sábado, 28 de março de 2009

UFPA – Um factóide obsceno

HAROLDO BALEIXE*

É indecente o aumento do número de capítulos na novela SUCESSÃO À REITORIA da Universidade Federal do Pará.
Na próxima segunda-feira, dia 30 de março, o Conselho Universitário mais uma vez mexerá nessa panela azeda.
O Ministério da Educação "obriga expressamente"* que o resultado das urnas se ajuste à Lei 9192 de 1995 (http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l9192_95.htm.) que determina em um universo numérico entre 0 (zero) e 10 (dez) que o valor de um voto de professor seja 7 (sete) e os votos de alunos e funcionários valham 1,5 (um e meio) cada — é a famigerada e tortuosa Lei dos 70%.
Uma consulta a comunidade universitária que levou em consideração a organização e discernimento político das três categorias (docentes, discentes e técnico-administrativos) integrantes da Comunidade Universitária apontou os vencedores. O Conselho Universitário — que tem composição à semelhança da Lei — homologou essa escolha coletiva, entretanto, a amargura e o terror dos derrotados traz de volta o zumbi putrefato à mesa do necrotério do CONSUN.
Exumar um cadáver do que pereceu às vistas do mundo para uma necropsia é ridículo. O atestado de óbito foi assinado publicamente às 16 horas do dia 22 de dezembro de 2008. Causa mortis: INANIÇÃO.
Expor a carniça aos olfatos alheios foi uma segunda manobra da estratégia em desespero para alcançar o poder na UFPA. A primeira foi não formatar, à revelia do Conselho, a lista tríplice no modelo EXIGIDO pelo MEC. A derradeira manigância será tentar transformar o CONSUN em picadeiro.
Os derrotados no pleito e no CONSUN alimentam-se de uma única e soberba esperança em Brasília: a influência que Alex Bolonha Fiúza de Mello exerce no Ministério da Educação.
É de se esperar que o atual reitor da UFPA tenha orgulho de pertencer ao Conselho Nacional de Educação e de gozar de prestígio naquele Ministério — esse é o seu currículo, essa é a sua história pessoal.
Contudo, seria abominável imaginar que o magnífico venha a “mexer os pauzinhos” para catapultar os perdedores à reitoria da Universidade.
Atitude dessa natureza afogaria Alex Bolonha Fiúza de Mello na lama dos fósseis.
O Conselho Universitário é legislador e ao mesmo tempo o supremo tribunal da Universidade Federal do Pará, desse modo, à sua deliberação não cabem recursos; portanto, nada fará o CONSUN contra si.
Mudar o resultado do sufrágio seria um despautério inaceitável. Seria negar a AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA garantida pela Constituição Federal. Seria abrir mão da liberdade (intelectual) — bem tão inalienável quanto a vida.

Obriga expressamente*: termo usado em “Carta Aberta ao CONSUN” redigida por um dos componentes da chapa derrotada ainda insatisfeito. Se o "obriga expressamente" foi utilizado no documento do MEC, é um demonstrativo que o Ministério da Educação não se adaptou às mudanças de um país que execrou uma Ditadura Militar perseguidora e assassina de seus contraditores. Contudo, se essa foi a interpretação do autor da missiva, lamentamos que sua ideologia esteja atrelada aos Atos Institucionais, particularmente ao AI-5 de 13 de dezembro de 1968 — o ano que não terminou para Zuenir Ventura.

A Autonomia Universitária é uma garantia constitucional, portanto, uma lei que determina como uma universidade deve votar, desrespeita a Carta Magna do país (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm).
Ou seja: a Lei 9192/95 é tacitamente inconstitucional.

* Haroldo Baleixe é graduado em artes plásticas (licenciatura plena em Educação Artistica) pela UFPA (1987) e especialização em Comunicação Social (1992). É professor adjunto da UFPA, lotado no Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Tem ainda experiência profissional como artista plástico e design gráfico.

16 comentários :

Anônimo disse...

Sendo assim: ¨O Conselho Universitário é legislador e ao mesmo tempo o supremo tribunal da Universidade Federal do Pará.¨ O conselho pode mandar leis e o ministro as favas e promover todo tipo de babárie que quiser. Depois não se queixem do que Alex venha fazer, afinal ele é a voz suprema do conselho e respaldado por tais mentalidades.

Anônimo disse...

O que espero de tudo isso é que algumas leitores que não vivem no meio percebem que há dois grandes grupos, nem tão longe um do outro, brigando visceralmente pelo poder. Enquanto isso, a instituição é jogada para cima e para baixo, banhada nas lamas do tucunduba e coisas piores, e nenhum tem sequer pena dela. Se pecisarem tocar fogo nela, não pensarão um minuto, assim como, nenhum depois vejo colocando um balde d'água para aplacar as suas chagas e todo que tentar sofrerá das perseguições das mais terríveis. Vão deixá-la morrer leprosa e nenhum nada fará para aliviar suas chagas.

Anônimo disse...

dÁ-LHE, bALEIXE
O caso é que quem está fazendo o circo pegar fogo são os que não querem aceitar o resultado da consulta à comunidade feita segundo a regra aprovada pelo consun.
Vamo lá, minha gente, deixem o homem assumir e vamos tentar de novo daqui a quatro anos. Isso é democracia, é assim que se joga.
Eu votei na Ana (Tancredi, não a outra) mas segunda-feira sou Maneschy, porque foi assim que se combinou jogar o jogo.
Quando ele assumir, eu volto à oposiução, sem problemas, mas se ele não for empossado nada me garante que a Ana ou qualquer outro candidato do movimento possa assumir algum dia a UFPA, pois será sinal de que só se ganha no tapetão e manipulando.
A vitória de Maneschy, que pra mim não fede nem cheira, até porque só votei nele em 2001 por causa da Ana (a Tancredi, não a outra) é hoje essencial para que seja garantida qualquer vitória de qualquer candidato no futuro e, mais do quye isso, é indispensável para que não se volte ao tempo em que o reitor e os diretores de centro eram indicados sem se ouvir a comunidade.

Anônimo disse...

Barata,
Olha o que rola por aí.

COMO PROFESSOR DO IFCH, E AMIGO DE LONGA DATA DA PROFESSORA MARIA DE NAZARÉ SARGES, TENHO PLENA CERTEZA QUE A MESMA NÃO TOMARÁ UMA POSTURA SUICIDA VOTANDO CONTRA O DESEJO DA COMUNICAÇÃO ACADÊMICA. NÓS, DO IFCH, QUE COMBATEMOS JUNTOS A DITADURA MILITAR, JAMAIS NOS CURVAREMOS AOS HERDEIROS DO VELHO REGIME. A VITÓRIA DO PROFESSOR MANESCHY REPRESENTA A VITÓRIA DA COMUNIDADE ACADÊMICA E O EXEMPLO MAIOR DE QUE A DEMOCRACIA ESTÁ MADURA EM NOSSA INSTITUIÇÃO. AQUELES QUE OUSAREM TENTAR RETROAGIR NO PROCESSO, RETORNARAM ÀS SUAS CASAS COM A CONSCIÊNCIA PESADA E A CERTEZA DE QUE OS ACADÊMICOS DA UFPA JAMAIS O PERDOARAM. A PROFESSORA NANA JAMAIS VOTARÁ CONTRA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA, SUA HONRA E SUA ÉTICA!!! NÃO SE TRATA DE VOTAR OU NÃO NO MANESCHY, TRATA-SE SIM DE RATIFICAR OS POSTULADOS DA AUTONOMIA E DA DEMOCRACIA UNIVERSITÁRIA. ÀQUELES QUE PENSAM QUE A PROFESSORA NANA VOTARÁ CONTRA ESTÃO EXTREMAMENTE ENGANADOS. VIVA A MINHA AMIGA NANÁ! VIVA À DEMOCRACIA! VIVA AOS COMBATENTES DO IFCH! QUEM VIVER VERÁ!

ASSINADO, PROFESSOR AMIGO DA NANÁ

28/3/09 1:41 PM


Anônimo disse...

ATENÇÃO...ATENÇÃO.

*NOTICIAS*
A NOITE DOS GENERAIS

1)Na noite da ultima sexta feira em reunião lá no NÚCLEO CAIXA 2 toda central de inteligência do golpe esteve reunida.

2)Atenção para a lista de participantes,por favor não é uma visão do inferno....
-Marechal Alex Castelo Branco
-General de Brigada Ney Cristina
-General do SNI afonso medeiros
-Coronel Ludugerio Oliver
-Tenente Patinho Feio
-Chefe da Inteligência Sibele Caetano
-e o Cabo Regina tá feio.
3)Segundo a fonte a reunião teve inicio mediante uma avaliação do atual quadro do processo de nomeação do novo reitor.
4)O ten.Patinho Feio avaliou que toda a estratégia do grupo foi comprometida apartir da publicação no famigerado Bilhetin do email que o gen.Medeiros mandou a todos os preofessores.Segundo o próprio, o efeito tem sido devastador contra o atual Reitor.
5)Gen.Medeiros avisa que tudo o que foi feito teve a aprovação de Alex e que portanto se houve um revés a culpa não foi sua.
6)A chefe do serviço secreto Sibele avisa que a distribuição das FG's não surtiu o efeito desejado.
7)Ney Cristina a Gen.de brigada alega que o atual CONSUN prepara-se nesse momento para fazer desta votação um exemplo ou outra qualquer, uma demonstração de autonomia absoluta de sua integridade institucional
8) Alex prontamente concorda com os presentes e alega que lhe resta apenas uma única chance.....que seria não concluir a sessão por motivo de insegurança já que o clima contra ele é de total reprovação perante a Academia.
9)Comunica tambem o Marechal que a PF já estaria de prontidão e que se não podermos fazer a votação eu suspendo a sessão.
10)O restante das falações foi reservado a choros e reclamações dos presentes e que voltarião a se reunir no sábado a noite em casa de Ludugerio Oliver.

Anônimo disse...

16:35
Suas ponderações são típicas do conformismo e falta de iniciativa contra o abuso de poder, o absolutismo, a ditadura, etc. No passado, pessoas como você devem ter caído de pau no Tiradentes por sonhar e agir em favor de um Brasil independente. O conflito decorre exatamente da falta de democracia, ou da falta de honestidade de pessoas que não querem aceitar os resultados da consulta democrática.

Anônimo disse...

O Consun pode mandar às favas o seu presidente golpista, o MEC, a lei caduca, só não pode se sobrepor à vontade da comunidade universitária, sob regras que o mesmo aprovou. Como já fez muitas vezes, inclusive eleição e releição do atual reitor e hoje legalista de ocasião.

Anônimo disse...

Esse "súdito" do soberano Alex surtou!
Quer dizer que o reitor que não honra seu cargo de magnifico, cujo maior dever é conduzir e resguardar a instituição e não submete-la aos seus interesses pessoais, pode tudo?

Anônimo disse...

Anônimo das 21:08.
Se Fernadinho beira-mar e Marcola vivessem na Holanda, por exemplo, em que venda de droga é liberada, eles não estariam preso. Sendo brasileiros e havendo lei que diz ser isso crime, estão preso.
Da mesma forma, se a UFPA fosse de outro país, em que não houvesse nenhuma lei dizendo nada, eu estava calado.
Ocorre que existe uma lei que diz que em todo e qualquer processo de eleição dentro de universidade pública, o voto docente pesa 70%, seja para reitor, seja para coordenador de curso. Ninguém da UFPa nunca fez qualquer manisfestação contra tal lei. Portanto todos acham-na justa. O conselho mesmo foi consultado pelo MEC e teve 30 dias para dizer ao MEC que não queria tal lei e nada fez. Portanto, agora achar que duas quadrinhas, é assim que a lei penal tipifica todo grupo que deliberadamente burla lei, por ter maioria de votos no conselho resolveram dizer quando da preparação do regimento eleitoral que tal lei é porcaria, é outra coisa. O fato é que antes as duas quadrilhas estavam juntas porque era conveniente que assim fosse. Agora estão separadas porque assim lhes é melhor. E a única coisa que não interessa para nenhuma das duas é a instituição. Foi assim na UEPA, vai ser assim na UFPA. Porque simplesmente todos sabem que aconteça o que acontecer, quem vai pagar a conta mesmo são os idiotas que trabalham duro neste país para sustentar todo tipo de vagabundo.
E quando digo todos eles é porque são todos mesmo. Leia como esses gastam dinheiro público dentro da UFPA

www.portal.ufpa.br/docs/audin2002.pdf

Anônimo disse...

08:22

Eu não deveria responder o seu comentário. Eu não sou cego e enxergo muito bem o que se passa.

Até o dia em que as urnas contrariaram as expectativas de continuismo no poder do Dr. Alex Bolonha Fiúza de Melo, todos respeitavam a autonomia da universidade.

Não fosse a postura elogiável do presidente Luis Inácio Lula da Silva - o qual nunca cursou uma universidade, mas sabe respeitar a autonomia destas e sempre nomeia reitor o candidato que vence a consulta democrática que as próprias universidades elaboram, segundo deliberação de seus conselhos superiores, seja este alinhado com o PT ou com qualquer outro partido, a atitude do atual reitor não pegaria tão mal.

Mau perdedor, golpista, capaz de descer até o porão da ética e da decência pra apanhar um casuísmo legalista unicamente para se manter no poder.

Os senhores deveriam se envergonhar e parar de fazer tantas comparações absurdas neste blog. A autonomia universitária é uma conquista de décadas de um bom combate em favor da democracia e do desevolvimento.

Anônimo disse...

Quisera eu acreditar que a Maria de Nazaré Sarges é contraria a tresloucada ação de sua própria chapa.
Em reuniões do CONSUN ela sempre foi lobista do Alex e sua trupe torta, porque mudaria agora?
Há possibilidades de surgir uma heroína, a professora Ana Tancredi, que deve fazer a diferença.

Anônimo disse...

Não podemos esquecer que ela foi professora de Alex Bolonha Fiuza de Mello!!

Anônimo disse...

Concordo. Ana Tancredi poderá ser a Anita Garibaldi desta parada.

Anônimo disse...

O das 8:22 está certo, tem lei, então que o Alex que foi eleito de forma ilegal devolva o mandato e tenha seu título caçado por falsidade ideológica, sendo impedido de participar de qualquer atividade de representação por 8 anos junto com seu guru o Ministro Paulo Renato, que foi quem assinou sua nomeação.
O coronelismo é assim cara pálida, poder, até de síndico, eles defendem com as garras.

Anônimo disse...

16:11

E o mundo fica trágico. O mesmo sujeito que defende que o conselho pode passar por cima de lei federal, acha que ele tem que obedecer aquilo que quatro gatos pingados votaram. Nem 30% dos aptos votaram. Só os que tinham alguma coisa a ganhar de um dos candidatos. Mesmo que as eleições do Alex tivessem sido fora da lei, não se justifica que essa seja. O que aconteceu na última, não tenho dados da primeira, é que quando o conselho refez as contas da consulta a luz do que diz a lei dos 70%, esse continuou como cabeça de chapa. Só, e somente só.

Defender autonomia de entidade pública como se essa tivesse direito de fazer o quiser e como quiser, sem ética, sem moral e sem respeito a qualquer lei, é querer fazer dela um antro pior do que os piores antros sociais, e isso já temos de sobra.

Depois, insinuar de que uma pessoa que se elegeu Presidente da República não tem poder, sequer quando for necessário, colocar um pouco mais de ordem numa simples eleição para reitor de universidade pública, é um escárnio. Não senhor! Tem que ir uma lista tríplice e seja lá quem for o escolhido, e ele deve ter liberdade completa para isso, deve ser acatado e respeitado por todos.

Repito, leia o link que já postei que a cara de todos esses metendo a mão no dinheiro público vai aparecer.

Anônimo disse...

Lógica não é premunição, nem magia, é pura percepção dos fatos.
Em comentário anterior eu disse que a Nazaré Sarges não votaria contra a sua chapa e ela se absteve na reubião do CONSUN. Talvez por ter ficado constrangida diante do painel de papel montado pelo SINTUFPA para expor os golpistas - já tinham dado à historiadora o "X" de golpista, mas ela se queixou, afinal ainda não tinha votado, estava retornando do intervalo para o almoço, passaram um corretivo na marcação.
A Ana Tancredi foi outro acerto: foi a heroína da reunião, afinal, por ela toda a representação discente (12 alunos) votou em defesa do referendo à Consulta e, em segundo momento, no professor Maneschy.
Peia no Alex, o PSICOPATA DO GUAMÁ.

Anônimo disse...

Complementando:
Quem acompanhou a reunião do CONSUN pela Internet viu as pessoas em suas mais desnudas intimidades psicológicas.
O Bambi continuou a se exibir aos holofotes do mundo virtual falando as asneiras peculiares à sua tacanha formação intelectual. O reitor, Psicopata do Guamá, reiterou, na melhor retórica de Paul Joseph Goebbels, toda a lógica aleijada de seu cupincha e da quadrilha feiosa.
A professora Vera Jacob, creio que de descendência judia, soube como neutralizar as mirabolantes manobras dos nazistas. Aliás, Vera Jacob é a única capaz de segurar, com garras e dentes, os excessos e afetações do ensaboado Alex Fiúza. Essa não foi heroína porque é uma guerreira de todos os dias e dela se pode esperar uma linear conduta em defesa da democracia na UFPA. Vera é só um peão, um bom soldado eternamente de plantão com o peito coberto de medalhas.