Pelos seus próprios antecedentes, não surpreende
o novo escândalo protagonizado por Edir Veiga Siqueira, notabilizado como
ladravaz recorrente. Afinal, é de se esperar, de uma pessoa contumaz em se
meter em trapalhadas, uma sequência lógica de percalços. Dentista que também se pretende cientista político, ele prosperou sob o
tráfico de influência na UFPA, a Universidade Federal do Pará, onde fez
carreira como técnico de nível superior, como odontólogo, e professor de
ciências políticas, em horários inconciliáveis, revelando um insuspeito dom da
ubiquidade. A pretexto de “grave patologia clínica na coluna serviçal
(osteofitose)”, que poderia deixá-lo tetraplégico, ele foi desobrigado de
permanecer exercendo as funções de odontólogo e removido, na gestão do ex-reitor Carlos Maneschy, do Centro de Ciências
da Saúde para o Hospital Universitário Betina Ferro de Souza, onde jamais foi
visto, embora embolsando mensalmente R$ 14 mil mensais, como técnico de nível
superior.
Lesar o
erário, convém sublinhar, tornou-se desde cedo uma especialidade de Edir Veiga
Siqueira. Nos anos 80 do século passado, ainda bem jovem, ele exibia uma
carência – material e de higiene pessoal - que estimulava a comiseração, da
qual tanto valeu-se para ascender profissionalmente. Ele fez um tour pela
Europa, às custas da UFPA, para fazer proselitismo político a favor do PT, e
acabou defenestrado do partido sob a pecha de corrupto. Na época, foi acusado
de ter embolsado o dinheiro de uma coleta em benefício do partido, para cobrir
despesas de campanha, quando as eleições já tinham sido realizadas no Brasil. O
escândalo está registrado nas páginas de exemplares da época de O Liberal.
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