domingo, 25 de novembro de 2018

MPE – O desmentido categórico de Martins


A acusação de Marcos Antônio das Neves mereceu um desmentido categórico de Gilberto Martins, em carta aberta aos membros do Ministério Público Estadual, anexando as ações criminais nas quais é réu seu antecessor, por falsidade ideológica e prevaricação. “Causa-me perplexidade a ânsia pelo poder, o nível de ambição desmedida e a falta de limites éticos desse cidadão”, desabafa o atual procurador-geral de Justiça, que postula a reeleição. Ele recorda, na carta aberta, sua atuação como coordenador no Gaeco, o Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado e as ameaças de morte que levaram o Conselho Superior do MP a recomendar que se ausentasse do Brasil. “De fato, no dia 1.º de setembro de 2008, iniciou meu afastamento, que perdurou até o dia 15 de junho de 2010, quando, quase quatro meses antes do encerramento dessa licença, reassumi minhas atividades, após retornar com o mestrado devidamente concluído”, esclarece, para então esfarinhar a versão brandida por Neves: “Minha mulher, contudo, não pôde viver o ‘sonho dourado’ conforme afirmado aleivosamente pelo ex-PGJ, pois não lhe foi deferido o afastamento para cursar pós-graduação no exterior. Pelos embaraços enfrentados na administração municipal, na qual possui vínculo de natureza efetiva, por concurso público, no cargo de arquiteta, ela teve de permanecer laborando por mais dois meses até entrar em gozo de férias e licenças-prêmio sucessivas para posterior afastamento sem remuneração, tendo retornado em 3 de fevereiro de 2010, quatro meses antes de mim. Fato esse que refuta qualquer ilação caluniosa de que eu teria usado a minha função à frente do Gaeco para pressionar o então gestor municipal.”
Na carta aberta aos membros do MPE, Martins toma como vindita a acusação de Neves. “Tenho como certo que a sanha do ex-PGJ é oriunda de sentimento de vingança de problemas judiciais decorrentes de suas próprias condutas desvinculadas dos regramentos constitucionais e preceitos de probidade, que me obrigaram a manejar duas ações penais. Todavia, os crimes denunciados, um deles apurado pela Polícia Federal quando ele ainda exercia a chefia do MP, foi a mim comunicado pelo Ministério Público Federal e o outro decorrente de apuração realizada pelo CNMP, até ensejando ação de improbidade administrativa”, sublinha. E prossegue: “Sinto-me compelido por um dever ético, em respeito aos meus pares e à minha Instituição, de compartilhar, de forma reservada, o conteúdo das duas ações propostas, com base em provas cabais e irrefutáveis de crimes gravíssimos contra a Administração Pública. Todas essas medidas judiciais, em curso há bastante tempo, não foram disponibilizadas por mim à imprensa nem divulgadas aos meus colegas.”
De resto, Martins assinala a recorrente leviandade de Neves no trato com a honra alheia. “Devo destacar que essa cautela por mim adotada não se assemelha à conduta espetaculosa do ex-PGJ, pois essa é a segunda vez que Marcos Antônio se utiliza de práticas sórdidas de propalar acusações maledicentes. Recordo da representação que ele formulou sobre supostos pagamentos de diárias a membros que participaram dos encontros regionais em Marabá, Santarém e Paragominas, além de outros pagamentos. Fatos esses que não condizem com a realidade, sendo fruto de uma mente vingativa”, enfatiza.

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