terça-feira, 31 de dezembro de 2013

LEIDILUCI – A lição de ousar lutar, ousar vencer

Leidiluci: drama ilustra sucateamento da saúde pública.

        Para além dos tradicionais votos de paz, saúde, sucesso e prosperidade, trocados a cada virada de ano, nos despedimos de 2013, sob a perspectiva dos desafios que nos aguardam em 2014, usufruindo de uma lição capaz de nos dar a força necessária para transformar sonhos em realidade. A lição é basilar – ousar lutar, ousar vencer – e nos é generosamente oferecida por Leidiluci Ferreira Brito, a jovem de 29 anos, que em julho deste ano descobriu estar com leucemia e cujo tratamento no Hospital Ophir Loyola foi interrompido devido a falta de um medicamento vital.
        Ao compartilhar seu drama com todos nós, Leidiluci nem de longe sugere comiseração. Ela luta bravamente pela vida, mas luta sobretudo por um direito que é seu e de todos aqueles que também enfrentam os percalços derivados do desmazelo dos inquilinos do poder em relação à saúde pública. Trata-se de um exemplo de dignidade e, ao mesmo tempo, de comovente generosidade. A leucemia que ameaça abreviar sua vida, em um risco potencializado pelo criminoso sucateamento da saúde pública no Pará, não foi capaz de minar a determinação de Leidiluci em lutar pelo inalienável direito à vida, que se estende a todos nós, em geral, e em particular a todos aqueles que, como ela, amargam dramas semelhantes.
        O destemor e a generosidade da jovem paciente nos conduzem, fatalmente, à lição legada pelo poeta, capaz de blindar-nos contra as indignidades cotidianas, perpetradas a pretexto de um pragmatismo que passa ao largo de princípios éticos:

        “Cumpri contra o destino o meu dever.
        “Inutilmente? Não, porque o cumpri.


2 comentários :

Jesiel Nascimento disse...

Durante as postagens sobre esta situação vivida pela jovem e evidenciadas brilhantemente por você, Barata, teve uma passagem textual que muito emocionou e serviu de incentivo à minha caminhada, como cidadão indignado, contra esses governantes corruptos. Dizia mais ou menos assim: "NÃO ESTOU PEDINDO FAVOR. QUERO OS MEUS DIREITOS".
É isso mesmo, se cada cidadão tivesse consciência dos seus direitos, acredito que o BRASIL não estaria deste jeito: LIDERANDO O RANKING DOS PAÍSES MAIS CORRUPTOS DO MUNDO.
Parabéns pelas postagens. Esse é o caminho.

Anônimo disse...

o favoritismo ainda é uma ferida que sangra. Cada cidadão, pobre ou não, precisa entender que injustiça social é irmã gemea da holigarquia.