“Gostaríamos que as pessoas entrassem nesse tempo e espaço do ritual. Um momento de partilha, onde o público se torna mais partícipe do que mero observador”, acrescenta Michele Campos (foto), a propósito de “Ritos”. A respeito do espetáculo, ela trata de esclarecer a perspectiva sob a qual “Ritos” se dá. “É bom que fique claro que não se trata de um ritual Tarahumara, mas de um momento que reúne vários rituais simbólicos, daí o nome ‘Ritos’. A gente quer que todos que possam estar lá estejam juntos, esqueçam o mundo lá fora, e entrem neste tempo ritual, tempo da dança, da música, e da partilha de sentidos”, salienta, na entrevista que abaixo se segue, concedida ao Blog do Barata.
O que vem a ser “Ritos”?
“Ritos trata das variadas formas que encontramos para nos relacionarmos com o outro, com o mundo e com os mistérios. Mesmo aqueles que não têm nenhuma crença dogmaticamente formatada praticam pequenos rituais em seu cotidiano. É claro que no espetáculo temos como centro a cosmologia indígena, a vida amazônida, mas como códigos cênicos trazemos também elementos do cristianismo, do judaísmo, das religiões africanas, do tarô. Fundamentalmente, “Ritos” trata das formas de contato com o outro. O sentido mais primário destes pequenos rituais é nos ligarmos à um grupo, à comunidade, aos amigos, famílias. Trata-se da experiência de partilha, do aqui e agora que vivemos juntos, enquanto praticamos algo, mesmo o mais simples, que é comer, por exemplo, até rituais mais complexos, como nascimento, morte, e outras passagens.
O porquê da opção por uma temática algo mística e do vínculo com o México?
O vínculo com o México veio por acaso. Em primeiro lugar, havia o relato de Artaud sobre os índios Tarahumara, em meados da década de 1930. Digamos que esse foi o ponto de partida do meu processo. Depois, ano passado, na França, ironicamente nosso maior encontro foi com o México, descobrindo o trabalho artístico e místico de Alejandro Jodorowski, um chileno que por muitos anos se radicou na cidade do México. Além disso, na confecção de “Ritos” em Paris contamos com a colaboração de dois artistas mexicanos, Judith Romero-Porras, musicóloga e Ignácio Baca-Lobera, compositor contemporâneo, o que nos levou a uma interessante descoberta da mística mexicana, um outro lado de nossa própria história, uma vez que no Brasil tendemos a esquecer a contribuição da razão indígena para o entendimento da vida e do mundo, o que é muito forte no México. Tudo isso culminou na apresentação do espetáculo como abertura da Semana dos Mortos na Casa do México, fechando com chave de ouro essa cumplicidade que acabamos por estabelecer com nossos vizinhos latino-americanos.
Como está sendo a responsabilidade de assumir a direção do espetáculo?
Desde a fundação da Companhia Madalenas, em Belém, tínhamos a responsabilidade de nos dirigirmos uns aos outros. Nasce aí um tipo de trabalho coletivo, onde chamamos parceiros externos para opinar quando o trabalho já estava concluído. Quando fui viver no Rio de Janeiro, em 2007, distante dos antigos companheiros de trabalho, tive contato com a performance; e na verdade o trabalho do performer automaticamente te impõe essa condição da auto-direção. O performer é um pouco de tudo, artista, produtor, diretor, organizador de sua própria fala, que se expressa através do seu corpo. Daí em diante, venho realizando trabalhos solo no Rio, sempre com a questão do ritual, todos dirigidos por mim mesma. Mas eram trabalhos curtos, sem o aparato de uma equipe técnica. Ano passado, em Paris, ao ganhar o premio de montagem da Cité Universitaire, me vi realmente só, com a responsabilidade de criar um trabalho técnico e corporal, e ao mesmo tempo estando fora, olhando, filmando, fotografando, assistindo este trabalho, e como sou muito critica, as coisas ficam mais difíceis, fico mudando as cenas o tempo todo. É muito difícil, mas é muito engrandecedor também. Isso me possibilitou abrir meu olhar para muitas coisas. Esse é bem o estilo do fazer teatral de Belém; somos tudo ao mesmo tempo. Mas agora, entram novas pessoas, na luz, no som, no figurino, na cenotecnia, são quatros olhares que também se disponibilizaram a me orientar na direção, e o espetáculo se torna uma nova coisa construída à cinco mãos.
O que o público pode esperar do espetáculo?
Gostaríamos que as pessoas entrassem nesse tempo e espaço do ritual. Um momento de partilha, onde o público se torna mais partícipe do que mero observador. É bom que fique claro que não se trata de um ritual Tarahumara, mas de um momento que reúne vários rituais simbólicos, daí o nome “Ritos”. A gente quer que todos que possam estar lá estejam juntos, esqueçam o mundo lá fora, e entrem neste tempo ritual, tempo da dança, da música, e da partilha de sentidos.
Um comentário :
Caro Amigo Barata, quero aqui parabenizá-lo pelo excelente serviço que vens prestando neste corrente ano denunciando os poderosos e principalmente cedendo espaço a população para denunciar as arbitrariedades cometidas por esses vermes.
Quero aqui denunciar as irregularidades que vem ocorrendo na SEGUP, o TOP da material será:
MENINOS EU VI:
NEPOTISMO:
Nona do Secretário, é DAS na ASJUR, Subrinha da Chefa de Gabinete é DAS,responsável pela secretaria do Gabinete, Afilha do Secretário é a segunda pessoa, filho da Chefa do DRH, trabalha no Setor Financeiro e outros apaninguados trabalham em outros Setores.
DESVIO DE FUNÇÕES:
LUIZ GUILHERME MOTA LIMA, Gerente de Materiais e Almoxarifado,exerce suas funções na COORDENADORIA DE RECURSOS LOGISTICOS-CRL, quem a desenvolve de fato é o Servidor Segundo Sargento Bombeiro AMARO VILHENA DE ARAÚJO.
ANTÔNIO DAVID FERREIRA DO AMARAL,exerce suas funções no GRUPAMENTO FLUVIAL(GFLU), e quem a desenvolve de FATO é o Militar da reserva da Aeronaútica PAULO PIRAGIBE DA SILVA, que é nomeado no quadro da Secretaria com o cargo de COORDENADOR DE EMBARCAÇÃO(DAS 4), no qual recebe pelo mesmo.
KARLA MELISSA MOURY BRISTOT, Gerente de Treinamento e Desenvolvimento, exerce suas funções no CONTROLE INTERNO, mais quem a desenvolve de FATO é a Servidora ROSA MARIA PIRES GOMES.
EVERALDO TRINDADE NETO, exerce suas funções na COORDENADORIA DE RECURSOS LOGISTICO-CRL, quem a desenvolve de FATO é o Servidor FRANCISCO MARTINS MAIA.
A Chefa de Gabinete do Secretário Adjunto, ANA LAURA, no ao de 2010, passou uma semana na cidade maravilhosa(RJ), para participar do ROCK RIO, com o conhecimento do Secretáro Adjunto,anda perseguindo e humilhando servidores chegando ao ponto de está praticando assedio moral e principalmente anda participando de missões do GRUPAMENTO FLUVIAL e o que é pior com a autorização do DR. CLAÚDIO e do responsável CEL. ARTHUR.
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