segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ELEIÇÕES – O recorrente uso da máquina pública

O uso da máquina pública, frequentemente de forma escandalosa, confunde-se com as disputas eleitorais no Pará. Na sucessão estadual de 1982, ela serviu para ajudar a eleger governador Jader Barbalho, do PMDB, com o decisivo apoio do então governador Alacid Nunes, que rompera com o Palácio do Planalto, na esteira do seu rompimento com seu arquiinimigo, o senador Jarbas Passarinho, corolário da animosidade entre os dois coronéis catapultados para o proscênio político pelo golpe militar de 1º de abril de 1964. Com isso, Alacid contrapôs o uso da máquina administrativa estadual a utilização da máquina administrativa federal, posta a serviço da candidatura de Oziel Carneiro, do PDS, o Partido Social Democrático, sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como legenda de sustentação parlamentar da ditadura militar.
Em 1990, o uso da máquina pública estadual não foi suficiente para derrotar Jader Barbalho, com o qual rompera Hélio Gueiros, depois de por ele eleito governador em 1986, em pleito no qual Barbalho também elegeu senadores Almir Gabriel, do PMDB, e Jarbas Passarinho, do PDS. É bem verdade que no rastro das suas idiossincrasias, o então governador Hélio Gueiros negligenciou as possibilidades à mão, inclusive ao não se preocupar em aplacar a animosidade do funcionalismo público estadual, postergando a concessão de um reajuste salarial que presumivelmente poderia ter rendido votos para seu candidato, o ex-prefeito de Belém Sahid Xerfan, do PTB.
Depois disso, o uso da máquina pública voltaria a ser determinante, para o desfecho da disputa, na sucessão estadual de 1998, quando o ex-governador Almir Gabriel, que migrara do PMDB para o PSDB, obteve a reeleição, derrotando, por uma minguada margem de votos, Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e a mais longeva liderança política da história do estado. A escandalosa utilização da máquina administrativa estadual, da qual tanto se valeu para ser reeleito, sepultou a imagem de gestor supostamente austero vendida pelo marketing eleitoral de Almir Gabriel, que abdicaria novamente de qualquer resquício de pudor em 2002, para fazer seu sucessor Simão Jatene, então um poste eleitoral.

O próprio Edmilson Rodrigues, como prefeito e ainda no PT, pelo qual elegeu-se em 1996 e reelegeu-se em 2000, também renunciou a pudores éticos em 2004, ao tentar eleger como sucessora a senadora petista Ana Júlia Carepa, que fora sua vice no primeiro mandato e que tornou-se sua desafeta. Apesar da animosidade entre ambos, Edmilson revelou-se um militante disciplinado e dedicou-se com afinco à campanha de Ana Júlia, utilizando a máquina pública municipal, para se contrapor ao uso da máquina administrativa estadual, que o governador tucano Simão Jatene, que sucedera Almir Gabriel, colocou a serviço da candidatura de Duciomar Costa, do PTB, aliado do PSDB. O esforço de Edmilson foi em vão: Duciomar, anabolizado pela corrupção eleitoral patrocinada pelo Palácio dos Despachos, derrotou Ana Júlia, na disputa pela Prefeitura de Belém.

3 comentários :

Anônimo disse...

Prá não ocupar muito o espaço, gostaria de falar do juíz Amilcar Guimarães, aquele que no auge da briga com o Lucio Flávio, afirmou que tinham uma convicção igual ao outro, ambos não acreditavam no TJ, lembram? Pois é, se eles próprios não acreditam nos membros dessas nojentas instituições TJ e MP, imagine eu.

Anônimo disse...

Em Bragança, o candidato do psdb, comprou votos na maior cara de pau usando o cheque moradia. Uma vergonha.

Anônimo disse...

Toda eleição no Pará esse esquema játá manjado. Usam as máquinas do estado e município, se elegem, o tj e mp fingem que vão agir, depois um desembargador gordo da bunda branca da uma decisão favorável, e tchau, o cara termina o mandato, como o nefasto Dudu, e vai cuidar das fazendas e bens adquiridos com o produto do roubo dos abestados deste estado.