LÚCIA*
A direção da Fábrica Esperança demitiu 50 colaboradores de uma única vez. A causa é “justa”: é necessário empregarr urgentemente os aliados do novo governador, ou melhor, do sr Alirio Sabá, político sem mandato. Não houve, como deveria haver num governo democrático, transição. Em menos de uma semana, os cargos de direção foram trocados. Isso iria acontecer, é evidente. Mas a forma desrespeitosa e antidemocrática foi tão gritante, que causou constrangimento ate aos que chegaram para assumir os espaços mais comuns. Olhavam para baixo, sem encarar os demissionários. A data de de 11 de fevereiro de 2011 ficou para a historia triste daqueles que sequer tinham cargos de direção e trabalhavam incansavelmente para o projeto. O sr Alirio Sabá e o diretor geral (que tem imensa dificuldade de expressão), não têm perfil para argumentar. Os gestos, as expressões de arrogância e o discurso, destoam do propósito da ressocialização. Nem os seus antigos e novos aliados são poupados. A sr Alirio Sabá faz questão de lembrar a todos que é ele quem manda, em clara crise de autoridade.
Sexta-feira, 11 de fevereiro, foi lamentável. Foram 50 pessoas humilhadas dentro e fora da fábrica, pois, ao chegarem no sindicato (Senalba, o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional de Belém do Estado do Pará) não havia cheques para receber. Que todos iriam sair, sabiam todos, mas algo de muito podre existe no reino do governo Simão Jatene, que decididamente não é burro. Por que a pressa? Por que atropelar os acontecimentos e causar todo esse desgaste? Se não tem dinheiro, como se permite lesar tantas pessoas. Há mulheres que trabalham como costureiras e ganham um salário-mínimo, mulheres grávidas, homens e mulheres que nesse momento não tem dinheiro para o ônibus. O desdém diante das leis trabalhistas deverá ser levado ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho.
Na fala do moço Hugo (nitidamente nervoso), foi comprovado o nível de tratamento que o público alvo receberá daqui para frente. Ele trata os colaboradores de “apenados”. Um estigma. Isto sinaliza sua dificuldade de despir-se do antigo cargo de diretor de penitenciária. A concepção da Fábrica Esperança virou fumaça. Jatene precisa encontrar quem de fato é capaz de dar o tom dos direitos humanos na Fábrica Esperança. O projeto pode perder seu sentido. Na atual conjuntura política, um partido que chega ao poder não pode ficar alheio às vozes das ruas. E nem se comportar com a intolerância stalinista.
Vergonhoso comportamento. Covarde e desnecessário.
* Lúcia é uma colaboradora anônima do blog
A direção da Fábrica Esperança demitiu 50 colaboradores de uma única vez. A causa é “justa”: é necessário empregarr urgentemente os aliados do novo governador, ou melhor, do sr Alirio Sabá, político sem mandato. Não houve, como deveria haver num governo democrático, transição. Em menos de uma semana, os cargos de direção foram trocados. Isso iria acontecer, é evidente. Mas a forma desrespeitosa e antidemocrática foi tão gritante, que causou constrangimento ate aos que chegaram para assumir os espaços mais comuns. Olhavam para baixo, sem encarar os demissionários. A data de de 11 de fevereiro de 2011 ficou para a historia triste daqueles que sequer tinham cargos de direção e trabalhavam incansavelmente para o projeto. O sr Alirio Sabá e o diretor geral (que tem imensa dificuldade de expressão), não têm perfil para argumentar. Os gestos, as expressões de arrogância e o discurso, destoam do propósito da ressocialização. Nem os seus antigos e novos aliados são poupados. A sr Alirio Sabá faz questão de lembrar a todos que é ele quem manda, em clara crise de autoridade.
Sexta-feira, 11 de fevereiro, foi lamentável. Foram 50 pessoas humilhadas dentro e fora da fábrica, pois, ao chegarem no sindicato (Senalba, o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional de Belém do Estado do Pará) não havia cheques para receber. Que todos iriam sair, sabiam todos, mas algo de muito podre existe no reino do governo Simão Jatene, que decididamente não é burro. Por que a pressa? Por que atropelar os acontecimentos e causar todo esse desgaste? Se não tem dinheiro, como se permite lesar tantas pessoas. Há mulheres que trabalham como costureiras e ganham um salário-mínimo, mulheres grávidas, homens e mulheres que nesse momento não tem dinheiro para o ônibus. O desdém diante das leis trabalhistas deverá ser levado ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho.
Na fala do moço Hugo (nitidamente nervoso), foi comprovado o nível de tratamento que o público alvo receberá daqui para frente. Ele trata os colaboradores de “apenados”. Um estigma. Isto sinaliza sua dificuldade de despir-se do antigo cargo de diretor de penitenciária. A concepção da Fábrica Esperança virou fumaça. Jatene precisa encontrar quem de fato é capaz de dar o tom dos direitos humanos na Fábrica Esperança. O projeto pode perder seu sentido. Na atual conjuntura política, um partido que chega ao poder não pode ficar alheio às vozes das ruas. E nem se comportar com a intolerância stalinista.
Vergonhoso comportamento. Covarde e desnecessário.
* Lúcia é uma colaboradora anônima do blog
7 comentários :
Barata, uma vergonha generalizada, sinto pelos trabalhadores e pelo povo do Pará que está entregue nas mãos desses usurpadores do dinheiro público.
BARATA, por favor, publique o meu comentário, te peço, porque eu sei que todos leêm o seu blog.
MENSAGEM
Valor do ser humano.
Durante meu primeiro ano da faculdade, nosso professor nos deu um questionário.
Eu era bom aluno e respondi rápido todas as questões até chegar a última:
“Qual o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola?”.
Sinceramente, isso parecia uma piada.
Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes.
Ela era alta, cabelo escuro, lá pelos seus 50 anos, mas como eu ia saber o primeiro nome dela?
Eu entreguei meu teste deixando essa questão em branco e um pouco antes da aula terminar, um aluno
perguntou se a última pergunta do teste ia contar na nota.
“É claro!”, respondeu o professor.
“Na sua carreira, você encontrará muitas pessoas.
Todas têm seu grau de importância.
Elas merecem sua atenção mesmo que seja com um simples sorriso ou um simples “alô”.
Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo que o primeiro nome dela era Dorothy.
Obs.: Você pode e deve ser importante, mas o mais importante é o respeito ao próximo e o valor que você dá aos outros.
Esta mensagem é para o Sr. HUGO CINTRA.
FUNCIONÁRIO DA FÁBRICA. ESTOU SENTIDO MAIS PORQUE AINDA NÃO FUI DEMITIDO(A), PORQUE AQUI FICOU DIFICIL DE TRABALHAR.
Trocar educadores por agentes penitenciários é uma declaração de que a visão dos novos "comandantes" da Fábrica Esperança representará mais um retrocesso na busca de construção de cidadania.
Chamar os egressos de apenados é piada de mau gosto e mostra o grau de competência dos que por lá estão chegando.
Barata, muito obrigado por este espaço, é um acolhimento inigualavel.Tenho muita fé em Nossa Senhora de Nazaré e sei que ela está ao lado desses 50 demitidos da Fábrica Esperança e também sei que ela está ao lado do governador,e este cairá na real e pagará a todos esses trabalhadores o que lhes é de direito.
triste é o retrocesso. Imagine: os colaboradores tinham um diferencial na convivencia com os técnicos e a maioria dos responsaveis,o grau de confiança adquirida no longo processo educativo.Descobriam que aos poucos podiam ser eles mesmos.Sem máscaras. Na fábrica sao recebidos sme qualquer vestigio de aprendizagem cidadã.Nao absorveram coisas boas e por sao Repletos de comportamentos equivocados que, ao longo do tempo ia se transformando na convivencia de pessoas que nao faziam parte do seu universo carcerario.Historias de superação nao falta.O corte nas relaçoes de modo intempestivo e indiscriminado, pode ter danos sociais. A transição deveria ser feita com método pedagógico.Os homens e mulheres que passaram pelo cárcere, sabem utilizar mecanismos de defesa com os agentes prisionais, sabem interagir de modo a "ganherem" vantagens nessa relaçao conflituosa. Choque de realidade que eles nao tinham com os educadores, pois estes não continham vicios de origem, nao foram agentes prisionais e por isso a proposta da fábrica era diferenciada. Era um mundo novo que se apresentava à aquele que chega com refereciais de poder repressivo.A fábrica entrou nos presidios e os presidios entraram na fábrica. Educar para a cidadania será mais dificil, pois será preciso educar primeiro os agentes prisionais e como fazer isso se eles ja tem uma ideia pre-concebida de não recuperaçao do egresso. Ujm retrocesso preocupante.A fábrica continuará mas sua alma foi perdida.
23:32, se o governador naqo quer ver desgastada sua relaçao com os egressos, deverá buscar resolver essa questão logo, logo. Uma situação que poderia ter sido evitada se tivessem tido senso de oportunidade. "A cada dia basta o seu mal"; o o dito popular: "colocar a corroça a frente dos bois" dá nisso.
Sr. Barata olha que já se passaram mais de 60 dias que foi feita a lambança das demissões na Fabrica Esperança. E ainda não foi pago o salario de janeiro, as multas trabalhistas e restante do FGTS. Quando ligamos para saber informações sobre nosso dinheiro somos mau atendidos, mais ate hoje continuamos recebendo ligações delicadas para saber informações do funciomento da empresa ou seja eles ainda precisam das pessoas demitidas que jungaram descartaveis.
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