Gilberto Valente Martins: indignação diante da "vindita" do antecessor. |
“Acredito que o momento das eleições no Ministério
Público acirra o clima de disputa. Entretanto, essas falaciosas, falsas e
caluniosas afirmações ultrapassaram todos os limites do razoável. Acredito que
isso não passa de uma vindita concebida pelo ex-procurador-geral de Justiça com
o propósito de denegrir minha reputação e desacreditar as denúncias criminais
que, na condição de procurador-geral de Justiça, fui obrigado a oferecer conta
ele.”
A declaração, feita ao Blog do Barata, é do procurador-geral de Justiça, Gilberto Martins, primeiro
promotor de Justiça a comandar o Ministério Público Estadual, ao comentar a
denúncia de Marcos Antônio Ferreira das Neves, seu antecessor no cargo, que o
acusa de peculato, juntamente com sua esposa, a arquiteta Ana Rosa Figueiredo
Martins, servidora de carreira da Prefeitura de Belém, o ex-prefeito Duciomar
Costa e o ex-vereador Pio Neto. De acordo com Neves – conhecido como Napoleão de Hospício, por seus parcos pudores éticos, e que é réu em ações criminais
nas quais é acusado de falsidade ideológica e prevaricação, movidas pelo
próprio Ministério Público Estadual -, Ana Rosa Figueiredo Martins teria
embolsado seu salário sem trabalhar durante o período que acompanhou o marido
em Portugal, onde Martins fez sua pós-graduação, entre 1º de setembro de 2008 e
15 de junho de 2010, quando reassumiu suas funções. A ideia de Martins deixar o
Brasil foi uma sugestão do Conselho Superior do Ministério Público, diante das
ameaças de morte das quais ele passou a ser alvo, após deflagrar a Operação
Navalha na Carne, que desmantelou um grupo de extermínio formado por policiais
militares.
“A Ana Rosa não obteve a mesma compreensão
que meus pares do Ministério Público tiveram, ao recomendar meu afastamento por
um período no exterior, concedendo-me licença para pós graduação. Devido a isso
ela somente foi para Portugal dois meses após, entrando no gozo de licenças
prêmio e férias sucessivas”, sublinha Martins, que postula a reeleição. Ele se
notabilizou por marcantes passagens como coordenador do Gaeco, o Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado, e
conselheiro do CNJ, Conselho Nacional de Justiça.
Como
o senhor recebe a denúncia de peculato oferecida pelo ex-procurador-geral de
Justiça Marcos Antônio Ferreira das Neves, envolvendo não apenas o senhor, mas
sua esposa?
Perplexo. Talvez seja a expressão que mais
se aproxima com meus sentimentos e que eu possa utilizar sem chocar as pessoas.
Sua
esposa é concursada e qual a situação funcional dela no período de afastamento?
Sim. Minha esposa é concursada no cargo de
arquiteta e trabalha na Seurb (Secretaria Municipal de Urbanismo) desde
dezembro de 1987. A Ana Rosa não obteve a mesma compreensão que meus pares do Ministério
Público tiveram, ao recomendar meu afastamento por um período no exterior,
concedendo-me licença para pós graduação. Devido a isso ela somente foi para
Portugal dois meses após, entrando no gozo de licenças prêmio e férias
sucessivas. A cessão para a Câmara Municipal foi justamente para assegurar que
as férias e licenças fossem autorizadas, visto que haviam alguns embaraços no
Executivo. Nesse particular, não sei exatamente as razões, se pelo fato de ser
esposa de um promotor de Justiça ou a indispensabilidade de seus serviços.
“Quase a totalidade do período que ela
esteve em Portugal estava no legitimo e
constitucional direito de gozar férias e
licenças. Por seis meses, ela estava de
licença sem remuneração.”
licenças. Por seis meses, ela estava de
licença sem remuneração.”
A
licença obtida por sua esposa, para acompanhá-lo no exterior, foi remunerada?
Sim. Quase a totalidade do período que ela
esteve em Portugal estava no legitimo e constitucional direito de gozar férias
e licenças. Por um período de seis meses, ela estava de licença sem
remuneração. Direito esse assegurado aos servidores públicos.
Quanto
tempo o senhor passou no exterior, para fazer sua pós-graduação, e qual o tempo
que sua esposa passou fora do Brasil, para acompanhá-lo?
A licença concedida pelo
Conselho Superior do MP foi de dois anos, a contar de 1º de setembro de 2008 a 1º
de setembro de 2010. Todavia, após defender a tese e concluir o mestrado,
reassumi minhas no dia 15 de junho de 2010, quase quatro
meses antes. Minha esposa saiu do Brasil no dia 28 de outubro de 2008 e retornou
no dia 3 de fevereiro de 2010, reassumindo suas atividades na municipalidade.
“Acredito que isso não passa de uma vindita
do ex-procurador-geral com o propósito de
denegrir minha reputação e desacreditar as
denúncias que, como procurador-geral,
fui obrigado a oferecer contra ele.”
fui obrigado a oferecer contra ele.”
A que
o senhor atribui a grave denúncia oferecida contra o senhor, com o agravante de
envolver sua esposa, e quais as providências legais que o senhor pretende
tomar, diante dela?
É difícil entender exatamente o que se
passa nesse contexto. Acredito que o momento das eleições no Ministério Público
acirra o clima de disputa. Entretanto, essas falaciosas, falsas e caluniosas
afirmações ultrapassaram todos os limites do razoável. Acredito que isso não
passa de uma vindita concebida pelo ex-procurador-geral de Justiça com o
propósito de denegrir minha reputação e desacreditar as denúncias criminais
que, na condição de procurador-geral de Justiça, fui obrigado a oferecer conta
ele. Os fatos apontados como criminosos foram investigados quando Marcos
Antônio das Neves era procurador-geral de Justiça, todos por outros órgãos sem
qualquer participação minha, pois a época estava como Conselheiro do CNJ ou
estava na Promotoria de Justiça. Por dever de ofício, as denúncias foram
oferecidas e, mesmo sendo crimes graves contra a administração pública, não
foram distribuídas para os órgãos de imprensa, diferentemente da postura do ex-procurador-geral
de Justiça. Quanto às medidas decorrente das condutas ilícitas do Marcos
Antônio das Neves, elas serão objeto de análises, no momento oportuno.
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