quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ELEIÇÕES – Razões das suspeitas

Dornélio da Silva, da Doxa: profusão de pesquisas por conta própria.

Mais recentemente, o instituto local que mais registrou pesquisas eleitorais feitas com recursos próprios foi o Doxa Comunicação Integrada, criada em 2005 como Doxa Arte e Comunicação, formada por “profissionais com vasta experiência, há mais de 20 anos, em pesquisa de opinião quantitativa e qualitativa”, segundo o site oficial da empresa. Segundo ainda seu site oficial, a Doxa desdobra-se em vários núcleos: Doxa MKT e Comunicação Digital (social media, mobile marketing, consultoria e mkt digital), Doxa T.I, Doxa Pesquisa (pesquisa de mercado, pesquisa política, pesquisa instantânea e pesquisa online) e Doxa P&P (publicidade em geral e propaganda política). Também de acordo com o site oficial da empresa, a Doxa tem como diretor de pesquisa Dornélio da Silva, bacharel em Letras e cientista político formado pela UFPA, a Universidade Federal do Pará; Moara Brasil.
A profusão de pesquisas feitas com recursos próprios por institutos locais e registradas na Justiça Eleitoral chama atenção pela disponibilidade de caixa que as sondagens exigem. Uma pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de Belém, nos moldes da que foi feita ainda em setembro pelo Ibope, ouvindo 710 entrevistados, por exemplo, tem um custo estimado em cerca de R$ 45 mil, de acordo com os profissionais de pesquisas ouvidos. Para os padrões de Belém, uma pesquisa de intenção de voto, na qual sejam ouvidos 800 eleitores, tem um custo estimado entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, acrescentam os profissionais da área. “É um custo respeitável para uma empresa daqui”, sublinha um deles.

Por isso chama também atenção uma pesquisa registrada recentemente no TRE pelo IVeiga, o Instituto Veiga Consultoria e Pesquisa, com dois mil entrevistados, a um custo declarado de R$ 3 mil. Comandado por Edir Veiga Siqueira, dentista que é também cientista política e exibe um passado desabonador, o IVeiga é o instituto que trabalhou para a campanha de Helder Barbalho, o atual ministro da Integração Nacional, o candidato derrotado ao governo do Pará pelo PMDB, na sucessão estadual de 2014. Na última pesquisa antes do primeiro turno das eleições de 2014, a pesquisa do IVeiga dava Helder como eleito, sem a necessidade de segundo turno, o que as urnas não confirmaram. Na derradeira sondagem antes do segundo turno, o instituto prognosticou a vitória de Helder, com 56,2% dos votos válidos. Concluída a apuração, o governador Simão Jatene, do PSDB, foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 48,08% de Helder Barbalho.

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