SOB CENSURA, POR DETERMINAÇÃO DOS JUIZES TÂNIA BATISTELO, JOSÉ CORIOLANO DA SILVEIRA, LUIZ GUSTAVO VIOLA CARDOSO, ANA PATRICIA NUNES ALVES FERNANDES, LUANA SANTALICES, ANA LÚCIA BENTES LYNCH, CARMEN CARVALHO, ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO E BETANIA DE FIGUEIREDO PESSOA BATISTA - E-mail: augustoebarata@gmail.com
terça-feira, 29 de julho de 2014
TCE – A farra de diárias do despudorado Cipriano
![]() |
Cipriano Sabino, o Cipriano Sabido: despudorada farra de diárias no TCE. |
Atual
presidente do TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará, o ex-deputado estadual
Cipriano Sabino notabilizou-se pelo desdém em relação a pudores éticos. Não por
acaso tornou-se também conhecido como Cipriano
Sabido, alcunha de caráter pejorativo, em alusão à falta de escrúpulos
revelada ao perpetrar suas recorrentes lambanças. E ele aparentemente perdura
fiel ao seu habitual modus operandi,
a concluir da mais recente denúncia feita ao Blog do Barata,
que revela uma despudorada farra de diárias protagonizada por Cipriano ao longo
de 2013.
De
acordo com a denúncia, durante o ano passado o frenético vaivém do presidente
do TCE - “de necessidade duvidosa, para dizer o mínimo”, assinala em off a fonte do Blog do Barata
– rendeu-lhe, em diárias, R$ 96.592,24, o equivalente a mais de 133 salários mínimos. A isto
se somam R$ 131.312,55, que correspondem a mais de 181 salários mínimos,
embolsados a título de férias não gozadas, cada uma das quais no valor de R$
65.656,26. “Férias que seriam graciosas, para um administrador que só se faz
notar, como gestor, pelo empenho em viabilizar arranjos espúrios e a quando do
oba-oba midiático”, dispara ainda a fonte da denúncia. E acrescenta, em tom de
ironia: “Cipriano também pode ser chamado de Abelha, porque quando não está voando, está fazendo cera.”
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Augusto Barata
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06:40
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TCE – Documentos comprovam denúncia
Abaixo,
a reprodução dos documentos que comprovam a denúncia sobre a farra de diárias
de Cipriano Sabino, como presidente do TCE. Clique sobre as imagens, para ampliá-las e permitir a leitura.
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Augusto Barata
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06:31
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TCE – Suspeitas de caixa dois
![]() |
Celso Sabino: pretensões políticas alimentam suspeitas contra irmão. |
Mas
esta não é a única denúncia disparada contra Cipriano Sabino. Embora sem amparo
em provas documentais ou testemunhais, ainda assim varre os bastidores a versão
segundo a qual ele supostamente manteria no TCE um elenco de servidores
fantasmas, presentes apenas nas folhas de pagamento, no que seria a reedição de
um esquema que hipoteticamente teria mantido na Alepa, a Assembleia Legislativa
do Pará, quando deputado. As remunerações e vales-refeições desses fantasmas,
ou pelo menos parte das remunerações e vales-refeições deles, alimentariam um
caixa dois supostamente mantido pelo grupo político de Cipriano Sabino,
conforme essas suspeitas.
As
recorrentes suspeitas que acompanham Cipriano, sobre seu suposto envolvimento
com um hipotético caixa dois, possivelmente têm combustível na tentativa de ter
como sucessor político o irmão, Celso Sabino, servidor de carreira da Sefa, a
Secretaria de Estado da Fazenda, que é suplente de deputado estadual pelo PR e chegou
a pilotar a Seter, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Renda, no
atual mandato do governador tucano Simão Jatene. Cipriano e Celso são filhos do
armador Cipriano Sabino de Oliveira, cuja prosperidade dos negócios depende de
costuras políticas, seguindo o tradicional padrão do empresariado.
Celso
Sabino, porém, fracassou na tentativa de obter um mandato parlamentar em 2010,
apesar de ter feito dobradinha com o Carlos Puty, que elegeu-se deputado
federal pelo PT, contando, para tanto, com a escandalosa utilização da máquina
administrativa estadual, então sob o comando da ex-governadora petista Ana
Júlia Carepa. Na época a Sefa encontrava-se sob o comando de José Raimundo
Barreto, mas Celso, aparentemente, foi cristianizado pelos petralhas de Ana Júlia Carepa, exímios na arte de atropelar, quando
não simplesmente trair - aliados e até os próprios correligionários.
Postado por
Augusto Barata
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06:12
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SUS – Desdém ignominioso com paciente
Chega
ao limite do escárnio o desdém pelos pacientes no SUS, o Sistema Único de
Saúde.
Na
semana passada, por exemplo, uma mãe de família, que ganha a vida como
diarista, levou ao posto de saúde de Benevides o marido, um sexagenário doente
e que sobrevive com uma minguada aposentadoria equivalente ao salário mínimo –
atualmente no valor de R$ 724,00. O homem apresenta-se inchado e reclama de dor
no estômago
Após
atender o paciente, o médico diagnosticou uma suposta gastrite e solicitou,
além de seis exames laboratoriais, a realização de uma endoscopia. Até aí tudo
muito bom, tudo muito bem. O pior viria no arremate da consulta.
Ao
fazer a solicitação dos exames, o médico simplesmente deixou o casal
aparvalhado. Ele advertiu o paciente e a mulher deste de que pelo SUS os exames
só poderiam ser realizados em setembro. E sugeriu que os mesmos fossem feitos
particularmente.
Preocupada
com a situação do marido, com 65 anos e a saúde fragilizada após um acidente de
trabalho, que inclusive precipitou a aposentadoria do sexagenário, a diarista
dirigiu-se ao laboratório Clinlab, em Benfica, localidade de Benevides. No
laboratório, a mulher do paciente ficou previsivelmente atônita: o custo da
batelada de exames, se feitos particularmente, chega a R$ 189,00.
Detalhe:
somado o que marido e mulher ganham, a renda do casal mal chega a dois salários
mínimos. E o casal cria um filho adotivo, ainda adolescente e atrás de emprego,
e uma neta de cinco anos. O filho mais velho, que é casado e mora com a esposa,
professora, embolsa mensalmente um salário mínimo. E a filha, casada e
residindo em Icoaraci, encontra-se desempregada.
“Como
não podemos adiar os exames, vamos ter que amarrar o estômago””, desabafa,
obviamente desolada, a mulher do aposentado.
domingo, 27 de julho de 2014
(IN)SEGURANÇA – Rua João Balbi, o endereço do medo
![]() |
Rua João Balbi: sob o signo do terror, diante da escalada do banditismo. |
É
amarga, profundamente amarga, a situação da população do Pará real, que fica a
uma distância abissal do Pará da propaganda enganosa do governador tucano Simão
Jatene. No quesito segurança pública, por exemplo, o sucateamento do aparato
policial ensejou uma escalada sem precedentes da criminalidade, obviamente
relacionada com os índices sociais pífios exibidos ao cabo dos últimos 20 anos,
16 dos quais passados sob sucessivos governos do PSDB, com o hiato de quatro
anos, entre 2007 e 2010, da administração da ex-governadora petista Ana Júlia
Carepa.
É
ilustrativa, dessa realidade, a atmosfera de terror e pânico sob o qual se
encontram os moradores da rua João Balbi, entre a travessa 14 de Março e a
avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro de Nazaré, ironicamente uma área nobre,
altamente valorizada no mercado imobiliário. Segundo relatos feitos ao Blog do Barata, os moradores desse perímetro da João Balbi
vivem uma apavorante rotina de assaltos, sequestros relâmpagos e arrombamentos de
casas e carros. “Vive-se aqui, hoje, proporcionalmente, um clima de medo comparável
ao provocado pela escalada da criminalidade nas grandes metrópoles”, relata um
morador. “Moro aqui há dois anos e meio, e desde que me mudei
tive o carro, que tenho que deixar na rua por falta de garagem no prédio,
arrombado três vezes”, desabafa outro morador.
(IN)SEGURANÇA – A escalada do crime em julho
Relatam
ainda os moradores da João Balbi, entre a 14 de Março e a Generalíssimo
Deodoro, que habitualmente a escalada da criminalidade, naquele perímetro,
costuma recrudescer em julho, quando o êxodo de veranistas obriga o
deslocamento de contingentes policiais para os principais balneários,
fragilizando ainda mais a segurança pública em Belém. Este ano, porém, a razia
do banditismo foi levada ao paroxismo, acrescentam os depoimentos feitos ao Blog do Barata.
Neste
mês de julho, um prédio daquele perímetro foi invadido por bandidos e teve dois
apartamentos arrombados. De um deles, cuja proprietária encontra-se viajando, simplesmente
levaram o mobiliário e eletroeletrônicos. De outro, cujo morador encontrava-se
momentaneamente ausente, levaram apenas pequenos objetos, possivelmente porque
o frete da bandidagem não comportasse sobrecarga. Para não perder a viagem, no
que seria uma razia complementar, os bandidos ainda tentaram arrombar o cadeado
da portaria de um prédio vizinho, mas, por algum motivo, desistiram e fugiram. “Seria
mais uma ‘limpa’, de consequências imprevisíveis para os moradores presentes”,
desabafa uma vizinha.
Na
madrugada de quinta-feira passada, 24, um carro Volkswagen, estacionado em
frente a um dos prédios do perímetro, foi arrombado e dele surrupiaram o que
era possível levar. No último dia 19, um sábado, uma casa do mesmo perímetro,
cujos moradores encontram-se viajando, foi arrombada. O arrombamento foi
testemunhado pelo porteiro de um prédio das proximidades, que nada pode fazer,
limitando-se a relatar posteriormente, ainda nervoso, o ocorrido, advertindo
para o perigo.
Há
cerca de duas semanas atrás uma moradora do perímetro, quando manobrava para
estacionar o carro em frente ao prédio onde mora, que vem a ser aquele cujo cadeado
da portaria tentaram arrombar, foi abordada por bandidos, em uma tentativa de
sequestro relâmpago. Apavorada, em um impulso ela arrancou com o veículo e
conseguiu escapar, por sorte incólume.
Na
mesma semana em que isso ocorreu, outra moradora, que reside em uma vila ao lado, teve menos
sorte e foi vítima de um sequestro relâmpago, com os prejuízos previsíveis. E
na vila, na qual mora a vítima do sequestro relâmpago, duas casas já foram
arrombadas por assaltantes.
(IN)SEGURANÇA – O Pará real
Se
tudo isso ocorre em um perímetro de uma área considerada nobre de Belém, não é
difícil concluir a atmosfera de insegurança nos bairros da periferia, nos quais
vivem, previsivelmente acuados, porque à mercê da criminalidade, os segmentos
de menor poder aquisitivo da população. Este é o Pará real, que a propaganda
enganosa, financiada com recursos do erário, escamoteia escandalosamente.
Trata-se
de uma realidade cuja crueldade não comporta os panos quentes das paixões eleitorais.
Somos todos contribuintes, bancamos o custo da máquina administrativa - seja
ela federal, estadual ou municipal –, e por isso temos o direito de exigir um
retorno dos inquilinos do poder, aos quais sustentamos, diante das demandas
mais emergenciais. Demandas que incluem setores vitais – educação, saúde,
saneamento básico e segurança pública.
Tudo
bem que é preciso conciliar o socialmente justo com o financeiramente possível. Mas esse
argumento não pode servir de álibi para o imobilismo do qual deriva o sucateamento
dos serviços essenciais, que ao fim e ao cabo maltrata a todos nós, do andar de
baixo daquele habitado pelos poderosos de plantão e seus cúmplices, com diferenças
de grau, mas não de nível.
JATENE – Cai a máscara do ilusionista
O
sucateamento da segurança pública, que está na origem do drama dos moradores da
rua João Balbi, no perímetro entre a travessa 14 de Março e a avenida
Generalíssimo Deodoro, também está presente nas áreas da educação, da saúde e
do saneamento básico. O que nem por isso parece intimidar o governador Simão
Jatene (PSDB), o popular Simão Preguiça,
que postula a reeleição, a despeito das inocultáveis manifestações de indignação
popular. Como, por exemplo, as vaias que amargou, na aula inaugural da UEPA, a
Universidade do Estado do Pará, em 17 de fevereiro deste ano, quando, irritado,
foi obrigado a abandonar o seu recorrente mise-em-scène,
na esteira do qual costuma se atribuir méritos que só a propaganda enganosa
oficial reconhece.
Mas
nada mais eloquente da farsa governamental que o imbróglio protagonizado por Jatene
em Santarém, em 28 de novembro do ano passado, quando inaugurava reformas de
fancaria na escola Rio Tapajós. Bastaram os singelos questionamentos de três
jovens estudantes de nível médio, sobre a precariedade dos serviços feitos,
para tirar do prumo o governador, como mostra o vídeo disponibilizado na
postagem subsequente, veiculado primeiramente no blog do deputado estadual
Parsifal Pontes, do PMDB. O mais expressivo, no episódio, foi que as três
jovens estudantes, todas adolescentes, mantiveram o decoro que faltou a Jatene.
Destemperado, abdicou do seu habitual tom professoral, do qual se vale ao
tentar vender, sobretudo para plateias dóceis, a imagem de empreendedor.
JATENE – O vídeo que registra o destempero
Elevando
o tom, sem nem por isso conseguir intimidar as jovens estudantes, o que o
deixou ainda mais transtornado, Simão Jatene deixou cair a máscara e revelou,
sem qualquer pudor, a intolerância diante do contraditório. Tudo temperado por
um cinismo capaz de corar anêmico, como o revelado pelo governador tucano ao tentar justificar a falta de investimentos nas escolas e o atraso de pagamentos de salários pretextando os gastos com
reposição de carteiras escolares, um item obrigatoriamente incluído em despesas
com material.
O
vídeo abaixo, que registra o destempero de Jatene, ao ser confrontado com
críticas irrespondíveis, foi primeiramente veiculado no blog do deputado estadual
Parsifal Pontes, do PMDB, e pode ser acessado pelo seguinte link:
ASCONPA – “Circo eleitoreiro” causa indignação
![]() |
Emílio, da Asconpa: indignação diante do "circo eleitoreiro" de Jatene. |
“Circo
eleitoreiro”. Assim José Emílio Almeida, presidente da Asconpa, a Associação
dos Concursados do Pará, define a realização da cerimônia de posse no Hangar, o
centro de convenções estadual, com a presença do governador Simão Jatene, dos
concursados aprovados no recente concurso da Sefa, a Secretaria de Estado da
Fazenda - 63 auditores fiscais e 88 fiscais de receita. Ele
assinala que habitualmente a posse de concursados é feita “sem maiores pompas e
circunstâncias” e costuma ocorrer nos órgãos que deverão abrigá-los, sem que
seja registrada a presença do governador. “Com a cerimônia de posse, marcada
para a próxima semana, Jatene pretenderá passar a imagem de bom governante, em
discurso já preparado por algum jornalista marqueteiro. Como aquele que recebe
parte dos R$ 150 milhões anuais que o governador gasta indevidamente com
propaganda”, sublinha, cáustico.
A cutilada de Emílio, no rastro da
crítica ao “circo eleitoreiro” do governador, que postula a reeleição, tem
endereço certo. Trata-se de clara referência a Ronaldo Brasiliense, jornalista
que notabilizou-se como pena de aluguel e mantém estreitos vínculos com o publicitário Orly Bezerra, o
marqueteiro-mor da tucanalha, a banda podre do PSDB. Ele é colunista de O Liberal e editor de O Paraense, um notório jornal de
campanha a serviço de Jatene, e embolsa R$ 70 mil mensais do governo, segundo
revelou o Diário do Pará, com provas
documentais, que incluíram reproduções de e-mails trocados por Brasiliense com
Orly e de faturas da dinheirama paga ao jornalista. O Liberal, no qual Brasiliense mantém uma coluna dominical, é o principal jornal do grupo de comunicação da família Maiorana, inimiga figadal do senador
Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, cujo filho e sucessor político, o peemedebista Helder Barbalho, é o principal adversário de Jatene na eleição para governador. O Diário do Pará, que superou O Liberal em vendagem, é o jornal do grupo de comunicação da família de Jader Barbalho.
ASCONPA – A ácida crítica de José Emílio Almeida
Em
sua ácida crítica ao “circo eleitoreiro” no qual o governador Simão Jatene
transformou a posse dos concursados da Sefa, o presidente da Asconpa salienta a
recalcitrância do atual governo em nomeá-los. “Foram sete meses de longa
espera, com insistentes apelos e mobilizações, tanto dos próprios concursados
quanto do Sindifisco, o sindicato da categoria, para que todos os 151
candidatos aprovados fossem convocados”, recorda José Emílio Almeida. “Somente após intensa e vitoriosa luta em prol de suas nomeações, os aprovados no
concurso público C-172, promovido pela Sefa, serão enfim empossados”,
acrescenta. E ainda salienta: “Como sempre faz, Simão Jatene tentou ignorar a
reivindicação, tratando a questão como assunto menor, de pequena importância,
até que, graças a luta organizada dos concursados, enfim cedeu.”
Na avaliação de Emílio, ao fazer a posse
dos 63 auditores fiscais e 88 fiscais de receita com pompas e circunstâncias,
no Hangar, e a ela fazer questão de comparecer, Jatene é claramente movido por
interesse eleitoreiro. Além, é claro, de pretender minimizar a importância da
mobilização dos próprios concursados e do Sindifisco, acentua ainda o
presidente da Asconpa. “Por isso, para nós, da Associação dos Concursados do
Pará, não resta dúvida de que o objetivo da cerimônia tem apenas intenção
eleitoreira, para que a imprensa tucana e marqueteiros oficiais usem as imagens
na campanha do governador, candidato à reeleição”, dispara Emílio, segundo o
qual o total de concursados à espera de nomeação, pelo governo Simão Jatene,
fica em torno de dois mil candidatos, aí incluídos aqueles que figuram nos
cadastros de reserva.
BOMBEIROS – Carência de soldados
“Governador Jatene, abra concurso para a
contratação de novos soldados para o Corto de Bombeiros.”
O apelo é de internauta, em denúncia
anônima, segundo a qual os soldados do Copo de Bombeiros, devido ao parco contingente
atualmente disponível, estão submetidos a um regime escorchante de trabalho,
obrigados a cumprir uma carga horária mensal de 310 horas, resultante de uma
avalancha de escalas extras, com um agravante - sem o pagamento devido. De
acordo com a denúncia, os soldados são obrigados a cumprir 10 plantões de 24
horas, mais três expedientes de escala extra ou expedientes de seis horas.
O autor da denúncia, possivelmente um
soldado abrigado no anonimato, por temer retaliações, critica o comandante do
Copo de Bombeiros pela indiferença diante da situação. “O coronel Hilberto não quer nem saber, pouco se importa se o
soldado tem vida social, ou não”, sublinha. “Para o comandante, ao que parece,
soltado tem que penas!”, desabafa.
A conferir.
SANTA CASA – Denúncias sobre situação caótica
O caos está instalado na Santa Casa de
Misericórdia do Pará. Isto, pelo menos, é o que garante uma dentre sucessivas
denúncias anônimas, relatando uma situação de suposto caos administrativo,
decorrente de uma gestão definida como refém de conveniências
político-partidárias. Os contratos, hoje, só
seriam celebrados a partir de recomendações políticas, acrescenta a denúncia,
comparando a atual situação com a que levou ao colapso a Santa Casa de São
Paulo, cujo pronto-socorro permaneceu fechado por 30 horas, nesta última
semana, diante da avalancha de dívidas junto aos seus fornecedores.
As denúncias
relacionam a crise administrativa a gerentes e diretores “despreparados”,
criticam acidamente a terceirização, citando como exemplo do caráter deletério
desta o serviço de limpeza, descrito como “um caos”, apontando ainda o abandono
em que se encontra o prédio centenário da instituição. “Ei, alguém precisa
acabar com isso, pois quem acaba pagando é o paciente”, adverte uma das últimas
denúncias.
FÁBRICA ESPERANÇA – A casa da mãe Joana
Fábrica Esperança: sucateamento levado ao paroxismo por Jatene. |
A casa da mãe Joana. Esta expressão popular,
que designa lugar onde tudo vale, à margem de qualquer pudor ético, é a que
melhor define a situação de abandono na qual submergiu a Fábrica Esperança, a
concluir de denúncia feita ao Blog do Barata. A Fábrica
Esperança é uma OS, organização social, encarregada da reinserção social de egressos do sistema penitenciário e de pessoas que
estejam cumprindo pena privativa de liberdade no regime aberto, prisão
domiciliar ou penas restritivas de direito. Mas, segundo a denúncia, o
sucateamento da OS foi levado ao paroxismo pelo governador Simão Jatene (PSDB),
acidamente criticado por destiná-la, na partilha política da máquina administrativa,
à IURD, a Igreja Universal do Reino de Deus, do autoproclamado bispo Edir
Macedo, acusado pelo Ministério Público paulista de formação de quadrilha,
evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A evolução patrimonial de Macedo, que é proprietário da Rede Record de Televisão, coincide com a disseminação da IURD.
Atrasos nos pagamentos de salários e de
férias são rotineiros, acrescenta a denúncia, de acordo com a qual também são habituais
os atrasos nos fornecimentos do vale-transporte e do vale-alimentação. Atrasos atribuídos
à falta de repasses financeiros pelo governo Simão Jatene, acentua ainda a
denúncia, cobrando a destinação dada aos recursos dos contratos celebrados, um
dos quais com a próspera prefeitura de Parauapebas, que tem atualmente no
comando o prefeito Valmir Queiroz Mariano, eleito em 2012, pelo PSD. “Onde está o dinheiro dos contratos?”,
questiona a denúncia.
A denúncia também assinala as precárias
condições de trabalho, no limite da insalubridade. Basta uma visita ao local
para verificar, in loco, a sujeira do prédio que abriga a Fábrica Esperança, no
qual não faltam paredes rachadas ou mofadas, acrescenta a denúncia, que
arremata advertindo para a ignominiosa situação dos funcionários da OS. “As pessoas que ali trabalham são pais e
mães de família, que acordam cedo e trabalham mais de oito horas por dia, mas
não são respeitados”, observa ainda a denúncia. “Aliás, porque são pobres, os
funcionários temem a demissão e, por isso, não denunciam essas lambanças”,
arremata.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
SUASSUNA – “O riso a cavalo e o galope do sonho”
![]() |
Ariano Suassuna: "o riso a cavalo e o galope do sonho" como armas. |
“Cumpriu sua sentença.
Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso
estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o
que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.”
Ariano
Suassuna (1927-2014), dramaturgo,
romancista e
poeta, em “O Auto da Compadecida”.
Para
além da sua importância literária, Ariano Suassuna, que morreu nesta última quarta-feira, 23, em Recife, vítima de um AVC, aos 87 anos, deixa-nos, como parte do seu
legado, uma importante lição, ao evidenciar na prática, efetivamente o
critério da verdade, que o intelectual pleno, que não se deixa engessar pelo êxtase
improdutivo, precisa estar em sintonia com o seu tempo, com o hoje, com o aqui,
com o agora. Não por acaso, com sua comovente coragem moral, ele mostrava-se
capaz de rir de si mesmo, de suas eventuais gafes, circunstanciais tropeços, ou
tudo que entendia como tal. Impossível, por isso, não deixar de admirá-lo,
mesmo que dele se pudesse discordar. Afinal, como deixar de admirar o “realista
esperançoso”, preocupado com “a injustiça secular que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos
despossuídos”, sem nem por isso se tornar refém de qualquer maniqueísmo.
Nada mais emblemático do quanto especial
foi Ariano Suassuna, que sua terna lição de como não permitir o naufrágio da
esperança. "Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e
até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa
dura e fascinante tarefa de viver", ensinou. E com a irreverência que com
ele se confundia, e que dele fazia um personagem tão saborosamente especial,
complementou: “Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos,
e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da
esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o
sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.”
Suassuna
evidenciou, sobretudo, que, por mais dolorosa que seja a ausência física, o “mal
irremediável” ao qual se referiu, “que
iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados”, jamais se compara a dor
de morrer em vida, uma fatalidade incoercível para aqueles que abdicam dos
sonhos e da esperança que ultrapassam os limites das ambições mesquinhas, que nos tornam reféns do medo, o carcereiro da liberdade. Afinal, a vigília dos sonhos e da esperança é o que nos
mantêm plenamente vivos. E nos torna presentes, e assim de alguma forma ainda úteis, nas lembranças dos que ficam.
UFPA – MPF apura suspeitas de fraude em concurso
![]() |
Carlos Maneschy: imagem tisnada pelas suspeitas de fraude na EMUFPA. |
Mais
um escândalo tisna a credibilidade da administração do reitor da UFPA, a
Universidade Federal do Pará, professor Carlos Maneschy, cujo currículo inclui
uma turbulenta passagem como diretor executivo da Fadesp, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa. Trata-se, agora,
das suspeitas de fraude que cercam o concurso público de provas e títulos para
o cargo de professor efetivo da EMUFPA, a Escola de Música da UFPA, com lotação
no ICA, o Instituto de Ciências da Arte. A procuradora da República Melina
Alves Tostes estipulou um prazo de 30 dias, a contar da data do recebimento do
documento do MPF pela UFPA, para que a instituição se manifeste sobre os
questionamentos suscitados, assinala a notícia sobre o imbróglio que figura no
portal do próprio Ministério Público Federal e pode ser acessada pelo link
abaixo:
Segundo
a notícia veiculada no portal do MPF, de acordo com as denúncias que estão
sendo apuradas pelo Ministério Público Federal, a congregação do ICA, na etapa
de julgamento dos recursos dos quesitos bateria, contrabaixo elétrico e
guitarra elétrica, teria ignorado a comissão examinadora dos concursos públicos
em andamento para professores efetivos da EMUFPA. As denúncias acrescentam que
foram instituidas uma comissão especial e uma comissão interna para o
julgamento dos recursos. Além disso, um membro da comissão especial teria
relação de amizade com o candidato que apresentou um dos recursos à banca
examinadora, sublinha ainda a notícia.
O
relato de fonte anônima a respeito, feito ao Blog do Barata,
é permeado por um tom ácido, que permite entrever uma inocultável indignação
por parte do seu autor. “A divulgação do
resultado final do último concurso para professor efetivo da Escola de música
da UFPA, publicado no Diário Oficial da União do dia 3 de julho, é considerada
como o ato final após uma série de ações fraudulentas envolvendo professores e
gestores da instituição, com vista ao evidente favorecimento de alguns
candidatos”, resume o relato. O imbróglio, salienta também o relato, “envolve a
criação de comissão formada por membros próximos a alguns candidatos, visando a
alteração de notas e elaboração de novas respostas a recursos, em detrimento à
avaliação e à soberania das bancas examinadoras originais”.
UFPA – MPF também cobra transparência
![]() |
Melina Tostes: apurando suspeitas de fraude e cobrando transparência. |
Mas
não só as suspeitas de fraude que cercam o concurso público de provas e títulos
para o cargo de professor efetivo da EMUFPA mobilizam a procuradora da
República Melina Alves Tostes. A notícia veiculada no portal do MPF também
revela que este recomendou à presidência do Programa de Pós-Graduação em
Geofísica da UFPA o respeito à resolução do Consepe, o Conselho Superior de
Ensino, Pesquisa e Extensão, divulgando, em locais de fácil acesso, a lista de
aprovados com a classificação e as notas das provas realizadas, tanto em cada
fase, quanto ao final do processo seletivo de pós-graduação em Geofísica, turma
de 2014.
De
acordo com a notícia, a procuradora da República Melina Alves Tostes
estabeleceu o prazo de 10 dias, a contar do dia do recebimento do documento
pela UFPA, para que esta se manifeste sobre a recomendação do MPF.
UFPA – A notícia veiculada no portal
Segue
abaixo, na íntegra, a notícia sobre as suspeitas de fraude que cercam o concurso
público de provas e títulos para o cargo de professor efetivo da EMUFPA, a Escola
de Música da UFPA, com lotação no ICA, o Instituto de Ciências da Arte.
MPF recomenda a
regularização de concursos da UFPA
A instituição
tem de dez a trinta dias para se posicionar sobre o acatamento das
recomendações.
21/07/2014 às 11h27
O Ministério Público
Federal (MPF) recomendou que a Universidade Federal do Pará (UFPA) suspenda a
nomeação dos candidatos aprovados no concurso público de provas e títulos para
o cargo de professor efetivo da instituição, com lotação no Instituto de
Ciências da Arte (ICA), até o fim da apuração de irregularidades identificadas
no processo seletivo para o preenchimento das vagas.
De acordo com denúncias
em apuração pelo MPF, a Congregação do Instituto de Ciências da Arte, na fase
de julgamento dos recursos dos temas Bateria, Contrabaixo Elétrico e Guitarra
Elétrica, teria ignorado a comissão examinadora dos concursos públicos em
andamento para professores efetivos da Escola de Música da Universidade Federal
do Pará (EMUFPA) e instituído uma comissão especial e uma comissão interna para
o julgamento dos recursos. Além disso, um membro da comissão especial teria
relação de amizade com o candidato que apresentou um dos recursos à banca
examinadora.
Outra
recomendação - O MPF recomendou, também, que a presidência do
Programa de Pós-Graduação em Geofísica da UFPA obedeça a resolução do Conselho
Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e divulgue, em locais de
fácil acesso, a lista de aprovados com a classificação e as notas das provas
realizadas, tanto em cada fase, quanto ao final do processo seletivo de
Pós-Graduação em Geofísica, turma de 2014.
A procuradora da
República Melina Alves Tostes estabeleceu o prazo de 30 dias para a primeira e
de 10 dias para a segunda recomendação, a contar do dia do recebimento do
documento pela UFPA, para que a instituição se manifeste, de forma
fundamentada, sobre o acatamento ou não dos pontos levantados pelo MPF.
Acesse a primeira
recomendação aqui.
Acesse a segunda
recomendação aqui.
George Miranda
Ministério Público
Federal no Pará
Assessoria de
Comunicação
(91) 3299-0148 / 8403-9943 / 8402-2708
http://twitter.com/MPF_PA
JATENE – Seduc, valhacouto de cabos eleitorais
No
desespero de tentar obter a reeleição, o governador tucano Simão Jatene, o Simão Preguiça, na falta de realizações
mais expressivas, além daquelas trombeteadas pela propaganda enganosa, parece
decidido a mandar os escrúpulos às favas e instituir o vale-tudo eleitoral.
Isto é o que se conclui da revelação feita por José Emílio Almeida, presidente
da Asconpa, a Associação dos Concursados do Pará, de acordo com o qual Jatene
transformou a Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, em valhacouto de cabos
eleitorais. Como exemplo, Emílio cita as contratações como servidores
temporários, como professores, pelo período de dois anos, a contar de 10 e 27
de março deste ano, respectivamente, da vereadora Vânia da Silva Pinto, de
Terra Alta, e do vice-prefeito de São Domingos do Capim, Roberto Bastos da Costa,
ambos do PSDB, partido do governador. As contratações de Vânia da Silva Pinto e
de Roberto Bastos da Costa foram publicadas nas edições 32.597 e
32.610 do DOE, o Diário Oficial do Estado,
respectivamente.
Emílio
sublinha, a propósito, que as contratações da vereadora e do vice-prefeito, em
plena refrega eleitoral, evidencia a clara determinação de Jatene em sepultar
qualquer pudor ético e valer-se da máquina administrativa estadual, na
tentativa de conseguir, a qualquer preço, um novo mandado. Isso é tanto mais
evidente, salienta também o presidente da Asconpa, que as contratações de Vânia
da Silva Pinto e Roberto Bastos da Costa ocorrem a despeito da Seduc, a
pretexto da falta de recursos, se recusar a nomear os aprovados no concurso
público C-167. “A denúncia, com clara evidência de improbidade
administrativa e crime eleitoral, será juntada ao processo, com pedido de
providências, que eu mesmo protocolarei no Ministério Público Federal”, arremata
Emílio.
MEMÓRIA – Os anos JK, segundo Tendler
Do
mesmo autor de “Jango”, Silvio Tendler, outro importante documentário, que igualmente
resgata um importante período da História do Brasil, também já está disponível
na internet. Trata-se de “Os Anos JK, Uma Trajetória Política”. Da mesma forma
como “Jango”, o documentário sobre o ex-presidente Juscelino Kubitschek permite às novas gerações um acesso à trajetória
de um político que, populista ou não, teve o mérito de conciliar
desenvolvimento e democracia. E para quem já se deleitou com o trabalho de
Tendler, é a oportunidade de revê-lo.
“Os
Anos JK, Uma Trajetória Política” pode ser acessado pelo link abaixo:
terça-feira, 22 de julho de 2014
SUS – Descaso ameaça vida de criança de 4 anos
Entraves
burocráticos ameaçam a vida de uma menina de apenas quatro anos, cujo pai,
atualmente desempregado, depende do SUS, o Sistema Único de Saúde, para
viabilizar a cirurgia cardíaca complementar da filha, em São Paulo. Ano passado,
diante da morosidade do SUS e após aguardar por uma solução para o problema por
dois anos, o pai da criança, então empregado, valeu-se de um plano de saúde
para viabilizar a cirurgia cardíaca da qual necessitava a filha, feita, enfim,
no Instituto Zerbini. A criança, porém, necessita de uma cirurgia complementar,
por recomendação expressa dos médicos que atenderam-na no Instituto Zerbini,
mas que, hoje, o pai da pequena paciente não tem como bancar.
No
Hospital das Clínicas, do qual depende o encaminhamento da criança para o
Instituto Zerbini, via SUS, o máximo que os pais da pequena paciente obtiveram
foi a explicação de que existem casos mais graves que o da filha. Uma
justificativa execrável, emblemática da ignominiosa indiferença pela vida
humana por parte dos responsáveis pela saúde pública no Pará. A preservação da
vida humana não comporta prioridades, quando depende, apenas e tão somente, de
um mínimo de eficiência e sensibilidade dos responsáveis pela administração da
saúde pública, até porque esta é financiada por todos nós, contribuintes.
(IN)SEGURANÇA – Condor à mercê da bandidagem
A
reclamação feita em comentário anônimo, postado no Blog do Barata, é revelador
da escalada da criminalidade no Pará, em geral, e em Belém, em particular.
“A
Polícia Militar não abandonou só a rua Gaiapós;
ela abandonou todo o bairro da condor!”, queixa-se o internauta,
previsivelmente abrigado no anonimato, diante do justo temor de retaliações –
seja da bandidagem, seja dos policiais. “Não se tem mais rondas policiais pelo
bairro; ladrões da Terra Firme, Cabanagem, Guamá e até de Outeiro estão vindo
roubar no bairro”, prossegue o depoimento. “Andar pelo bairro é a treva! Ladrão
brincado de pira. Quando, uma vez na vida, ou na morte, a policia passa, os
bandidos viram as costas, disfarçam, e depois voltam a roubar, instalando o
pânico no bairro, devido a PM não revistar ninguém”, conta o internauta
anônimo, antes de arrematar com um desabafo: “(Governador Simão) Jatene, a
Polícia Militar no bairro da Condor sumiu, ou tá fazendo corpo mole!”
VEXAME – Quando a Seleção não foi a campo
No
vídeo abaixo, cuja produção é atribuída à BBC, uma alegoria sobre o vexame
anunciado, protagonizado pela seleção brasileira, diante da Alemanha, na
recente Copa do Mundo, realizada no Brasil.
O
título do vídeo – “W.O. na Copa do Mundo/ Alemanha goleia – Brasil não entra em
campo” – é emblemático do que foi a partida, na qual a seleção alemã goleou por
7 a 1 o time comandado por Felipão.
MEMORIALISMO – Geneton resgata Maracanazo
Para
os amantes do chamado esporte bretão que não se contentam com a simples troca
de guarda na comissão técnica da seleção, defendendo mudanças estruturais no
futebol brasileiro, é indispensável a leitura de “Dossiê 50”, do jornalista
Geneton Moraes Neto. O livro, lançado pela Maquinária Editora, resgata os
bastidores do maracanazo, termo
cunhado para designar a inesperada e traumática derrota do Brasil para o
Uruguai, por 2 a 1, na final do Mundial de 1950, em pleno Maracanã, na época o maior
estádio do mundo, construido na esteira da realização da primeira Copa do Mundo
disputada no Brasil.
Os
depoimentos dos jogadores brasileiros que participaram daquela decisão são
reveladores das mazelas que desde aquela época perseguem o futebol brasileiro.
Mazelas acentuadas pela mercantilização do futebol, levada ao paroxismo,
ensejando frequentes conflitos de interesses. Estigmatizados pelo tropeço, os
jogadores que amargaram aquela fatídica derrota diante do Uruguai, certamente
estão redimidos, diante do desastroso fracasso da nova família Scolari, perante
um Mineirão aparvalhado pela goleada de 7 a 1 imposta pela seleção alemã.
Mas “Dossiê
50” é muito mais do que sugere a modéstia de Geneton Moraes Neto, assinala Mino
Carta, jornalista que comandou as equipes que criaram as revistas Veja, Quatro Rodas, IstoÉ e CartaCapital. “É aula de jornalismo, mas
também subsídio indispensável à História”, arremata Mino Carta, na contracapa do livro.
DILMA – A reeleição ameaçada
“Vai
ficando cada vez mais evidente que a grande chance de Dilma ser reeleita é
arrancar a vitória no primeiro turno. O que, pelo andar da carruagem, parece
bastante improvável. Ela vai mal em São Paulo e cai no Nordeste, entre as
mulheres e nas grandes cidades, que são irradiadoras de votos.”
Esta,
pelo menos, é a avaliação da jornalista Eliane Castanhêde, da Folha de S. Paulo, ao comentar o
resultado da mais recente pesquisa de intenção de voto do Datafolha sobre a
sucessão presidencial. Em sua coluna de domingo, 20, ela chama atenção para o
alto índice de rejeição amargado pela presidente Dilma Roussef, na campanha
pela reeleição, sinalizada
A
análise de Eliane Castanhêde pode ser acessada, na internet, pelo seguinte
link:
DILMA – A leitura de Eliane Castanhêde
![]() |
Segundo Eliane Castanhêde, rejeição ameaça a reeleição de Dilma. |
Abaixo,
a transcrição, na íntegra, da análise de Eliane Castanhêde, intitulada
“Gastando cartuchos”, sobre os percalços enfrentados pela presidente Dilma
Rousseff para obter um segundo mandato:
Gastando cartuchos
BRASÍLIA – Sabe o dado mais importante
do Datafolha? Eduardo Campos, que só tem 8% das intenções de voto, dá um salto
espetacular para 38% num eventual segundo turno entre ele e a presidente Dilma
Rousseff. Como assim?
A
única explicação é que as pessoas não votariam a favor dele, mas contra Dilma e
o PT. A rejeição dela bate em 38%, o dobro da de Aécio (17%) e mais que o dobro
da de Campos (12%); e a avaliação péssimo/ruim do governo bate em 29%.
Vai
ficando cada vez mais evidente que a grande chance de Dilma ser reeleita é
arrancar a vitória no primeiro turno. O que, pelo andar da carruagem, parece
bastante improvável. Ela vai mal em São Paulo e cai no Nordeste, entre as
mulheres e nas grandes cidades, que são irradiadoras de votos.
Dilma
ainda é favorita (36%), mas se a eleição for para o segundo turno, a coisa pode
ficar feia. A diferença entre ela e Campos é de apenas sete pontos (45% a 38%).
Entre ela e Aécio, que já foi de 27 pontos em fevereiro, caiu para irrisórios
quatro pontos (44% a 40%) em cinco meses. Considerando a margem de erro de dois
pontos, há empate técnico entre Dilma e Aécio, que tem muito menos exposição.
A
situação da candidatura de Dilma acirra os ânimos do PT e do seu grande líder,
Lula, que vive hoje um triplo pesadelo: Geraldo Alckmin com mais de 50% para o
governo e José Serra na dianteira para o Senado em São Paulo e Dilma gastando
todos os seus cartuchos sem acertar o alvo para a reeleição.
Se
Dilma está assim com Copa, Brics, presidentes da Rússia, da China e da América
do Sul e uma série de entrevistas, como poderá evoluir bem daqui em diante?
Ela
tem mais do que o dobro do tempo de TV de Aécio e Campos na campanha, mas TV e
marketing não fazem milagre. Talvez a economia fizesse, mas os ventos
internacionais não induzem ao otimismo. Nem o desempenho do governo Dilma até
aqui.
HISTÓRIA – Jango revisto por Silvio Tendler
Para
as novas gerações, em especial, porque apresentadas a uma marcante passagem da
História recente, mas também para aqueles que testemunharam, alguns precocemente,
aquele conturbado período, vale a pena ver ou rever “Jango”, o festejado
documentário de Silvio Tendler, que pode ser acessado, via internet, pelo link
abaixo:
No
documentário, Tendler, um respeitado e premiado cineasta, resgata a trajetória
do ex-presidente João
Goulart,, popularmente
conhecido como Jango, e com ela um
importante capítulo da História do Brasil. Jango
foi deposto pelo golpe de 1º de abril de 1964, no rastro do qual o Brasil
mergulhou na noite negra da ditadura militar, que se estendeu por 21 anos. João
Goulart só retornou ao Brasil morto e seu funeral foi realizado a toque-de-caixa,
por determinação expressa dos militares, que temiam manifestações populares
pela morte do ex-presidente.
O
documentário, lançado exatos 20 anos após o golpe militar de 1º de abril de 1964,
com o sugestivo subtítulo "Como, quando e por que se derruba um presidente", refaz a trajetória
política de Jango, valendo-se de
imagens de arquivo e de depoimentos de importantes personalidades políticas como
Afonso Arinos, Leonel Brizola, Celso Furtado e Magalhães Pinto, entre outros.
Eleito
vice-presidente pelo voto direto, quando presidente e vice precisavam ser
legitimados pelas urnas, independentemente de legendas, Jango tornou-se
presidente com a traumática, porque inesperada, renúncia do ex-presidente Jânio
Quadros. Para tanto, porém, teve que superar resistências dos militares, por
seu passado como ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, quando patrocinou
conquistas trabalhistas que soavam intoleráveis para os setores conservadores.
As
preocupações sociais de Jango como presidente, apesar do estilo claudicante, e
a mobilização das esquerdas por reformas de base, fizeram recrudescer a
intolerância da caserna, oferecendo aos militares o álibi para o golpe abortado
com o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas. E também frustrado pela
canhestra tentativa golpista da UDN, a União Democrática Brasileira, via o
vice-presidente Café Filho, que tornou-se presidente com a morte de Vargas, diante
da vitória de JK, Juscelino Kubitschek, para presidente,
e de Jango, para vice-presidente, nas
eleições de 3 de outubro de 1955.
Na época, o jornalista Carlos Lacerda,
publicou em seu jornal a Carta Brandi,
uma falsa missiva, supostamente enviada pelo deputado
argentino Antônio Jesús Brandi a Jango,
atribuindo a este a intenção de importar clandestinamente armas da Argentina
para armar grupos operários. Eleito posteriormente governador do Estado da
Guanabara, hoje Rio de Janeiro, Lacerda estimulou até a exaustão o golpe
militar de 1º de abril de 1964, mas acabou politicamente alijado pelos
militares, pelos quais ainda teve seus direitos políticos cassados, ao tentar
articular uma Frente Ampla com os ex-presidentes JK e Jango, dois quais fora inimigo figadal.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
TEATRO – O revide ao escracho dos poderosos
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“Só
Dói Quando Eu Rio”: revide ao deboche dos poderosos de plantão, a atração teatral deste mês , no Teatro Cuíra. (FOTO LEANDRO LIMA) |
“Um
texto que tem o escracho como ponto fundamental. O objetivo é fazer rir e, rindo,
fazer pensar.” Assim o diretor e elenco do espetáculo definem “Só Dói Quando Eu
Rio”, que o Grupo Cuíra do Pará, em parceria com o Coletivo TartaRuga,
apresenta neste mês de julho. O espetáculo tem estréia prevista para esta
quarta-feira, 9, às 20 horas, e ficará em cartaz todas as terças e quartas-feiras deste mês, no mesmo horário, no Teatro Cuíra, na travessa 1º de Março com a rua Riachuelo, a uma quadra da
avenida Presidente Vargas, na altura da Praça da República. Os preços dos ingressos não poderiam ser mais acessíveis: R$ 20,00, a inteira, R$ 10,00, a meia.
“A
fábula criada coletivamente tem influência de Dias Gomes em ‘O Bem Amado’, com
a fictícia cidade de Sucupira como pano de fundo para apresentar acontecimentos
surreais”, acrescentam Cláudio Melo, diretor, que também atua como ator, e os demais atores. “Belém chegou a um
ponto de acontecimentos tão fantásticos, que só mesmo o deboche para tentar
jogar alguma luz no que estamos vivendo”, assinala, por sua vez, Cláudio Melo,
diretor e ator do espetáculo. A peça escracha com personagens da política, das
artes e da cidade, antecipam diretor e elenco.
Resgate - “Só Dói Quando Eu Rio” resgata
o gênero do besteirol, uma tendência surgida na década de 80 do século passado, em diversas
linguagens artísticas, caracterizada por uma forma debochada de humor, crítica
social e política. “Somos vítimas o tempo todo do deboche que os políticos
paraenses fazem com a gente. O que estamos fazendo agora, nada mais é do que
devolver a piada”, reforça o ator Jeferson Cecim.
Uma
das inovações na estrutura do espetáculo fica por conta do repertório,
sublinham diretor e atores. O grupo promete que a cada terça e quarta-feiras o
público presenciará um espetáculo totalmente diferente. Para essa temporada até
mesmo o prédio do teatro Cuíra sofrerá modificações. “Já na chegada queremos
deixar o público no clima do espetáculo. Então, até mesma a bilheteria mudará a
sua forma de vender ingressos. Venderemos até cervejinhas. O hall, de repente,
pode virar espaço cênico. Tudo poderá acontecer com esse elenco”, explica,
rindo, a produtora Zê Charone.
“A
referência está ligada a outra surpresa do espetáculo. Não há um texto escrito.
Tudo é improvisado. Até mesmo a maneira de fazer a cena e o local onde
acontecerá será decidido pelos atores na hora em que o público estiver presente”,
antecipam ainda diretor e atores do espetáculo. “Temos um elenco de atores
tarimbados. Todos eles têm mais de vinte anos de profissão. Então resolvemos
tirar proveito disso. Decidimos fazer um espetáculo de estrutura livre, onde a
bagagem dos atores se sobressaia”, arremata Cláudio Melo.
SERVIÇO
“Só Dói Quando Eu Rio”
Autor
- Criação
Coletiva.
Direção
– Cláudio
Melo.
Assistente
de Direção –
Ronildo Carvalho.
Customização
de Figurinos e Bonecos – Jefferson Cecim.
Iluminação
–
Ronaldo Rosa e Leandro Lima.
Operação
de Sonoplastia e Teclados – Leoci Medeiros.
Produção
–
Zê Charone.
Realização
–
Grupo Cuíra e Coletivo TartaRuga.
Elenco
- Cláudio
Melo, Paulo Vasconcelos, Adriano Barroso, Jeferson Cecim, Ronaldo Rosa, Leoci
Medeiros, Astrea Lucena e Ronalda Salgado.
Local
–
Teatro Cuíra, na travessa 1º de Março, com a rua Riachuelo, a uma quadra da
avenida Presidente Vargas, na altura da Praça da República.
Dias e horário
– Todas as terças e quartas-feiras de julho, sempre às 20
horas.
Ingressos
– R$ 20,00, a inteira; e R$ 10,00, a meia.
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