Um cinismo capaz de corar anêmico, próprio de quem aposta no corporativismo acadêmico para garantir a impunidade. Assim pode-se definir um comentário anônimo, cujo autor tenta justificar a tramóia de professores da UFPA que, embora remunerados para dar dedicação exclusiva, burlam a lei e priorizam as instituições de ensino superior privadas nas quais também lecionam.
Em uma justificativa que ofende a inteligência de qualquer um e soa ao mais acintoso escárnio, o autor do comentário alega que, mesmo transgredindo a lei, os professores que exercem o magistério em instituições de ensino superior privadas, na verdade estariam valorizando com sua desídia a UFPA. O arremate da sandice não poderia ser mais ignominioso e esgrime a argumentação de que as universidades privadas priorizam a competência profissional, ao contrário do que supostamente ocorre nas universidades públicas.
Diante dessa lambança, entende-se o porquê da mente criminosa não necessitar de brilho intelectual. Se o culto à meritocracia não vinga na UFPA, deve-se certamente a rapace desprovida do mais elementar pudor ético, a pretexto de ser melhor remunerado. Tudo sob a cumplicidade de seus superiores hierárquicos.
Um comentário :
O quê você quer? Que não sejamos humano? Na hora em que, e isso é em todas as públicas, é possível graduar não lá tão bem para que depois esse venha, por exemplo, pagar para nós um curso de especialização, e atenuar alguma nossas misérias, como ter que precisar no terminar trocar cutuveladas com aluno para entrar em ônibus, vcoê não acha tudo isso que acaba sendo um ato de decência?
Isso que sem levar em conta que só o nome UFPA num diploma é capaz de abrir uma montanha de portas sem precisar saber nada.
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