Quando assinala que vê essa revista como uma contribuição à história do Pará e à valorização da cultura regional, Luiz Pinto, o Luizpê, está longe de ser cabotino. Ele apenas e tão-somente abdica, episodicamente, de sua proverbial modéstia. “Quando iniciei este trabalho meu objetivo era atingir principalmente crianças e adolescentes, que geralmente conhecem o Círio apenas pelo que vêem no dia da procissão. E como falo do Círio como um fato histórico, e não apenas religioso, mostrando desde o início da devoção a Nossa Senhora de Nazaré, a trajetória da imagem e todas as questões políticas que já chegaram a ameaçar a continuidade da festa, além, é claro, dos aspectos culturais e as transformações ocorridas na procissão ao longo de mais de dois séculos, vejo essa revista como uma contribuição à história do nosso Estado e à valorização da cultura regional”, esclarece.
Luizpê considera o Círio de Nazaré um assunto fascinante, não só por ter a capacidade de mobilizar cerca de 2 milhões de pessoas em um único dia, como pelos aspectos culturais e humanos. “O próprio achado da imagem é um fato inusitado, assim como as ‘voltas’ da Santa ao lugar onde foi encontrada, as viagens da imagem pelo mundo até chegar a Portugal, o milagre de D. Fuas Roupinho, e tantos outros testemunhos de fiéis, a polêmica da corda, e a dimensão que o Círio tomou com o passar dos anos, se tornando esse evento gigantesco que temos hoje, tudo isso torna o assunto atraente para todas as idades”, ressalta.
A primeira edição saiu encartada na Revista do Círio, publicada pela Agência Ver Editora, que depois editou só a revista, com a capa colorida e o conteúdo em preto e branco. Agora, o trabalho contém mais 10 páginas desenhadas e mais oito com o comparativo das páginas alteradas. “Resolvi mostrar quais foram as mudanças, principalmente para quem realmente gosta de quadrinhos”, acrescenta Luizpê.
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