O uso da máquina pública, frequentemente de forma
escandalosa, confunde-se com as disputas eleitorais no Pará. Na sucessão
estadual de 1982, ela serviu para ajudar a eleger governador Jader Barbalho, do
PMDB, com o decisivo apoio do então governador Alacid Nunes, que rompera com o
Palácio do Planalto, na esteira do seu rompimento com seu arquiinimigo, o
senador Jarbas Passarinho, corolário da animosidade entre os dois coronéis
catapultados para o proscênio político pelo golpe militar de 1º de abril de
1964. Com isso, Alacid contrapôs o uso da máquina administrativa estadual a utilização
da máquina administrativa federal, posta a serviço da candidatura de Oziel
Carneiro, do PDS, o Partido Social Democrático, sucedâneo da Arena, a Aliança
Renovadora Nacional, como legenda de sustentação parlamentar da ditadura
militar.
Em 1990, o uso da máquina pública estadual não foi
suficiente para derrotar Jader Barbalho, com o qual rompera Hélio Gueiros, depois
de por ele eleito governador em 1986, em pleito no qual Barbalho também elegeu senadores
Almir Gabriel, do PMDB, e Jarbas Passarinho, do PDS. É bem verdade que no rastro
das suas idiossincrasias, o então governador Hélio Gueiros negligenciou as
possibilidades à mão, inclusive ao não se preocupar em aplacar a animosidade do
funcionalismo público estadual, postergando a concessão de um reajuste salarial
que presumivelmente poderia ter rendido votos para seu candidato, o ex-prefeito
de Belém Sahid Xerfan, do PTB.
Depois disso, o uso da máquina pública voltaria a ser
determinante, para o desfecho da disputa, na sucessão estadual de 1998, quando
o ex-governador Almir Gabriel, que migrara do PMDB para o PSDB, obteve a reeleição, derrotando, por uma
minguada margem de votos, Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e a mais
longeva liderança política da história do estado. A escandalosa utilização da
máquina administrativa estadual, da qual tanto se valeu para ser reeleito,
sepultou a imagem de gestor supostamente austero vendida pelo marketing
eleitoral de Almir Gabriel, que abdicaria novamente de qualquer resquício de
pudor em 2002, para fazer seu sucessor Simão Jatene, então um poste eleitoral.
O próprio Edmilson Rodrigues, como prefeito e ainda no
PT, pelo qual elegeu-se em 1996 e reelegeu-se em 2000, também renunciou a
pudores éticos em 2004, ao tentar eleger como sucessora a senadora petista Ana
Júlia Carepa, que fora sua vice no primeiro mandato e que tornou-se sua
desafeta. Apesar da animosidade entre ambos, Edmilson revelou-se um militante
disciplinado e dedicou-se com afinco à campanha de Ana Júlia, utilizando a
máquina pública municipal, para se contrapor ao uso da máquina administrativa
estadual, que o governador tucano Simão Jatene, que sucedera Almir Gabriel,
colocou a serviço da candidatura de Duciomar Costa, do PTB, aliado do PSDB. O
esforço de Edmilson foi em vão: Duciomar, anabolizado pela corrupção eleitoral patrocinada pelo Palácio dos Despachos, derrotou Ana Júlia, na disputa pela
Prefeitura de Belém.
3 comentários :
Prá não ocupar muito o espaço, gostaria de falar do juíz Amilcar Guimarães, aquele que no auge da briga com o Lucio Flávio, afirmou que tinham uma convicção igual ao outro, ambos não acreditavam no TJ, lembram? Pois é, se eles próprios não acreditam nos membros dessas nojentas instituições TJ e MP, imagine eu.
Em Bragança, o candidato do psdb, comprou votos na maior cara de pau usando o cheque moradia. Uma vergonha.
Toda eleição no Pará esse esquema játá manjado. Usam as máquinas do estado e município, se elegem, o tj e mp fingem que vão agir, depois um desembargador gordo da bunda branca da uma decisão favorável, e tchau, o cara termina o mandato, como o nefasto Dudu, e vai cuidar das fazendas e bens adquiridos com o produto do roubo dos abestados deste estado.
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