quarta-feira, 7 de março de 2012

NOVELINO – Subterrâneos das falcatruas

        Segundo fonte do próprio Ministério Público Estadual, se eventualmente carece de provas documentais, o relato de Adiel Fernandes de Luna não embute contradições e revela-se coerente, evidenciando, pelos próprios pormenores, o conhecimento de causa de quem assumidamente participou das falcatruas agora denunciadas. O problema na interlocução com Adiel, adverte a mesma fonte do MPE, é a sua compulsão em manipular o interlocutor. “Se você não ficar atento, ele relata apenas o que lhe convém, sem oferecer uma contrapartida a quem lhe dá voz”, assinala a fonte ouvida pelo blog, sem, contudo, duvidar da veracidade das denúncias. “O relato que ele faz soa verossímil”, constata.
        Não convém, portanto, tomar como blefe o conhecimento de causa enfatizado por Adiel Fernandes de Luna quando revela os subterrâneos das falcatruas relacionadas aos negócios da família Novelino. “Em todos os empreendimentos comerciais e agronegócios (da família Novelino) eu trabalhei. Não é à toa que conheço todos os seus segredos”, sublinha Adiel, em um dos e-mails enviados ao Blog do Barata. Nem mesmo o temor de vir a ser morto como queima de arquivo, por quebrar a lei do silêncio que blinda os bandidos que trafegam no submundo do crime, parece detê-lo. Ele mesmo se encarrega de recordar que as denúncias de caráter penal serão arquivadas, diante da morte de Alessandro Novelino, mas perduram, à espera de apuração, as irregularidades que passam pelas empresas da família do ex-deputado. “Esse é o caso, por exemplo, do uso de laranjas, como eu, Luiz Américo Teixeira de Souza, José Emerson Vieira de Andrade, Vera Lúcia Evangelista, Antonio Souza dos Anjos e muitos outros”, exemplifica.
        No elenco de falcatruas que denuncia, Adiel cita os contratos de constituição e de alterações da empresa Albuquerque & Albuquerque distribuidora de derivados de petróleo. “Os contratos contêm falsificações de assinaturas, inclusive feitas por mim, a mando do deputado, como do sócio que nunca soube que era sócio, Luiz Américo, ou da mãe, Maria do Socorro”, revela. “São crimes de falsificação de documentos públicos, bem como de falsidade ideológica, que precisam ser investigados e a empresa punida”, declara. “Com a perícia grafotécnica das assinaturas será possível constatar que eu realmente fiz as assinaturas e cairá por terra o argumento, utilizado no TRT, de que eu nunca trabalhei para ele (Alessandro Novelino)”, observa Adiel, recordando que essas denúncias foram formalizadas no MPE, em depoimentos prestados ao promotor de Justiça Arnaldo Azevedo, gravados em DVDs.
        “Para poder ter meus direitos trabalhistas reconhecidos vou até o fim, não importando as conseqüências”, assegurou Adiel ao blog. “O protagonista saiu de cena, mas a história não mudou”, arrematou.

Um comentário :

Anônimo disse...

Isso é muito grave (e importante), Barata! Estamos na expectativa para conhecer a verdadeira face da família Novelino, uma das mais ricas do Estado, sabe-se lá de que maneira!