O Pará pouco ou nada auferiu com isso, mas
Jarbas Passarinho foi certamente um dos mais respeitados nomes do regime
militar, um prestígio que sobreviveu ao término do ciclo dos generais, ainda que não tivesse sido traduzido em conquistas para o estado no qual ele fez carreira
política, embora nascido no Acre. Não fossem as idiossincrasias castrenses, e
Jarbas poderia ter sucedido o general-presidente Emílio Garrastazu Médici no
Palácio do Planalto, como rememora Carlos Chagas no livro “A ditadura militar e a longa noite dos generais –
1970-1985 – A história contada por jornais e jornalistas”. No livro, o jornalista relata os
bastidores da sucessão do general-presidente Emílio Garrastazu Médici. E
rememora o que fez naufragar a possibilidade de Jarbas Passarinho tornar-se
presidente, como opção preferencial de Médici, o que permite mensurar a extensão
do seu prestígio durante o regime dos generais.
“Nos bastidores, em
especial castrenses, a luta começara e não terminaria. Médici não mandava tanto
assim, ainda que se lhe faça justiça: não aceitou a prorrogação e nem um novo
mandato”, conta Carlos Chagas. “O Alto-Comando do Exército exigia que o
sucessor fosse um general de quatro estrelas. Atribui-se a Orlando Geisel a
repetição do que dissera em 1969: ‘Não faço continência para coronel’,
argumento que afastou de vez a hipótese Jarbas Passarinho, para quem Médici,
uma vez, enrolou um papel celofane de cigarro, à maneira de um bastão, e disse
que gostaria de passá-lo para ele. O então ministro da Educação, ministro do
Trabalho no governo Costa e Silva, era das poucas e promissoras revelações do
sistema revolucionário, mas fulminado pela hierarquia militar, como antes havia
sido o general Afonso Albuquerque Lima”, acrescenta o jornalista.
Nenhum comentário :
Postar um comentário