A propósito da entrevista com Inri Cristo, ou Inri de Indaial (foto), publicada pelo Diário do Pará na edição de terça-feira, 25, o jornalista Carlos Mendes, em e-mail ao Blog do Barata, relata um imbróglio, de contornos hilários, envolvendo, em sua passagem por Belém do Pará, o folclórico personagem que se autointitula a reencarnação de Jesus Cristo. Catarinense, Inri Cristo, ou Inri de Indaial, ganhou visibilidade quando, há 30 anos, na manhã do primeiro domingo de Quaresma, reuniu uma multidão, convocada através de uma entrevista na extinta TV Guajará, da família do ex-prefeito de Belém Lopo de Castro, e invadiu a Igreja da Sé, durante uma missa. A ação, com o objetivo de “expulsar os fariseus vendilhões”, como descreve uma reportagem da revista Veja da época, culminou com a quebra de um crucifixo e a detenção de Inri, por 15 dias, no extinto presídio São José, cujo prédio hoje abriga um espaço cultural, o São José Liberto.
O incidente foi provocado, segundo relato de Mendes, por Fernando Lúcio Miranda, o Fernando Arara, filho da escritora Lindanor Celina, tragicamente morto, ainda jovem, ao ser esmagado por uma kombi desgovernada da Sefa, a Secretaria de Estado da Fazenda. Inteligente, sensível e irreverente, com cabelos desgrenhados, barbudo e ostentando um ar algo iracundo, com um olhar esbugalhado, que sugeria loucura, Fernando cursava medicina, na UFPA, a Universidade Federal do Pará, e notabilizava-se, dentre outras coisas, por saber de cor as músicas de Bob Dylan, que costumava tocar, com um inseparável violão, para os habitués da escadarias laterais do Theatro da Paz, que dão para o Bar do Parque. Um Bar do Parque que era, então, point de intelectuais, boêmios e notívagos dos mais diversos matizes. Ateu convicto, acrescenta Mendes, Fernando resolveu desmascarar publicamente Inri, por tê-lo – não sem razão, diga-se – por impostor. “Imaginem agora o Fernando Arara, um ateu fervoroso, frente a frente com Inri Cristo, confrontando-o em uma praça diante de uma multidão de fanáticos”, rememora Mendes. E acrescenta: “O Inri sempre omitiu esse fato, tanto que nem o cita na entrevista dele. Ele só fala na entrevista sobre o que lhe é conveniente. Diz que curou um paralítico nos estúdios da TV Guajará, mas isso não foi comprovado.”
3 comentários :
Acreditar no "de Indaial" como a reencarnação de Jesus Cristo,é no mínimo ser um indigente mental como o Inri.Mas como tem gente pra tudo...
Não sei como o cara ainda é entrevistado pelo ditos formadores de opinião.São também estes uns indigentes mentais?
Ei anônimo das 20:33 de 26/12! Não fique furioso. Este é o país da piada pronta.
Na época, o Inri não falou mais que a verdade, pois os vendilhões do templo, bispos,padres, freiras continuam aí. Seria bom também se ele tivesse encontrado na época, martinho carmona, raimundo santos, pastor divino, josué bengtson, e tantos e tantos outros impostores.
Postar um comentário