SINTEPP – Suspeitas envolvem Fernando Carneiro

Ter suas contas aprovadas pelo TRE, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará, e referendadas pelo MPE, não chega a eximir o vereador de Belém Fernando Carneiro, do PSol, das suspeitas suscitadas na representação protocolada no Ministério Público Estadual. Até pelos estreitos laços que o atam a dirigentes do Sintepp, do qual já foi assessor político, segundo a representação feita junto ao MPE, além de haver em comum, conforme também é recordado, a militância no PSol.

O estopim para as suspeitas de desvios de recursos do sindicato para as campanhas eleitorais do PSol, que seriam mascarados de doações eleitorais de dirigentes sindicais como pessoa física, é a contribuição de R$ 8 mil feita pelo coordenador-geral do Sintepp, Beto Andrade, para a campanha a deputado estadual de Fernando Carneiro, nas eleições estaduais de 2014. O dirigente sindical ainda colocou seu carro, uma Kombi de placa OTQ-1971, a serviço do vereador do PSol. “Beto Andrade é só professor da rede pública estadual e, como é sabido de todos, o salário médio de um docente da educação básica é baixíssimo”, fulmina a representação feita, citando que o piso salarial em vigor em 2015, definido pelo Ministério da Educação, fica em R$ 1.917,78. Isso, por si só, na leitura dos denunciantes, tornaria inusitado o valor da doação feita por Beto Andrade à campanha eleitoral de Fernando Carneiro.

Essa promíscua relação entre a direção do Sintepp e o PSol, e mais particularmente com a APS, uma tendência da legenda, ficaria evidente na prática institucionalizada no sindicato de manter um assessor político, pago extra-folha, sempre filiado ao partido. “Outrora o cargo foi assumido por ninguém menos que o vereador Fernando Carneiro”, é relatado na representação protocolada no MPE. De acordo com a representação, hoje quem atua como assessor político, devidamente remunerado para tanto, é Marcos Soares, também militante da APS, a tendência do PSol.