As virtudes ostentadas por Djalma Chaves o acompanharam até no movediço terreno da paixão esportiva, como um devotado torcedor e dirigente que foi do Clube do Remo, do qual tornou-se – com absoluta justiça – um dos grandes beneméritos, em reconhecimento aos serviços prestados ao Leão Azul. Sua contribuição ao esporte paraense extrapolou os limites da paixão clubística, ao atuar, de forma discreta, mas extremamente profícua, como vice-presidente da FPF, a Federação Paraense de Futebol, na gestão de Euclides Freitas Filho como presidente da entidade. Ao futebol paraense, em geral, e ao Clube do Remo, em particular, Djalma a eles serviu e não deles se serviu, ao contrário da cartolagem do jaez de Amaro Klautau, o ex-presidente azulino, de triste lembrança e cuja propaganda enganosa ele se encarregou de desmascarar.
Em uma rara sincronia, principalmente porque em uma arena na qual tradicionalmente arde com vigor a fogueira de vaidades, com sua antológica discrição Djalma Chaves em verdade protagonizou com Euclides Freitas Filho, com inusitado sucesso, uma administração compartilhada. Sabendo-se, como se sabe, que um título desses não se conquista apenas em campo, mas também fora dele, Euclides Freitas Filho e Djalma Chaves foram decisivos para o Paysandu, ironicamente o eterno arqui-rival do Clube do Remo, tornar-se, pela primeira vez, campeão brasileiro da Segunda Divisão. Com a serenidade que lhe era peculiar, ele soube ser pragmático, sem abdicar de princípios e jamais ceder às tentativas de intimidação da banda podre da crônica esportiva.
Um comentário :
homem raro, homem raríssimo!
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