JATENE – Tucanalha reprisa caos dos petralhas

Com um apetite pantraguélico, a tucanalha toma de assalto com colossal avidez, nos nichos que lhes foram reservados no governo Simão Jatene, a parte que lhe cabe no latifúndio da máquina administrativa estadual do Pará, sem nenhum compromisso com a eficiência da gestão pública. Assiste-se, assim, a reprise do desvario dos petralhas do Pará no governo Ana Júlia Carepa. Um desvario que reproduziu, em escala paroquial, o aparelhamento do Estado promovido pela petralhada no plano federal, a partir da posse do ex-presidente Lula. O que acaba por tornar dramático o aparelhamento de instâncias do governo do Pará pela tucanalha, ainda que dentro da cota que cabe ao PSDB, é o risco do arremate do sucateamento da máquina administrativa estadual, levado ao paroxismo pela ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, na tentativa de obter a reeleição.
Por imposição das circunstâncias, se é que em algum momento ele alimentou a veleidade de manter-se no poder abdicando de composições políticas, Jatene viu-se compelido a ampliar o leque de sustentação do seu governo, despido do preconceitos. Ao ter fatiada a máquina administrativa estadual, por conta do loteamento político do governo, registrou-se uma espécie de demanda reprimida em torno de sinecuras. Por isso, certamente, a voracidade da banda podre do PSDB, a tucanalha, por cargos, tratados como sinecuras de cabos eleitorais e/ou dos prepostos destes, em detrimento da eficiência da gestão pública. Onde a trupe da Simão Jatene toma posse, aparelha-se a fatia da máquina administrativa que lhe cabe, são alijados os quadros técnicos e, por extensão, os servidores efetivos. A estes é legado, apenas e tão-somente, o papel de carregador de piano. Daí o sentimento que se alastra, de que o eleitor, ao votar contra Ana Júlia Carepa, acabou por trocar seis por meia dúzia. “Mudou a orquestra, mas a música é a mesma”, desabafa um efetivo, às vésperas da aposentadoria, resumindo o desalento.