CENSURA – Trapalhadas dos Pinto de Souza Porto

        Mas não são apenas as adversidades provocadas pelo patrimonialismo que hoje tiram o sono dos irmãos Pinto de Souza Porto. Convém registrar a suspeita sobre a suposta participação de Jarbas Pinto de Souza Porto (foto), ainda que por omissão, como subsecretário legislativo, nas falcatruas rastreadas na Alepa pelo Ministério Público Estadual. Ele figura como réu em uma ação civil pública, por improbidade administrativa, juntamente com o ex-presidente da Alepa, o ex-deputado Domingos Juvenil (PMDB), e o hoje deputado federal Miriquinho Batista (PT), ex-1º secretário da Assembléia Legislativa do Pará. Movida pelo Ministério Público Estadual, representado pelo promotor de Justiça Nelson Medrado, a ação resulta do Diário Oficial da Alepa não ter circulado externamente durante toda a administração de Juvenil como presidente da Casa, que se estendeu de 2007 a 2011. A despeito dos malabarismos semânticos, esgrimidos para inocentá-lo, as evidências conspiram contra Jarbas Pinto de Souza Porto.

        O eventual envolvimento de Jarbas Pinto de Souza Porto, ainda que por omissão, nas falcatruas registradas no Palácio Cabanagem, não há de ser mais traumático, para a família, do que o ocorrido com outro dos seus irmãos, Raul Pinto de Souza Porto, quando secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Nem o prestígio em Brasília do tio-avô, Jarbas Passarinho, conseguiu poupá-lo de ser preso e algemado pela Polícia Federal, em 2007, acusado de participar do esquema de recebimento de propina para favorecer madeireiras locais, com a liberação de documentação autorizando. De resto, a ação judicial movida por Joaquim Passarinho Porto de Souza Porto e Nádia Khaled Porto, postulando manter o Blog do Barata sob a censura prévia judicial, apenas ratifica a tradição da família, célebre por namorar, despudoradamente, com o autoritarismo, inclusive mandando às favas os escrúpulos. Tal qual fez o ilustre tio-avô, Jarbas Passarinho, como um dos signatários do famigerado AI-5, o Ato Institucional nº 5, que lançou o Brasil na escuridão dos anos de chumbo, com a supressão das liberdades democráticas e a institucionalização da prisão arbitrária, tortura e morte como política de Estado.