quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ELEIÇÕES – “Quem disso cuida, disso usa”

Jatene, com Dudu (à esq.) e Pioneiro (à dir.): parcerias reveladoras.

        “Quem disso cuida, disso usa”, consagra um adágio célebre. Sob essa perspectiva, é revelador do mise-en-scène de Simão Jatene, quando o assunto envolve ética e austeridade, parcela do elenco de candidatos da coligação Juntos com o Povo.
        O próprio Jatene figura como réu em processo no qual é acusado de corrupção passiva, na esteira do escândalo da Cerpa, a Cervejaria Paraense S/A. Esta, diga-se, não é uma acusação de Helder Barbalho, como leva a crer a propaganda eleitoral do governador tucano no rádio e na TV. A denúncia é do Ministério Público Federal, de acordo com o qual a cervejaria paraense, valendo-se de um caixa 2, abasteceu a campanha de Simão Jatene nas eleições de 2002, com R$ 16,5 milhões, em valores a atualizar. A contrapartida da tucanalha, conforme a denúncia, foi conceder à Cerpa perdão e incentivos fiscais que chegaram a R$ 47 milhões, também em valores da época.
        A esposa do candidato a vice-governador, deputado federal Zequinha Marinho (PSC), Júlia Marinho Godinho da Cruz Marinho, é suspeita de ser funcionária fantasma da prefeitura de Ourilândia do Norte, cujo prefeito Maurilio Gomes Cunha (PSC), oMaguila, foi afastado do cargo pela Justiça, na esteira de fartos indícios de improbidade administrativa. “Ela só apareceu duas vezes por aqui no município, para participar de eventos festivos”, relatou a vereadora Zulene Santos. Soa inverossímil a versão segundo a qual Zequinha Marinho não teria conhecimento da tramóia. Zequinha Marinha, diga-se, para além do discurso homofóbico que trombeteia, é também favorável à divisão do Pará, postura sobre a qual silencia a tucanalha, a banda podre do PSDB, embora critique asperamente, pelo mesmo motivo, Lira Maia,. Do DEM, o Democratas, candidato a vice-governador na chapa de Helder Barbalho.
        O senador Mário Couto (PSDB), derrotado na tentativa ad reeleição, dispensa apresentações. Trata-se, como sabem até as pedras desta terra, de um conhecido bicheiro. Ele é o mentor político da filha, a deputada estadual Cilene Couto (PSDB), que coonestou, por omissão, as falcatruas registradas na Assembleia Legislativa do Pará, na gestão, como presidente da Alepa, do ex-deputado Domingos Juvenil (PMDB), hoje prefeito de Altamira, durante a qual permaneceu como auditora chefe. Ela ocupou o cargo desde a administração do próprio pai, Mário Couto, como presidente da Alepa.

        O ex-prefeito de Belém, ex-senador e ex-deputado Duciomar Costa (PTB), também candidato derrotado ao Senado, é réu em 29 processos nas Justiças Estadual e Federal. A tramitação lenta e parcimoniosa dos processos ensejou um pedido ao ministro-corregedor-geral do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, Francisco Falcão, feito pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público Estadual, para que seja acelerado o julgamento das ações judiciais nas quais é réu o nefasto Dudu. Pelo MPF assinaram o documento os procuradores da República Alan Rogério Mansur Silva, José Augusto Torres Potiguar, Maria Clara Barros Noleto, Melina Alves Tostes e Ubiratan Cazetta. Pelo MPE, subscreveram o pedido os promotores de Justiça Firmino Matos, Alexandre Couto, Bruno Beckmbauer, Domingos Sávio e Marcelo Gonçalves, além do procurador de Justiça Nelson Medrado.

Um comentário :

Jesiel Nascimento disse...

Baratona quanto tempo!

Concordo com tudo que vc disse Barata.

Ah! Só pra constar: FORA TUCANOS! FORA JATENE...