A nota não disfarça a sua
motivação política e traz embutido o travo amargo da retaliação. A nota serve
para evidenciar uma daquelas disputas intestinas nas quais costumam se envolver
as tendências de esquerda, ou que se pretendem como tal, nas entranhar das
entidades sindicais nas quais se introduzem. Um figurino no qual cabe, com
perfeição, a atual diretoria do Sintepp, majoritariamente atrelada a APS, Ação
Popular Socialista, uma das facções do PSOL, o Partido Socialismo e Liberdade, suspeita
de se locupletar na esteira do aparelhamento do sindicato. Figurino do qual não
escapa também, até onde se depreende, o professor Manoel Ovídio Franco
Carvalho, ainda que de tendência distintas a dos seus implacáveis algozes e,
aparentemente, com pudores éticos dos quais tornou-se órfã a direção do Sintepp,
às voltas com graves suspeitas de corrupção, formalizadas em representação
protocolada junto ao Ministério Público Estadual e ainda à espera de esclarecimentos convincentes, o que robustece
o vasto elenco de acusações feitas.
Patética, na forma e no
conteúdo, a nota de repúdio soa entre deprimente e preocupante não só pelo
português claudicante, inconcebível em quem tem a obrigação de dominar com
destreza o vernáculo, mas também pelo que ela exprime e por ser inspirada por
professores que, por dever de ofício, deveriam cultivar o contraditório, o
pluralismo e, precipuamente, um mínimo de tolerância. Na contramão desse
pressuposto, e sob o álibi de defender as liberdades democráticas, o que o
Conselho de Representantes do Sintepp faz, ao fim e ao cabo, é levar a intolerância ao
paroxismo e pretender suprimir o direito a livre manifestação dos associados.
Penaliza o legítimo direito à crítica, intimida a discordância, estigmatiza o
senso crítico, porque a injustiça feita a um é a ameaça feita a todos. Mais que
isso, a exigência de retratação embute ainda um repulsivo ardil, que é a
perspectiva de expulsão do sindicato do professor Manoel
Ovídio Franco Carvalho, se este não atender ao ultimato dos tiranetes da APS e
seus sequazes.
Um comentário :
Pergunta para esses sindicalistas marionetes de piada requentada: Manda informar qual é a carga horária de sala de aula de cada um desses "professores" militantes? Manda o link do currículo lattes deles para nós sabermos qual é contribuição deles em termos de pesquisa. É tudo tão verdadeiro quanto a nota de três reais.
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