de difamação imposta a essa tão importante insituição. O que será que a sociedade está pensando de nós? Será que nessa universiade trabalham pessoas sãs? Afinal a enchovalham sem mais nem menos.

As pessoas que se prestam para tal baixaria, se esquecem ou figem que se esqucem que difamam a instituição, não as pessoas. Alguém lembra do que os dois Fernandos (ex-presidentes) fizeram com a população brasileira e com os servidores públicos? Tenho cereteza que só os intelectuais.

Toda essa lama que jogam sobre a UFPA, tem destruído a imagem de vários colegas, criando inimizades, gerando brigas, um verdadeiros caos nas relações interpessoais. Algumas pessoas acordam assustadas, imaginando o que será que estão falando deles nos blogs. Ninguém tem mais sossego, a difamação corre solta através dos blogs, inclusive o seu, servindo de veículo esse ato tão nefasto, utilizando essa palavra que o senhor tanto gosta. Portanto, o o senhor como outros blogueiros servem de veículo para destruição de imagens e vidas.

Senhor Barata, como o senhor deve se sustentar desse blog, seja mais generoso, faça uma triagem melhor dessa sujeira que o senhor publi~ca, ou o senhor será responsável pela destruição de muitas vidas.

Anônimo disse...

Realmente, a servidora tem suas razões. Basta que eu seja honesto, não importa que os demais sejam velhacos.
O importante é não colocar o nome da UFPA no meio disso, pois ela não tem nada haver com o que alguns fazem de errado. Isso só abre espaço para todo tipo de jornal se aproveitar e destruir essa coisa maravilhosa que é a UFPA.

Vejam no O Liberal de hoje como tratam a UEPa. Me digam: a UEPA tem culpa de uma meia dúzia de safados se aproveitarem dela? Ela é até a vítima, mas é quem acaba sendo punida quando alguns resolvem vender mais jornal noticiando tais coisas.

Essas pessoas que hoje roubam e causam todo tipo de desgraça dentro da UFPa, um dia vão morrer e a instituição ficará, pelo menos o que restar dela, para as próximas gerações.

Portanto, minha cara funcionária continue trabalhando honestamente, sorrindo mesmo até para os que você veja fazendo canalhice que a UFPa agradece pela sua atitude do mais alto valor e se quiser pelo menos saber o nome de alguns, para o seu sorriso ser mais expansivo, mesmo que seja ante um espelho, para esses, leia:
www.portal.ufpa.br/docs/audin2002.pdf