A denúncia sobre o rombo de R$ 2 milhões na Alepa ensejou uma precipitada intervenção da AFBEPA, a Associação dos Funcionários do Banco do Estado do Pará. O estopim para tanto foi a denúncia revelar a suspeita de que funcionários do posto de serviço do Banpará no Palácio Cabanagem possam estar envolvido na fraude. A intervenção soa algo desastrada porque sugere, ao fim e ao cabo, que bancários, pela simples condição de bancários, estejam acima de qualquer suspeita. Seria algo semelhante ao episódio no qual o ex-presidente Lula, diante das denúncias de corrupção envolvendo o presidente do Senado, pretendeu colocar o ex-presidente José Sarney acima de qualquer suspeita, como se os demais mortais fossem cidadãos de segunda classe.
Cada um dos funcionários do Banpará merece, sim, o benefício da dúvida e a solidariedade da AFBEPA, a qual cabe, prioritariamente, disponibilizar advogados para defendê-los, na possibilidade da suspeita aventada se materializar com a identificação de eventuais suspeitos. Alegar procedimentos técnicos, para descartar, a priori, a suspeita aventada, é um argumento que não se sustenta, porque corruptos costumam ser exímios em driblar a legalidade e os obstáculos a eles impostos. Como ilustra o imbróglio protagonizado pela desembargadora aposentada Ana Tereza Sereni Murrieta, que desviou mais de R$ 3 milhões de contas judiciárias, quando era titular da 1º Vara Cível da capital, entre os anos de 1996 e 2000. A movimentação bancária ocorreu 157 vezes.
O lamentável, na manifestação da AFBEPA, é que a entidade não reclama o princípio da inocência presumida, uma justa e legítima aspiração. Ela simplesmente radicaliza, ao tomar como intolerável a mera suspeita, pela mera razão da hipótese envolver bancários do Banpará.
Pretender desqualificar a denúncia do Diário do Pará, somente porque cita bancários do Banpará como eventuais suspeitos, soa arrogante demais, intolerante demais. Daí o gosto amargo do mais primitivo corporativismo.
Bancário, como qualquer outro profissional, é passível de erros. E a categoria, como outras tantas, também exibe sua banda podre.
Cada um dos funcionários do Banpará merece, sim, o benefício da dúvida e a solidariedade da AFBEPA, a qual cabe, prioritariamente, disponibilizar advogados para defendê-los, na possibilidade da suspeita aventada se materializar com a identificação de eventuais suspeitos. Alegar procedimentos técnicos, para descartar, a priori, a suspeita aventada, é um argumento que não se sustenta, porque corruptos costumam ser exímios em driblar a legalidade e os obstáculos a eles impostos. Como ilustra o imbróglio protagonizado pela desembargadora aposentada Ana Tereza Sereni Murrieta, que desviou mais de R$ 3 milhões de contas judiciárias, quando era titular da 1º Vara Cível da capital, entre os anos de 1996 e 2000. A movimentação bancária ocorreu 157 vezes.
O lamentável, na manifestação da AFBEPA, é que a entidade não reclama o princípio da inocência presumida, uma justa e legítima aspiração. Ela simplesmente radicaliza, ao tomar como intolerável a mera suspeita, pela mera razão da hipótese envolver bancários do Banpará.
Pretender desqualificar a denúncia do Diário do Pará, somente porque cita bancários do Banpará como eventuais suspeitos, soa arrogante demais, intolerante demais. Daí o gosto amargo do mais primitivo corporativismo.
Bancário, como qualquer outro profissional, é passível de erros. E a categoria, como outras tantas, também exibe sua banda podre.
5 comentários :
Barata, três coisas estranhas nessa nota:
1) Desde quando matéria balizada em denúncia do MPT e sindicância da Assembleia é “sensacionalista”? 2) Desde quando a matéria jornalística só é séria se trouxer minúcias da investigação? 3)Se só tem honesto no Banpará, porque a associação deles vai defender os “envolvidos”?
Menos, AFBEPA, menos. Defenda os honestos, mas deixe os bandidos que a PF e o MPF resolvem.
Assina: servidor público que não gosta de cara de pau
Prezado Barata, as denúncias são muito graves e ao longo da citada matéria do jornal O Diário do Pará, são desenvolvidos os argumentos que sustentam tais denúncias, quanto aos desvios na ALEPA, mas não quanto ao envolvimento de funcionários do Banpará.
O absurdo, a nosso ver, está em buscar envolver funcionários do Banpará sem, ao menos, explicar, no corpo da matéria, o que levaria a supor tais envolvimentos. Em quais documentos citados na matéria está dito que bancários do Banpará estão envolvidos? Quem foi ouvido, na matéria, que citou os funcionários do banco? Isso, em momento algum, a matéria explica.
O jornal precisaria ser mais rigoroso ao levantar suposições que não se sustentam ao longo da própria matéria jornalística.
Portanto, nossa manifestação não se trata de defesa corporativa, mas de defesa da dignidade de trabalhadores que, por lidarem com dinheiro, sempre são considerados os primeiros suspeitos, e isso ocorre até em situações trágicas como assaltos e sequestros.
Ao mesmo tempo, a AFBEPA está cobrando, na nota, a apuração rigorosa para que tudo fique claro para os contribuintes. Não tem sido prática da AFBEPA negar e defender condutas erradas, e isso está registrado inclusive em nosso blog, no entanto, a nosso ver, o erro, quanto aos funcionários do Banpará, repetimos, e não quanto à denúncia em si, está na matéria jornalística, pelos motivos acima citados.
De nossa parte, vamos cobrar, formalmente, o direito de resposta ao jornal, e a apuração do caso tanto por parte da ALEPA, quanto por parte do Banpará, caso seja comprovado algum envolvimento de funcionários do banco.
Muito grata,
AFBEPA.
Barata, eu tô enganado, ou durante a sessão especial sobre o banpará, na fala do líder do governo na assembléia, ele pediu ao presidente do banco que liberasse o empréstimo consignado aos servidores da assembléia, o que hoje não é permitido? mas se não é permitido, como podem os consignados terem sido feitos no banpará? será que não foram feitos no santander, que é o outro banco que trabalha com a assembléia? busca informações disso pra gente, Barata!
Caro Barata, se vc está acompanhando o desenrolar desse rombo ocorrido na ALEPA, que já é caso de polícia, está demonstrado que a servidora de confiança, chefa da folha de pagamento, levantou em empréstimos pessoais junto ao SANTADER, e não no Banpará, alguns ou vários milhões; que alguns dos deputados protelam a criação de uma CPI; que o próprio líder do governo disse que o Banpará precisa liberar o empréstimo consignado aos servidores da ALEPA, o que até agora, presume-se, não é feito; que toda matéria jornalística veículada sobre o assunto dá conta que os valores foram emprestados pelo Banco Santander...Portanto, o que os bancários do Banpará tem a ver com tudo isso???????? Me explique, pois o que dá pra entender é que a imprensa, inclusive V.Sa., se precipitou. Tô certo ou tô errado?????
Bancário Indignado, pois já somos vítimas de tantos abusos, e mais esse, só se soma aos outros.
Barata, sou bancário do Banpará e te peço que fale por nós nesse caso das eleições diretas, essa luta nossa que a AFBEPA abraçou porque o sindicato colocou no acordo algumas cláusulas que estão impedindo a gente de votar nos nossos representantes nos comitês internos do banco. Eles querem indicar todos os representantes, menos um, o único que vão "permitir" a gente eleger. Um absurdo isso! Modificaram o texto do acordo depois da última assembléia da campanha salarial.
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