sábado, 25 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 – Precedentes alimentam suspeitas

Primeira governadora eleita da história do Pará, depois de ter sido também a primeira senadora eleita pelo Estado, Ana Júlia Carepa tem uma trajetória de perfídia política que alimenta a suspeita de traição ao PMDB e, em particular, ao ex-governador Jader Barbalho.
São exemplos do pragmatismo de ética duvidosa da governadora Ana Júlia Carepa sucessivos episódios, abaixo relacionados:

Deslealdade com Edmilson - Assim foi com o então prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, do qual Ana Júlia era vice-prefeita. Eleitos em 1996, pelo PT, em uma breve interinidade ela fez aprovar a extinção do laudêmio, que Edmilson relutava em extinguir. Foi aí que deu-se o rompimento entre os dois, a partir do qual Edmilson passou a retaliá-la, inclusive de uma forma inescrupulosa, que em nada dignificou a biografia política do ex-prefeito.

Negociações com Almir – Rompida com Edmilson, que passou a dispensar-lhe um tratamento covardemente humilhante, consta que Ana Júlia, na mutação própria dos arrivistas, deixou os supostos princípios de lado e esteve muito próxima de abandonar o PT, migrando para o PDT, que integrava a coalizão de partidos “União pelo Pará”, comandada pelo PSDB. As conversações não teriam prosperado porque o então governador Almir José Gabriel teria descartado a possibilidade de Ana Júlia ser ungida, antecipadamente, a candidata da “União pelo Pará” à prefeitura de Belém, nas eleições municipais de 2000.
Depois disso, Ana Júlia teria optado por permanecer no PT, persuadida por Marcílio de Abreu Monteiro, seu ex-marido e pai da filha da governadora. Atual secretário estadual de Projetos Estratégicos, Marcílio é apontado como a verdadeira eminência parda do atual governo, depois de fazer carreira pública sob a sombra da governadora, sobre a qual exerceria forte ascendência. Assim, Ana Júlia voltou atrás e optou por permanecer no PT, elegendo-se vereadora por Belém, em 2000, com uma votação histórica, para em 2002 tornar-se a primeira senadora eleita da história do Pará e, posteriormente, a primeira governadora eleita do Estado, em períodos intercalados pela derrota na disputa pela prefeitura de Belém, em 2004.

Traição a Elcione Barbalho – Em 2002 Ana Júlia virtualmente traiu a hoje deputada federal Elcione Barbalho, ex-mulher do ex-governador Jader Barbalho, ao boicotar um acordo costurado pelo PMDB com o PT, pelo qual, como favorita absoluta a uma das duas vagas ao Senado, faria dobradinha com a candidata peemedebista, para evitar a eleição, para a outra vaga, de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, então no PSD. Com seu boicote ao acordado, Ana Júlia contribuiu para a eleição de Duciomar Costa. Diante do desastre anunciado, restou ao PT publicar nos jornais, no dia da eleição, uma patética nota oficial, recomendando o voto em Elcione Barbalho, do PMDB, como opção para evitar a vitória de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, que acabou eleito.

Golpe contra Maria - Ainda em 2002, já no segundo turno da sucessão estadual, Ana Júlia inviabilizou as chances de vitória da deputada estadual Maria do Carmo Martins, candidata do PT ao governo, ao se opor, de forma tenaz, a um acordo com o ex-governador Jader Barbalho. Este, em revide, atendeu aos apelos do tucano Simão Robison Jatene, a quem ajudou a vencer, por uma minguada diferença de votos.

Apoio de Jader Barbalho – Em 2006, quatro anos depois, Ana Júlia tratou de deletar, mais depressa que rapidamente, as objeções éticas ao ex-governador Jader Barbalho, ao qual muito deve - da viabilização da sua candidatura até a vitória sobre o ex-governador tucano Almir José Gabriel.
Primeiramente, Jader, a quem Ana Júlia tanto satanizou em passado recente, convenceu o presidente Lula das chances de vitória da candidatura da então senadora petista. Depois disso, traçou a estratégia capaz de levar a disputa pelo governo do Estado para o segundo turno, alternativa capaz de permitir, tal qual ocorreu, a vitória de Ana Júlia sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel. Assim, Ana Júlia tornou-se a primeira governadora eleita da história do Pará, sem nenhum constrangimento pelo apoio de Jader Barbalho, o seu sagaz estrategista e mais ilustre cabo eleitoral.

A rasteira em Mário Cardoso – O ex-deputado estadual Mario Cardoso, a cuja candidatura a prefeito de Belém Ana Júlia detonou antecipadamente, ao defenestrá-lo do governo sob a pecha de incompetente, em um gesto de inequívoca retaliação política, vem a ser aquele que, em um gesto de generosidade, tornou possível sua candidatura a governadora em 2006. Naquela altura, ele era o candidato do partido e, sem nenhuma barganha, renunciou à sua candidatura. Isso não o poupou da covarde vendeta política da governadora, ensandecida com a derrota imposta à DS, tendência interna do PT na qual milita Ana Júlia, pelo Campo Majoritário, a facção a que pertence Mário Cardoso, na disputa pelo diretório municipal de Belém.
A campanha de Mário Cardoso foi acompanhada com indiferença pelo governo Ana Júlia Carepa. Somente quando as pesquisas passaram a sinalizar a possibilidade de ascensão de Mário Cardoso é que o candidato petista passou a contar com o apoio do Palácio dos Despachos. Mas aí o estrago já havia sido consumado. O resultado de toda essa lambança foi Mário Cardoso ser superado por Priante, por uma pequena margem de votos, e ficar de fora do segundo turno da eleição para prefeito de Belém.

6 comentários :

Anônimo disse...

Vc esqueceu de citar, que a maioria dos secretários estaduais é da DS. Pô, tá na hora desse povo "fundar um partido". Assim como está, priorizando apenas a DS, essa senhora não se reelege. Certo? hahahahahahaha
D. Álvara

Anônimo disse...

Caramba, dessa vez vc está óóóóóótimo. Adoreeeeeeeeei.
Quem viver verá!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Égua!garotinha sem palavra essa carepinha,mas o que é dela tá guardado,só faltam 2 anos, já tem gente que tá abandonando o barco.

Anônimo disse...

Barata,

Sou fã da Ana Júlia, votei nela varias vezes, desde vice na chapa com Edmilson ate agora para o Governo do Estado!!

Em 2006, após a apuração, quando tornou-se a primeira mulher que iria governar esse Estado, estávamos celebrando essa vitória na Praça do Operário, juntamente com milhares de pessoas... Naquele momento, vi "com meus próprios olhos" a força política que ainda tem o Jader Barbalho pois, como todos sabem, se não fosse por seu apoio ela hoje não estaria no poder...

Nessa noite, em pensamento, 'falei' "quando o Jader precisar de meu voto, seja pra quem for, estarei apto a dar-lhe... em gratidão por ter colocado Ana Julia no Governo do Estado!!

No primeiro turno votei na Marinor Brito. Agora no segundo turno irei votar em Priante, não que ele mereça ou desmereça, votarei em Priante como forma de gratidão ao Jader Barbalho, pelas razões expostas acima.

Espero que todos e todas que votaram em Ana Julia para o Governo do Estado façam o mesmo, retribuam o apoio decisivo que a fez ser a primeira Governadora do Pará.

Sem contar que votar em Duciomar, nuuuuuuuunca!! Chega de incompetencia!!

Boa sorte a Belém!!

Anônimo disse...

Barata,
muito pai-d'égua tua análise. De fato, que saudades dos tucanos, porque pelo menos eram sacanas e a gente sabia que eram mesmo. Mas essa turma da facção petista...pelo amor à Virgem ,no dia de hoje, meu! Podem ir se coçar lá no raio que os parta!
Nessa turma comandada pela Júlia de balé e samba, votar nuuuuunca mais!!!

Anônimo disse...

Fizeste uma análise perfeita e irretocável. Tais histórias (sacanagens) sem tirar nem por, já escutei de alguns petistas.