domingo, 27 de fevereiro de 2011

COSANPA – Mesmo grávida, jornalista é demitida

É natural que os vencedores queiram trabalhar com os seus. Trata-se de uma aspiração legítima, desde que não atropelem a lei e nem comprometam a eficiência da gestão pública. E desde que não deixem de contemplar também, quando for o caso, a civilidade política, indispensável na convivência democrática.
Por isso soam repugnantes as circunstâncias da demissão da jornalista Waleiska Fernandes da assessoria de imprensa da Cosanpa, a Companhia de Saneamento do Pará. Nem mesmo a gravidez livrou Waleiska de ser defenestrada, em um claro gesto de retaliação política, diante da notória condição de militante petista da jornalista.
O bom senso recomendaria que caberia à própria Waleiska Fernandes entregar o cargo, pressupondo-se que não era funcionária de carreira da Cosanpa e por ter trabalhado na campanha da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, candidata derrotada à reeleição. Mas se eventualmente faltou bom senso à jornalista, sobrou intolerância aos seus algozes.
Desconheço a natureza do vínculo de Waleiska Fernandes com a Cosanpa, uma sociedade de economia mista, mas a civilidade política impunha, pela gravidez da jornalista, que aguardassem o prazo definido em lei, para só então demiti-la. Mesmo se, no caso da jornalista, não coubesse esse benefício. Seria bem mais elegante. E democrático.
No contexto em que se deu, a demissão de Waleiska Fernandes configurou-se como uma inominável covardia.

4 comentários :

Anônimo disse...

ainda tem mais, infelizmente alguns nao tem nem condiçoes de denunciar!

Anônimo disse...

Esse é um dos piores casos do governo Jatene.
Coitada, como demitir uma gestante?!
Isso aflinge toda e qualquer lei trabalhista do Brasil, além do bom senso!!!
Ela vai entrar com ação judicial?

. disse...

Somente hoje vi a tua postagem.
Permita-me uma correção: eu não sou militante do PT. Trabalhei na gestão de Ana Júlia e na sua campanha de reeleição, como técnica que sou.
Da mesma forma que trabalhei no site do Governo na gestão de Almir Gabriel.

Falas em "bom senso" de perdir a própria demissão. Provavelmente eu teria feito, se não estivesse grávida. Tenha certeza.

A Cosanpa é uma empresa pública e, como tal, meu contrato era cletista.

Abraços!

Anônimo disse...

esta jornanista fez concurso publico, para exercer suas atividade na cosanpa. Se não era meu, bem feito, Sou trabalhador ha 28 anos de uma ex estatal e na época fiz concurso público e todas as vezes que a empresa tentou me demitir a lei garantia meu emprego se a moda pega é so ter um padrinho em uma estatal qualquer e engravidar ou ser portador HIV e pronto. Tenho minha estabilidade garantida. são pontos da lei que deixam a gente de mãos atadas. qwuando entrou sem concurso sabia que poderia ser demitido a qualquer hora independente de qualquer problema a não ser acidente do trabalho