LÚCIA *
Oito de março é o Dia Internacional da Mulher. Fato. Mas poucos lembram que essa data deve reverenciar não apenas o sexo feminino, mas todo o contexto da mulher trabalhadora. Importante não esquecer que foi na luta por trabalho digno que ficou impossível esquecer essa data.
Era realidade, em fábricas na Inglaterra, trabalhar por 14 horas diárias a uma temperatura de 29º, num local úmido, com portas e janelas fechadas e, na parede, um cartaz afixado dizendo que era proibido, entre outras coisas, ir ao banheiro, beber água, abrir janelas ou acender as luzes. Parece hoje inacreditável e inadmissível. Mas as mulheres já foram tratadas assim se quisessem alimentar seus filhos no século XIX.
Esse tempo de tortura em parte foi superado. Porém, a luta feminina por direitos, não. Este tempo é perene e constante, árduo e sofrido. Muitas mulheres ainda são humilhadas por outras mulheres que confundem poder com tirania. Não são apenas os homens, aqueles que não são honrados, que são capazes de atrocidades contra uma mulher.
Mas, nesse processo histórico avanços consideráveis aconteceram. Seja no campo político, intelectual, profissional, ou nas relações pessoais. Queimar sutiãs não tem mais graça; agora é pilotar foguetes para lua, com a naturalidade de quem vai apenas pegar a bolsa e seguir para o trabalho.
No entanto, o Dia Internacional da Mulher precisa sempre ser uma data de reflexão e de renovar as forças para novas possibilidades e desafios, porque o preconceito ainda alcança qualquer uma.
O poeta Ferreira Goulart, diz lindamente sobre a naturalidade do encantamento feminino e de sua força: “...Olho a árvore e já não pergunto para que? a estranheza do mundo se dissipa em você”.
* Lúcia é assistente social e colaboradora do blog.
Um comentário :
bom ler coisas assim
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