ELEIÇÕES – O suposto acordo entre PMDB e PSDB, uma possibilidade que o passado não permite descartar

Não vou perder tempo com a estultícia arrogante dos prepostos em busca da notoriedade, só possível por ostentarem a mediocridade orgulhosa de si própria. Tentar condicionar a credibilidade de uma notícia a identificação, ou não, da fonte da informação, por exemplo, está na contramão das evidências diárias do jornalismo. De precedentes históricos até escândalos paroquiais, como a descoberta da corrupção sistêmica na Assembleia Legislativa do Pará – na época denunciada em primeira mão pelo Blog do Barata –, temos exemplos de revelações feitas por fontes abrigadas no anonimato, em denúncias posteriormente confirmadas pelos fatos.

Foi sob essa perspectiva que o Blog do Barata optou por noticiar a versão sobre o suposto apoio subterrâneo do PMDB ao prefeito tucano Zenaldo Coutinho (PSDB), na disputa pela Prefeitura de Belém, em acordo que passaria pela candidatura ao governo do estado, em 2018, do peemedebista Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional do governo do presidente Michel Temer. Uma versão que não conviria esquecer, desconhecer ou enterrar como indigente, na terra do vale-tudo eleitoral, ainda que as evidências posteriores não corroborem-na integralmente, embora perdurem interrogações sem resposta convincente. Como, por exemplo, sobre o porquê do PMDB manter-se equidistante na eleição para a Prefeitura de Belém, neste segundo turno, em uma disputa tão polarizada, travada entre candidaturas tão díspares. Ou sobre o porquê da vertiginosa ascensão de Zenaldo Coutinho, capaz de fazê-lo superar a votação do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL). Uma ascensão, registre-se, na contramão de todas as pesquisas de intenção de voto, a despeito do atual prefeito protagonizar uma gestão pífia, ainda que maquiada, na undécima hora, por frentes de trabalho e pelo assistencialismo eleitoreiro, ao qual é previsivelmente sensível o eleitorado carente, de necessidades prementes.