domingo, 23 de outubro de 2016

CORONEL NEIL – Entre a estultícia e a má-fé



Com um cinismo de corar anêmico, a representação do deputado Coronel Neil vagueia entre a estultícia e a má-fé, ao tentar desqualificar a suspeita que recai sobre o parlamentar como ilustre sujeito oculto do imbróglio sobre a utilização da PM para coagir e intimidar desafetos, seus e da sua mulher, Danielle Arrais de Sousa. Assim, por exemplo, o constrangimento a que foi submetido pela PM Osvaldo de Nazaré Bezerra da Silva - funcionário de Marcela Santana Arrais, a viúva de Marcus Arrais, sogro do parlamentar e a qual são hostis o deputado e sua mulher – é apresentado como um episódio prosaico. Sem antecedentes criminais, depois de ser visto em uma agência bancária por Danielle Arrais de Sousa, mulher do deputado Coronel Neil, ele foi submetido a uma revista arbitrária e graciosa por PMs, chegando a ser xingado pelo PM lotado no gabinete do deputado, conforme a denúncia do MPE. Na versão exposta na representação, Osvaldo de Nazaré Bezerra da Silva, que não tem antecedentes criminais, foi “apenas revistado como qualquer cidadão pode ser”!
A representação ainda envereda por um tosco sofisma e resvala para a balela, pura e simples, ao pretender criminalizar o Blog do Barata, atribuindo-lhe a intenção de “prejudicar o candidato, através da difamação e da calúnia”, em uma ilação própria de quem mede os outros pela sua própria régua. A justificativa para a ignominiosa ilação é a revelação a respeito da denúncia do Ministério Público, sobre o imbróglio no qual figura como ilustre sujeito oculto o deputado Coronel Neil, ocorrer às vésperas das eleições de 2 de outubro, mais exatamente a 27 de setembro, nas quais o parlamentar do PSD foi candidato à Prefeitura de Ananindeua, em disputa na qual acabou em terceiro lugar. Estranhamente, o candidato não requereu imediatamente o direito de resposta ao Blog do Barata – um direito que historicamente trato como cláusula pétrea -, optando por protocolar a representação, a 29 de setembro, na 43ª Zona Eleitoral, em Ananindeua.

Na representação, em um primor de obtusidade, o deputado Coronel Neil tenta criminalizar até a menção à controvérsia sobre a real identidade da candidata a vice na chapa do deputado Coronel Neil, Alessandra Sá, também apresentada como Alessandra Souza Pereira. Da mesma forma, a representação também tenta criminalizar a controvérsia instalada diante do fato da candidata a vice, na chapa do deputado Coronel Neil, ter domicílio eleitoral distinto do marido, o deputado federal Éder Mauro, também do PSD, candidato à Prefeitura de Belém, em disputa na qual ficou em terceiro lugar, após polarizar a disputa com o ex-prefeito Edmilson Rodrigues, do PSOL, nas pesquisas de intenção de voto.

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