segunda-feira, 3 de outubro de 2016

ELEIÇÕES – O ônus do vale-tudo eleitoral



A disputa paroquial que permeou a eleição municipal no Pará, opondo o PSDB do governador Simão Jatene ao PMDB do senador Jader Barbalho, embute um amargo ônus ao estado e, mais imediatamente, no caso, a Belém. Diante de uma correlação de forças que lhe é desfavorável, parece difícil, pelo que se pode depreender, Edmilson Rodrigues reverter a vantagem de Zenaldo Coutinho, que passa a ser o favorito na disputa pela Prefeitura de Belém, credenciando-se a obter a reeleição, algo inimaginável até recentemente, diante de sua desastrosa administração, refletida em altos percentuais de rejeição. E impingi-lo novamente a Belém significa consolidar um projeto de poder que reduziu o Pará a índices sociais pífios, capaz de torna-lo um estado no qual, por exemplo, apenas 11% das crianças de 0 a 3 anos têm acesso a creches.
Protagonista de uma administração calamitosa, que acabou de sucatear Belém, Zenaldo representa a extensão dos oito anos de desvario de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, que tanto mal fez à nossa cidade, exibindo o mesmo cinismo de seu sucessor, não por acaso amigo-de-fé-irmão-camarada de tantas prestidigitações eleitorais. Se Dudu é o falsário que se fazia passar por oftalmologista e fez carreira como farsante, catapultado para o proscênio político como linha auxiliar do PSDB, Zenaldo pouco ou nada dele se distingue. Trata-se de um meliante de terno e gravata, gestado na classe média alta, que estudou em bons colégios e pode exibir instrução superior, mas jamais teve um mísero emprego na vida, notabilizando-se como um vagabundo profissional, travestido de político. Articulado e persuasivo, com a lábia dos estelionatários, ele abdicou da truculência cultivada na época de universitário e especializou-se em ludibriar os eleitores incautos, explorando os bolsões de miséria e valendo-se do assistencialismo eleitoreiro, via instituto Helena Coutinho, na verdade um comitê de campanha permanente, movido a recursos públicos, dissimulado de organização social.

Cínico, pérfido e inescrupuloso, Zenaldo Coutinho representa, ao fim e ao cabo, a vanguarda do atraso. A despeito do discurso para consumo externo, ele representa o que de pior a política paroquial oferece, que é o político desprovido de preocupações sociais mínimas. Por isso o fascínio pelo assistencialismo, que fixa o eleitor na miséria, ao invés de dela libertá-la. Por isso, o abandono a que relegou Belém ao longo do seu mandato, para somente às vésperas das eleições deflagrar uma avalanche de frentes de trabalho para maquiar as evidências de sua desídia. Por isso, a indiferença diante das mais imediatas demandas da população, capazes de fazê-lo tratar com desdém as sucessivas denúncias sobre as precárias condições de funcionamento do Pronto-Socorro Mário Pinotti, que culminaram com o incêndio do hospital, cujas novas instalações continuam a abrigar as mesmas deficiências das quais padece a saúde pública em Belém. Por isso, ainda, a desfaçatez em exonerar 308 servidores municipais, em pleno ano eleitoral, para substitui-los por indicações políticas, como parte da barganha eleitoral para obter votos. Por isso, privilegiar gastos com a propaganda enganosa, em detrimento de investimentos em áreas vitais da administração municipal. Por isso, no que é emblemático do seu desapreço pela cidade e seu povo, às vésperas das comemorações pelo aniversário dos 400 anos da cidade ele permitiu-se um aprazível périplo internacional.

Um comentário :

Anônimo disse...

Em Bragança, vivemos há décadas, uma situação que envergonha a todos os católicos do município. Um senhora chamada irmã Estelina, administra há vários anos o hospital santo Antonio Maria Zacarias, sendo considerada uma das mais ricas juntamente com seus familiares. Dizem que o próximo bispo. D. Jesus deverá por fim a essa situação que envergonha os católicos deste município