domingo, 18 de setembro de 2016

SINTEPP – Em lugar do debate, a torpe retaliação



A nota não disfarça a sua motivação política e traz embutido o travo amargo da retaliação. A nota serve para evidenciar uma daquelas disputas intestinas nas quais costumam se envolver as tendências de esquerda, ou que se pretendem como tal, nas entranhar das entidades sindicais nas quais se introduzem. Um figurino no qual cabe, com perfeição, a atual diretoria do Sintepp, majoritariamente atrelada a APS, Ação Popular Socialista, uma das facções do PSOL, o Partido Socialismo e Liberdade, suspeita de se locupletar na esteira do aparelhamento do sindicato. Figurino do qual não escapa também, até onde se depreende, o professor Manoel Ovídio Franco Carvalho, ainda que de tendência distintas a dos seus implacáveis algozes e, aparentemente, com pudores éticos dos quais tornou-se órfã a direção do Sintepp, às voltas com graves suspeitas de corrupção, formalizadas em representação protocolada junto ao Ministério Público Estadual e ainda à espera de esclarecimentos convincentes, o que robustece o vasto elenco de acusações feitas.

Patética, na forma e no conteúdo, a nota de repúdio soa entre deprimente e preocupante não só pelo português claudicante, inconcebível em quem tem a obrigação de dominar com destreza o vernáculo, mas também pelo que ela exprime e por ser inspirada por professores que, por dever de ofício, deveriam cultivar o contraditório, o pluralismo e, precipuamente, um mínimo de tolerância. Na contramão desse pressuposto, e sob o álibi de defender as liberdades democráticas, o que o Conselho de Representantes do Sintepp faz, ao fim e ao cabo, é levar a intolerância ao paroxismo e pretender suprimir o direito a livre manifestação dos associados. Penaliza o legítimo direito à crítica, intimida a discordância, estigmatiza o senso crítico, porque a injustiça feita a um é a ameaça feita a todos. Mais que isso, a exigência de retratação embute ainda um repulsivo ardil, que é a perspectiva de expulsão do sindicato do professor Manoel Ovídio Franco Carvalho, se este não atender ao ultimato dos tiranetes da APS e seus sequazes.

Um comentário :

Anônimo disse...

Pergunta para esses sindicalistas marionetes de piada requentada: Manda informar qual é a carga horária de sala de aula de cada um desses "professores" militantes? Manda o link do currículo lattes deles para nós sabermos qual é contribuição deles em termos de pesquisa. É tudo tão verdadeiro quanto a nota de três reais.