sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

HOL – A farsa da herança maldita

        O despudor do governador tucano é tanto mais abjeto porque, descontado o hiato entre 2007 e 2010, período que corresponde ao governo Ana Júlia Carepa, Simão Jatene pontifica no proscênio político do Pará desde 1983, quando tornou-se secretário do então governador Jader Barbalho, a quem acompanhou nas andanças deste como ministro do ex-presidente José Sarney. Posteriormente, Jatene alinhou-se com a tucanalha, depois de ganhar visibilidade sob as bênçãos do ex-governador Jader Barbalho. Inicialmente ele se notabilizou como eminência parda do ex-governador Almir Gabriel, já morto e que cumpriu dois mandatos consecutivos como chefe do Executivo estadual, entre 1995 e 20002. Posteriormente, valendo-se do escandaloso uso da máquina administrativa estadual, coube a Jatene ser eleito sucessor de Almir Gabriel, cumprindo seu primeiro mandato como governador de 2003 a 2006. Com Almir Gabriel derrotado pela petista Ana Júlia Carepa, na sucessão estadual de 2006, com o decisivo apoio do senador Jader Barbalho, Jatene ficou à margem do poder entre 2007 a 2010. Detalhe sórdido, ilustrativo do desrespeito das elites pelo eleitor: Jatene admitiu, publicamente, que abdicou de postular a reeleição, em 2006, porque, ao ser ungido candidato a governador pelo PSDB em 2002, assumiu o compromisso de apoiar a candidatura de Almir Gabriel, se este viesse a postular um terceiro mandato como governador, na sucessão estadual de 2006. Para a tucanalha e assemelhados, como se vê, o eleitor é um mero detalhe e o exercício do poder decorre de uma ação entre amigos.

        Jatene obteve um segundo mandato na sucessão estadual de 2010, no rastro da desastrosa administração da ex-governadora Ana Júlia Carepa e contando com o decisivo apoio do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, empurrado para os braços do PSDB pelos petralhas, abrigados na DS, a Democracia Socialista, a facção minoritária do PT. Apesar de minoritária, a DS detinha o comando da máquina administrativa estadual, por abrigar Ana Júlia Carepa e sua entourage. Quando Ana Júlia Carepa tentou - primeiramente sozinha, sem qualquer aviso prévio sobre a visita, e depois na companhia do ex-deputado Paulo Rocha - resgatar o apoio de Jader Barbalho, o estrago já estava consumado. Ironicamente, a perfídia dos petralhas foi reeditada pela tucanalha, que tratou de defenestrar do governo os peemedebistas, diante da pretensão do PMDB disputar a sucessão estadual de 2014 tendo como candidato a governador Helder Barbalho, filho e herdeiro político de Jader Barbalho.

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