Com um cinismo de corar anêmico, a
representação do deputado Coronel Neil vagueia entre a estultícia e a má-fé, ao
tentar desqualificar a suspeita que recai sobre o parlamentar como ilustre
sujeito oculto do imbróglio sobre a utilização da PM para coagir e intimidar
desafetos, seus e da sua mulher, Danielle Arrais
de Sousa. Assim, por exemplo, o constrangimento a que foi submetido pela PM Osvaldo
de Nazaré Bezerra da Silva - funcionário de Marcela Santana Arrais, a viúva de
Marcus Arrais, sogro do parlamentar e a qual são hostis o deputado e sua mulher
– é apresentado como um episódio prosaico. Sem antecedentes criminais, depois
de ser visto em uma agência bancária por Danielle Arrais de Sousa, mulher do
deputado Coronel Neil, ele foi submetido a uma revista arbitrária e graciosa
por PMs, chegando a ser xingado pelo PM lotado no gabinete do deputado,
conforme a denúncia do MPE. Na versão exposta na representação, Osvaldo de Nazaré
Bezerra da Silva, que não tem antecedentes criminais, foi “apenas revistado
como qualquer cidadão pode ser”!
A representação ainda
envereda por um tosco sofisma e resvala para a balela, pura e simples, ao
pretender criminalizar o Blog do Barata, atribuindo-lhe a intenção de
“prejudicar o candidato, através da difamação e da calúnia”, em uma ilação
própria de quem mede os outros pela sua própria régua. A justificativa para a
ignominiosa ilação é a revelação a respeito da denúncia do Ministério Público,
sobre o imbróglio no qual figura como ilustre sujeito oculto o deputado Coronel
Neil, ocorrer às vésperas das eleições de 2 de outubro, mais exatamente a 27 de
setembro, nas quais o parlamentar do PSD foi candidato à Prefeitura de
Ananindeua, em disputa na qual acabou em terceiro lugar. Estranhamente, o
candidato não requereu imediatamente o direito de resposta ao Blog do Barata
– um direito que historicamente trato como cláusula pétrea -, optando por
protocolar a representação, a 29 de setembro, na 43ª Zona Eleitoral, em
Ananindeua.
Na representação, em um
primor de obtusidade, o deputado Coronel Neil tenta criminalizar até a menção à
controvérsia sobre a real identidade da candidata a vice na chapa do deputado
Coronel Neil, Alessandra Sá, também apresentada como Alessandra Souza Pereira.
Da mesma forma, a representação também tenta criminalizar a controvérsia
instalada diante do fato da candidata a vice, na chapa do deputado Coronel
Neil, ter domicílio eleitoral distinto do marido, o deputado federal Éder
Mauro, também do PSD, candidato à Prefeitura de Belém, em disputa na qual ficou
em terceiro lugar, após polarizar a disputa com o ex-prefeito Edmilson
Rodrigues, do PSOL, nas pesquisas de intenção de voto.
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