UFPA – Sem mencionar percentuais, projeções de campanha de Ortiz apontam favoritismo em Belém

Ortiz: situação confortável em Belém, segundo projeções de campanha.

Na reta final da campanha para a eleição do novo reitor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, cuja votação será 29 de junho, as coordenações dos principais candidatos naturalmente se debruçam sobre as projeções de suas candidaturas. Projeções que o Blog do Barata procurou apurar junto aos professores Edson Ortiz, Emmanuel Tourinho e João Weyl. Dos candidatos, Tourinho foi o único que não deu retorno às tentativas de contato, feitas em telefonemas na tarde de terça-feira, 7, e na manhã desta quarta-feira, 8. Das projeções feitas, chama atenção o favoritismo que atribui ao candidato no campus universitário do Guamá, em Belém, a campanha de Ortiz. “Em Belém a situação se mostra muito tranquila para o candidato. Ele tem a preferência dos técnicos e administrativos e disputa voto a voto dos professores com seu principal adversário”, assinala a coordenação da campanha do ex-pró-reitor de Administração, sem projetar percentuais e deixar de denunciar “as ações não tão éticas” dos pró-reitores em defesa da candidatura de Tourinho.

Dos dois candidatos que optaram por tornar públicas as projeções de votação das suas coordenações de campanha, o mais transparente foi, sem dúvida, João Weyl, que permitiu-se revelar as expectativas de percentual de votação nas diversas unidades da UFPA. Edson Ortiz, embora sempre gentil e afável, optou por ser mais parcimonioso nas informações, abstendo-se de mencionar percentuais. Em ambos os casos, o denominador comum foi a enfática ressalva de que se tratam de meras projeções, sujeitas a ruir com a apuração, algo previsível diante do sigilo do voto. No caso da UFPA, há ainda um fator adicional de incerteza, determinado pelo colossal coeficiente de perfídia, pelo qual a eventual declaração de voto varia de acordo com o interlocutor do eleitor questionado. Trata-se do histórico “coeficiente de traição”, que serve para blindar os eleitores contra pressões e neutralizar as eventuais ameaças de retaliações. O ex-reitor Alex Fiúza de Mello costuma ser citado como exemplo histórico de vítima desse “coeficiente de traição”, ao imaginar que a sua candidata, professora Regina Feio, teria uma votação avassaladora na reitoria, exatamente onde Carlos Maneschy, candidato de oposição, obteve uma vitória consagradora, conseguindo a adesão maciça dos segmentos técnico e administrativo.