sexta-feira, 30 de novembro de 2018

MPE – Os escândalos da Águia Net e do PCCR da Alepa


Convém recordar, a propósito da gestão de Marcos Antônio Ferreira das Neves, que o imbróglio da Águia Net foi um dos mais ruidosos escândalos da história recente do Ministério Público Estadual, cuja corregedoria, ao que se saiba, manteve-se silente, no rastro de um corporativismo deletério. Na ocasião, o contrato da Águia Net foi reajustado em mais de 100%, quando a lei 8.666 só autorizava o máximo de 25%. Em valores da época, o valor licitado foi de R$ 490 mil e o MPE acabou pagando mais de R$ 1 milhão.
Não menos escandalosa foi a postura de Marcos Antônio Ferreira das Neves, então procurador-geral de Justiça, no episódio do PCCR da Alepa. Na contramão da legalidade e de um mínimo de decoro, o PCCR incluiu aberrações como a supressão do nível fundamental, cujos cargos migraram para o nível médio, enquanto os cargos de nível médio migraram para o nível superior. Isso a despeito de, em ambos os casos, a escolaridade dos servidores contemplados com a tramoia ser absolutamente incompatível com a ascensão das quais seriam beneficiários. Os beneficiários da aberração poderiam dispor de um prazo que varia de quatro a cinco anos para obter a escolaridade exigida pela inusitada ascensão, mas passariam a embolsar imediatamente o vencimento-base do seu novo nível.
Na ocasião, Neves engavetou o parecer do promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos, na época na Promotoria de Direitos Constitucionais, Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, declarando flagrantemente inconstitucional o PCCR da Alepa. Já no final de seu mandato, Neves pariu um novo parecer, no qual sublinha que o decreto legislativo nº 35/2015 teria supostamente sanado as irregularidades contidas no PCCR da Alepa. Quem for o Banco de Leis do site da Assembleia Legislativa vai se deparar com a informação de que o tal decreto está “aguardando publicação”, o que suscita a suspeita de seu conteúdo não justifique o parecer de Neves, ou que simplesmente inexista.

Um comentário :

Anônimo disse...

Uma das pessoas extremamente favorecidas é cônjuge de uma autoridade, até outro dia, tido como "arauto da moralidade", porém mereceria um melhor olhar deste meio de comunicação.

Não apenas no episódio do PCCR da ALEPA, que envolvem muito mais falcatruas do que as reveladas, bem como o episódio de uma estranha "prisão em flagrante", ocorrida há alguns anos atrás em um gabinete desta mesma autoridade.

O quê dizer aos leitores?