Ao patrocinar a censura a “Veja”, a pedido
da coligação do prefeito Zenaldo Coutinho, o juiz Elder Lisboa Costa reafirma
sua condição de servil militante da máfia togada, que faz do Tribunal de
Justiça do Pará o covil da iniquidade. Ele leva ao paroxismo a censura
judicial, uma aberração que torna letra morta princípios constitucionais,
enfatizados pela ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, o Supremo Tribunal
Federal, ao sublinhar, no programa Roda Viva, da TV Cultura, que a liberdade de
imprensa é a condição sine qua non
para o regime democrático. Com o agravante, diga-se, de que o interdito
proibitório defendido pela coligação do prefeito Zenaldo Coutinho e avalizado
pelo magistrado faz-se sobre uma denúncia que, pela sua gravidade, carece de
apuração, com a lisura que só a transparência assegura.
Mas nada surpreende em se tratando de Elder
Lisboa, a não ser ele permanecer a salvo de uma rigora apuração por parte do
CNJ. É ilustrativa, de uma controvertido postura como magistrado, sua
participação no escândalo protagonizado por Rosileide
Maria da Costa Cunha Filomeno, que quando juíza foi flagrada, em gravações
telefônicas autorizadas pela Justiça, negociando com Marcelo Gabriel, filho do
ex-governador tucano Almir Gabriel, liminar beneficiando organização que
fraudava licitações, em troca de apoio político para ascender ao desembargo.
O Tribunal de Justiça do Pará, ao analisar o caso, decidiu impor à juíza apenas
a pena de censura, mantendo a tradição de leniência diante dos malfeitos envolvendo
magistrados. O Conselho Nacional de Justiça agravou a pena, colocando a juíza
em disponibilidade, com pagamento proporcional dos vencimentos. A pretexto de
suposta prescrição - em uma interpretação da lei graciosa -, o juiz Elder
Lisboa, antes de deixar a 1ª Vara de Fazenda de Belém, em sentença datada de 22
de agosto de 2013, rejeitou a ação ajuizada pelo promotor de Justiça Firmino
Matos contra a juíza Rosileide Filomeno.
Um comentário :
O salário do juiz federal Sérgio Moro chegou a R$ 77.423,66 em abril deste ano. Do total, R$ 43.299,38 foram referentes a pagamentos de férias, 13º salário, atrasados, entre outras despesas. No montante bruto, estavam incluídos, ainda, R$ 5.176,73 de auxílios para alimentação, transporte, moradia e gastos com saúde. As informações são do jornal O Dia, com dados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (PR, SC e RS).O magistrado que se tornou conhecido por sua atuação na Operação Lava Jato integra o rol de servidores do Judiciário que recebem supersalários: o teto estabelecido para a categoria é de R$ 33,7 mil, de acordo com o Supremo Tribunal Federal. A pesquisa feita pelo jornal mostra que Moro recebeu, entre janeiro e julho deste ano, quatro contracheques superiores a R$ 63 mil. Nos meses sem gratificação (março, maio e junho), o salário do juiz, lotado na 13ª Vara Federal de Curitiba, não passou de R$ 36 mil. Fora ela, há magistrados cujos vencimentos ultrapassam os R$ 100 mil mensais.
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