sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ELEIÇÕES – Virulência de Jatene sugere desespero

Helder Barbalho: serenidade diante das provocação de Jatene.

        O governador Simão Jatene (PSDB), que postula a reeleição, acabou por desperdiçar no debate promovido na noite desta quinta-feira, 23, pela TV Liberal, entre os candidatos ao governo do Pará, a chance de reverter a vantagem que as pesquisas de intenção de voto com um mínimo de credibilidade conferem ao seu adversário, Helder Barbalho (PMDB). Embora mais comedido, em relação ao comportamento exibido no debate da TV Record no domingo passado, 19, nem por isso o candidato tucano abdicou do tom virulento, no claro empenho de desqualificar o adversário, em detrimento de um discurso mais propositivo. Com isso, acabou por tropeçar nas próprias pernas, ao frequentemente retornar a matérias vencidas, na postura defensiva sob a qual pretendeu manter Helder. A estratégia teve o efeito de bumerangue, voltando-se contra Jatene, que novamente passou uma imagem iracunda, de intolerância, como é próprio dos arrogantes.
        No debate promovido pela TV Liberal, que teve como mediador o jornalista Heraldo Pereira, da Rede Globo de Televisão, Jatene assemelhou-se ao pugilista que vai para o derradeiro round de uma luta, sabendo-se em desvantagem, e por isso apostando desesperadamente na possibilidade de um nocaute. Um nocaute que não veio, diante da sagacidade de Helder, cujo sangue-frio permitiu-lhe driblar a tentativa de Jatene em associá-lo às falcatruas das quais é acusado o pai e patrono político, o senador e ex-governador Jader Barbalho, a mais longeva liderança política da história do Pará. Para além de passar a tratar o candidato peemedebista não pelo nome, mas pelo sobrenome, Jatene evidenciou um inocultável e patético desespero, ao evocar, por exemplo, o desvio de recursos do Banpará, o Banco do Estado do Pará, que remete a um período correspondente à infância de Helder. Mais patético foi o governador tucano pretender trazer para a arena eleitoral Jader Barbalho, o que fez Helder lembrar a Jatene que ele, e não o pai, é o candidato a governador.
        Além das respostas tangenciadas, soou hilário, no limite do deboche, Jatene atribuir à administração da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa as origens das mazelas exibidas pelo Pará. Algo que remete a um cinismo capaz de corar anêmico. Afinal, desde 1995 o PSDB monopoliza o governo estadual, com o breve hiato, de minguados quatro anos, que representou a administração de Ana Júlia Carepa, cuja gestão estendeu-se de 2007 a 2010.

        De resto, ofende a inteligência dos eleitores Simão Jatene conclamar a uma disputa ética, quando historicamente passa ao largo do que possa ser pudor ético. Se a campanha é a ante-sala do governo, como trombeteou o governador tucano, tem-se mais uma razão para defenestrá-lo do Palácio dos Despachos.

2 comentários :

Anônimo disse...

Adoro a frieza do Helder! Helder será o maior governador que este Pará já teve! Seus pais farão o possível e o impossível pra isso. A duplicação da BR até Capanema está a caminho.

Anônimo disse...

Pelo que eu pude acompanhar nas redes sociais, quem não se deu bem no debate foi Helder Barbalho que não respondia as perguntas feitas por Jatene. E o mesmo eu percebi no debate da Record.
Então, não irá me surpreender se ele vencer a eleição, haja visto que a internet e as redes sociais são fortes instrumentos de informações e opiniões.