Fábrica Esperança: sucateamento levado ao paroxismo por Jatene. |
A casa da mãe Joana. Esta expressão popular,
que designa lugar onde tudo vale, à margem de qualquer pudor ético, é a que
melhor define a situação de abandono na qual submergiu a Fábrica Esperança, a
concluir de denúncia feita ao Blog do Barata. A Fábrica
Esperança é uma OS, organização social, encarregada da reinserção social de egressos do sistema penitenciário e de pessoas que
estejam cumprindo pena privativa de liberdade no regime aberto, prisão
domiciliar ou penas restritivas de direito. Mas, segundo a denúncia, o
sucateamento da OS foi levado ao paroxismo pelo governador Simão Jatene (PSDB),
acidamente criticado por destiná-la, na partilha política da máquina administrativa,
à IURD, a Igreja Universal do Reino de Deus, do autoproclamado bispo Edir
Macedo, acusado pelo Ministério Público paulista de formação de quadrilha,
evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A evolução patrimonial de Macedo, que é proprietário da Rede Record de Televisão, coincide com a disseminação da IURD.
Atrasos nos pagamentos de salários e de
férias são rotineiros, acrescenta a denúncia, de acordo com a qual também são habituais
os atrasos nos fornecimentos do vale-transporte e do vale-alimentação. Atrasos atribuídos
à falta de repasses financeiros pelo governo Simão Jatene, acentua ainda a
denúncia, cobrando a destinação dada aos recursos dos contratos celebrados, um
dos quais com a próspera prefeitura de Parauapebas, que tem atualmente no
comando o prefeito Valmir Queiroz Mariano, eleito em 2012, pelo PSD. “Onde está o dinheiro dos contratos?”,
questiona a denúncia.
A denúncia também assinala as precárias
condições de trabalho, no limite da insalubridade. Basta uma visita ao local
para verificar, in loco, a sujeira do prédio que abriga a Fábrica Esperança, no
qual não faltam paredes rachadas ou mofadas, acrescenta a denúncia, que
arremata advertindo para a ignominiosa situação dos funcionários da OS. “As pessoas que ali trabalham são pais e
mães de família, que acordam cedo e trabalham mais de oito horas por dia, mas
não são respeitados”, observa ainda a denúncia. “Aliás, porque são pobres, os
funcionários temem a demissão e, por isso, não denunciam essas lambanças”,
arremata.
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