Do prestígio político de Jarbas Passarinho
no plano nacional, que perdurou até o recesso do ocaso, não há o que discutir. Mas,
no que se deu também com seu arqui-inimigo paroquial, Alacid Nunes, e repete-se
na atualidade com Jader Barbalho, hoje o morubixaba do PMDB no estado, esse
prestigio não serviu para carrear benefícios para o Pará, embora tenha
pavimentado as benesses dos quais usufruíram aqueles que estiveram em seu
entorno. Durante o ciclo autoritário, por exemplo, o Palácio do Planalto
privilegiou o Amazonas, em detrimento do Pará, ao mesmo tempo em que escapavam
da influência de nossas lideranças os órgãos de desenvolvimento regional, como
Basa, o Banco da Amazônia S/A, e Sudam, a Superintendência de Desenvolvimento
da Amazônia.
Chama atenção também Jarbas, possivelmente
por uma extremada soberba, potencializada pela intolerância castrense, não
permitir-se jamais uma autocrítica sobre os horrores impostos pela ditadura
militar, a respeito dos quais cultivou um silêncio cúmplice. Sem esquecer que
no Pará os golpistas de 1º de abril de 1964 usaram e abusaram de retaliações
ignominiosas, em claras vendetas políticas e pessoais, consumadas a pretexto da
pretensa moralidade pública e da suposta ameaça comunista. Restou-lhe o mérito
inquestionável, é verdade, da probidade pessoal, nem sempre reproduzida em alguns
dos quais foi avalista e nem mesmo entre alguns daqueles que lhes eram íntimos.
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