Segue
abaixo, na íntegra, a carta aberta do promotor de Justiça Alexandre Couto:
“A todos aqueles que fazem o Ministério
Público do Pará:
“No intuito de
aclarar os fatos que envolvem a suspensão do concurso público para promotor de
Justiça, corrigindo as distorções lançadas pela ‘nota de esclarecimento’ da administração
superior e evitando que meus atos sejam ou continuem sendo desvirtuados pela
mídia e principalmente pelos intrigantes de plantão, resolvi tecer estas breves
considerações e divulgar os documentos sobre o caso à comunidade do Ministério
Público.
“De início, cabe
destacar que nunca fui candidato a nenhum cargo ou função no Ministério Público
ou na AMPEP e posso afirmar, sem medo de morder a língua, que não irei compor
nenhuma das chapas que irão concorrer à Associação do Ministério Público no
próximo mês de junho. Também não sou adversário do atual PGJ; pelo contrário,
sou eleitor antigo, do tempo que o mesmo quase não tinha votos e seu principal
cabo eleitoral era meu falecido primo Fabrício Couto. Igualmente não tive
nenhum ‘pedido’ negado pela administração.
“Somente
representei ao CNMP porque, como cidadão e membro atuante da instituição, não
pude ficar observando, passivamente, o Ministério Público ser conduzido em
sentido contrário ao trabalho que realizei na Promotoria de Justiça de Direitos
Constitucionais e do Patrimônio Público. Pensava que no âmbito da instituição
tal problema já estava sepultado, posto que a administração anterior realizou
licitação para o concurso de funcionários. Antes disso, no entanto, enderecei
ofício reservado ao procurador geral de Justiça, alertando da existência de ação
civil pública em tramitação na 3ª Vara da Fazenda Pública, que resultou na
concessão de liminar, proibindo o Estado do Pará (não o Executivo) de dispensar
licitação para contratação de serviços de realização de concursos. A
administração superior da instituição simplesmente ignorou minha comunicação e,
dias depois, deu prosseguimento ao concurso.
“É preciso
ressaltar que a demanda judicial não é fruto exclusivo de minha mente, tendo
sido resultado de orientação do grupo de combate à corrupção do Conselho
Nacional de Procuradores de Justiça (CNPG). Semelhante posicionamento também já
havia sido adotado pelo colega Jorge de Mendonça Rocha, então promotor de
Justiça de Direitos Constitucionais e do Patrimônio Público, e, após a minha
remoção, pela promotora Maria da Penha de M. B. Araújo e o procurador do
Trabalho Sandoval Alves da Silva. Também vários promotores de Justiça do
interior já ingressaram com ações buscando obrigar prefeituras a realizar
licitação em situações semelhantes.
“O concurso
público continua suspenso pelo CNMP e o PCA deverá ser julgado pelo plenário no
próximo dia 07 de abril. Independentemente do resultado do julgamento - que
espero seja jurídico e não político -, não haverá vencedores. O MP-PA teve sua
imagem irremediavelmente manchada com sua atuação contraditória, ao estilo da
casa do ferreiro. O concurso público, que já está atrasado pelo menos cinco
anos, vai demorar ainda mais alguns meses. A ação civil pública que já contava
com liminar favorável e aceitação do Estado do Pará, em vez de ser julgada nos
termos do que dispõe o artigo 269, II, do CPC, foi misteriosamente extinta, sem
julgamento do mérito, quatro dias depois que uma nova juíza assumiu a 3ª Vara
da Fazenda e dois dias depois do CNMP conceder a liminar.
“E eu? Continuarei o mesmo promotor de Justiça
de sempre, talvez com mais alguns admiradores e outros tantos críticos. De
mudanças, talvez, por um bom tempo, não vá mais almoçar na companhia do PGJ,
como de costume, e provavelmente de alguns dos seus mais fiéis aduladores. Nada
que o tempo e os interesses políticos não curem.
“Embora tivesse muitas outras coisas a dizer,
penso que o melhor, neste momento, é que as pessoas que se interessarem pelo
caso, possam ter conhecimento direto dos documentos anexados.
“Saudações,
“Alexandre
Batista dos Santos Couto Neto”
3 comentários :
Dá-lhe ursinho puff (dr alexandre)!!! estamos com vc!!!
Sem dúvida o atual PGJ é o líder mais arbitrário que o MP já teve.
É a personificação do "rei sou eu", tomando decisões baseados em sua vontade e ignorando por completo a lei, já que ao que parece, ou simplesmente ignora as leis ou realmente tem conhecimento jurídico extremamente limitado.
Além disso, viola constantemente o princípio da moralidade e impessoalidade na sua cruzada contra os servidores do órgão:
- Retirou a remuneração do plantão;
- Paralisou o PCCR;
- Pretende aumentar a jornada de trabalho sem dar a remuneração correta.
Dentre outras mazelas, das quais sempre é bom lembrar da nomeação de seu genro com assessor.
kkkkkk....Logo se vê que o AnÔnimo das 11;38 não conheceu a Dra. Marília Crespo. Deve ser novato no MP.
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