Se amar é criar uma religião com um deus falível, ninguém melhor que Yolane Nogueira Coelho, a dona Yó, para ilustrar a definição do poeta, ao tentar resumir os eventuais percalços do amor. A despeito do temperamento forte, possível de entrever na determinação com que sempre buscou transformar sonhos em realidade, ela se notabilizou, sobretudo, pela generosidade com a qual se dedicou para tornar possível, no que dela dependia, a felicidade dos destinatários do seu amor. Um amor que não exigia contrapartidas e nem embutia cobranças, mas apenas e tão-somente a sua expectativa em ver felizes aqueles a quem amou.
Por isso o vazio experimentado pelos familiares de dona Yó e por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la menos superficialmente, diante da sua morte, no início da manhã de segunda-feira, 13 de dezembro. Uma morte que se lamenta, naturalmente, apesar das vicissitudes impostas pelo mal de Alzheimer, que sobre ela se abateu, e ao qual se somou uma dolorosa artrose, em ambos os joelhos, a inibir sua locomoção. Se isso serve de alento, dona Yó deixou essa vida tendo ao lado o marido, o discreto "seu" Wilton, do qual foi uma dedicada companheira, a filha, Dolores, que retribuiu seu amor com uma dedicação comovente, os netos e o bisneto, personagens recorrentes de suas conversas, estivesse lúcida, ou não. Além da dona Rosa, a amiga incondicional da família, a qual se dedica, com comovente desvelo, há 27 anos, inclusive como uma segunda mãe dos meus filhos e mais uma das avós do meu neto.
Avó materna e sempre amorosa dos meus filhos, além de uma orgulhosa bisavó do meu neto, com a morte dona Yó nos priva da sua companhia física, mas lega uma indelével lição de vida, que foi amar sem amarras, sem peias. O que fez dela, enquanto a vida assim permitiu, a bússola que orientava, o braço que protegia, a mão que afagava e o coração generoso que perdoava, porque movida pelo amor incondicional. Um amor com início e sem fim, que lhe fez dedicar a vida ao marido e à filha, inicialmente, e depois aos netos e ao bisneto. Sem nem por isso privar da generosidade do seu carinho os irmãos, cunhadas e sobrinhos.
No silêncio das lágrimas saudosas, resta-me agradecer-lhe, agora publicamente, o amor, intenso e incondicional, com o qual contemplou os meus filhos e o meu neto. Além de agradecer-lhe também o carinho com o qual distinguiu-me, expresso nas longas conversas mantidas, enquanto lúcida se conservou e já superadas as eventuais rusgas do passado.
Descanse em paz, dona Yó, é o que me resta sublinhar.
E obrigado. Mas muito obrigado, mesmo. Especialmente pelo amor dedicado aos meus filhos e ao meu neto.
De resto, diante de sua ausência física, fica o alento de que viver, para os que ficam, não é morrer.
Por isso o vazio experimentado pelos familiares de dona Yó e por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-la menos superficialmente, diante da sua morte, no início da manhã de segunda-feira, 13 de dezembro. Uma morte que se lamenta, naturalmente, apesar das vicissitudes impostas pelo mal de Alzheimer, que sobre ela se abateu, e ao qual se somou uma dolorosa artrose, em ambos os joelhos, a inibir sua locomoção. Se isso serve de alento, dona Yó deixou essa vida tendo ao lado o marido, o discreto "seu" Wilton, do qual foi uma dedicada companheira, a filha, Dolores, que retribuiu seu amor com uma dedicação comovente, os netos e o bisneto, personagens recorrentes de suas conversas, estivesse lúcida, ou não. Além da dona Rosa, a amiga incondicional da família, a qual se dedica, com comovente desvelo, há 27 anos, inclusive como uma segunda mãe dos meus filhos e mais uma das avós do meu neto.
Avó materna e sempre amorosa dos meus filhos, além de uma orgulhosa bisavó do meu neto, com a morte dona Yó nos priva da sua companhia física, mas lega uma indelével lição de vida, que foi amar sem amarras, sem peias. O que fez dela, enquanto a vida assim permitiu, a bússola que orientava, o braço que protegia, a mão que afagava e o coração generoso que perdoava, porque movida pelo amor incondicional. Um amor com início e sem fim, que lhe fez dedicar a vida ao marido e à filha, inicialmente, e depois aos netos e ao bisneto. Sem nem por isso privar da generosidade do seu carinho os irmãos, cunhadas e sobrinhos.
No silêncio das lágrimas saudosas, resta-me agradecer-lhe, agora publicamente, o amor, intenso e incondicional, com o qual contemplou os meus filhos e o meu neto. Além de agradecer-lhe também o carinho com o qual distinguiu-me, expresso nas longas conversas mantidas, enquanto lúcida se conservou e já superadas as eventuais rusgas do passado.
Descanse em paz, dona Yó, é o que me resta sublinhar.
E obrigado. Mas muito obrigado, mesmo. Especialmente pelo amor dedicado aos meus filhos e ao meu neto.
De resto, diante de sua ausência física, fica o alento de que viver, para os que ficam, não é morrer.
3 comentários :
Um ciclo que se fecha. A partida de um idoso deveria servir de lição aos jovens que pensam que podem tudo por causa da juventude.Se uma mãe, avó, bisavó, pôde ser cuidada com desvelo ate o fim de sua vida, por um filho ou filha,isso deve ser visto como privilegio para a familia. Morrer assim, é merecimento.Quantos estao em abrigos sem nunca mais receberem um gesto de amor de um membro da familia...
Poderia dizer meus pésames, mas penso tambem em dizer parabens aos familiares desta senhora, cumpriram a missão com honra.
Lucia
Barata, meu querido, peço-te mil perdões pelo retardo do comentário. Só hoje acessei esse lindo post sobre Dona Yó. Esse manifestação pungente do teu carinho por ela certamente servirá para confortar o coração saudoso da minha amiga Dodô. Um beijo fraterno da
Angela Sales
Duas horas da tarde e eu aqui emocionada com suas palavras para esta senhora que não conheci, mas pelo que você descreve era maravilhosa...
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