SINTEPP – Nota de repúdio e abaixo-assinado cobram sindicância isenta e afastamento da direção do sindicato

Beto Andrade (à dir.) e Fernando Carneiro (à esq.): no epicentro
das denúncias que minam a credibilidade da direção do Sintepp.

O escândalo das denúncias de malversação dos recursos e dos bens do Sintepp, contidas em representação anônima protocolada no Ministério Público Estadual, deverá ganhar um explosivo desdobramento. Segundo revela em off fonte do Blog do Barata, professores filiados a entidade, mas que não integram a sua direção, articulam, juntamente com alunos e responsáveis de estudantes da rede pública de ensino, uma nota de repúdio e um abaixo-assinado, na esteira das suscitadas contra a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará. A nota de repúdio critica acidamente a falta de transparência da atual administração do Sintepp e o abaixo-assinado cobra a realização de uma sindicância interna por meio de uma comissão de ética isenta e o afastamento da atual direção estadual, até a conclusão das investigações. A nota de repúdio e o abaixo-assinado têm como combustível a ausência de esclarecimentos convincentes da diretoria do Sintepp a respeito das suspeitas suscitadas e a postura silente da oposição representada na direção do sindicato, proporcionalmente à votação obtida. A APS, Ação Popular Socialista, uma tendência do PSol, o Partido Socialismo e Liberdade, fundado por uma dissidência do PT, emergiu como a parcela hegemônica no comando do sindicato, nas eleições de 2014, com 54% dos votos, contra 46% obtidos pelas outras três chapas que disputaram o pleito.

As suspeitas suscitadas passam pelo suposto aparelhamento do Sintepp pela APS, a tendência do PSol que é majoritária na diretoria do sindicato, e alcançam o vereador de Belém Fernando Carneiro, do PSol, uma expressiva liderança da Ação Popular Socialista, até pelo próprio mandato parlamentar exercido, além de colocar em xeque a probidade do coordenador-geral da entidade, Alberto Ferreira de Andrade Júnior, o Beto Andrade, e da coordenadora da Secretaria de Finanças, Maria da Conceição Holanda Oliveira. As notas da direção do Sintepp e do vereador Fernando Carneiro, enviadas ao Blog do Barata após este revelar a existência da representação anônima protocolada no Ministério Público Estadual – sobre a qual o sindicato e o edil mantinham-se até então silentes -, são etiquetadas de “absolutamente insuficientes” em termos de esclarecimentos sobre as suspeitas suscitadas. “Em ambos os casos, usam de evasivas para fugir de maiores explicações, optando por tentar desqualificar as graves suspeitas levantadas, sem, contudo, contestá-las”, avalia um professor, que se dispôs a falar sobre o imbróglio sob a condição de manter o anonimato, para poupar-se de maiores constrangimentos.