A acusação de Marcos Antônio das Neves
mereceu um desmentido categórico de Gilberto Martins, em carta aberta aos
membros do Ministério Público Estadual, anexando as ações criminais nas quais é
réu seu antecessor, por falsidade ideológica e prevaricação. “Causa-me perplexidade a ânsia pelo poder, o nível de
ambição desmedida e a falta de limites éticos desse cidadão”, desabafa o atual
procurador-geral de Justiça, que postula a reeleição. Ele recorda, na carta
aberta, sua atuação como coordenador no Gaeco, o Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado e as ameaças
de morte que levaram o Conselho Superior do MP a recomendar que se ausentasse do
Brasil. “De fato, no dia 1.º de setembro de 2008, iniciou meu afastamento, que
perdurou até o dia 15 de junho de 2010, quando, quase quatro meses antes do
encerramento dessa licença, reassumi minhas atividades, após retornar com o mestrado
devidamente concluído”, esclarece, para então esfarinhar a versão brandida por
Neves: “Minha mulher, contudo, não pôde viver o ‘sonho dourado’ conforme
afirmado aleivosamente pelo ex-PGJ, pois não lhe foi deferido o afastamento
para cursar pós-graduação no exterior. Pelos embaraços enfrentados na administração
municipal, na qual possui vínculo de natureza efetiva, por concurso público, no
cargo de arquiteta, ela teve de permanecer laborando por mais dois meses até
entrar em gozo de férias e licenças-prêmio sucessivas para posterior
afastamento sem remuneração, tendo retornado em 3 de fevereiro de 2010, quatro
meses antes de mim. Fato esse que refuta qualquer ilação caluniosa de que eu
teria usado a minha função à frente do Gaeco para pressionar o então gestor
municipal.”
Na carta aberta aos membros do MPE, Martins
toma como vindita a acusação de Neves. “Tenho
como certo que a sanha do ex-PGJ é oriunda de sentimento de vingança de
problemas judiciais decorrentes de suas próprias condutas desvinculadas dos
regramentos constitucionais e preceitos de probidade, que me obrigaram a
manejar duas ações penais. Todavia, os crimes denunciados, um deles apurado
pela Polícia Federal quando ele ainda exercia a chefia do MP, foi a mim
comunicado pelo Ministério Público Federal e o outro decorrente de apuração
realizada pelo CNMP, até ensejando ação de improbidade administrativa”,
sublinha. E prossegue: “Sinto-me compelido por um dever ético, em respeito aos
meus pares e à minha Instituição, de compartilhar, de forma reservada, o
conteúdo das duas ações propostas, com base em provas cabais e irrefutáveis de
crimes gravíssimos contra a Administração Pública. Todas essas medidas
judiciais, em curso há bastante tempo, não foram disponibilizadas por mim à
imprensa nem divulgadas aos meus colegas.”
De
resto, Martins assinala a recorrente leviandade de Neves no trato com a honra
alheia. “Devo destacar que essa cautela por mim adotada não se assemelha à
conduta espetaculosa do ex-PGJ, pois essa é a segunda vez que Marcos Antônio se
utiliza de práticas sórdidas de propalar acusações maledicentes. Recordo da
representação que ele formulou sobre supostos pagamentos de diárias a membros
que participaram dos encontros regionais em Marabá, Santarém e Paragominas,
além de outros pagamentos. Fatos esses que não condizem com a realidade, sendo
fruto de uma mente vingativa”, enfatiza.
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