"Napoleão de Hospício sendo Napoleão de Hospício", no dizer dos críticos. |
Na leitura de quem conhece as entranhas do
Ministério Público Estadual e o jogo de poder que nele se desenrola, a
obstinação de Marcos Antônio Ferreira das Neves em tumultuar o processo
eleitoral decorre da necessidade vital de blindar-se contra os malfeitos
perpetrados como procurador-geral e até fora do cargo. Para tanto é a ele é
indispensável manter-se no poder, ainda que valendo-se de prepostos. Convém
recordar que ele é réu em ações criminais por
falsidade ideológica, por manter-se silente diante de uma declaração falsa de
seu assessor e sócio André Ricardo Otoni Vieira, ao nomeá-lo quando
procurador-geral de Justiça, e prevaricação, por valer-se de PMs do Gabinete
Militar do Ministério Público para fazer a segurança do posto de gasolina e da
casa lotérica das quais é sócio majoritário, assim como da sua mulher,
Lauricéia Barros Ayres.
Na versão que varre os bastidores do MPE,
Neves teria obtido as informações junto a Polícia Federal sobre as viagens
internacionais da arquiteta Ana Rosa Figueiredo Leal, esposa do atual
procurador-geral Gilberto Valente Martins, utilizando indevidamente o nome do
Ministério Público Estadual, sem que estivesse em curso alguma investigação a
propósito, como exige o protocolo. A tramoia, previsivelmente, deixou indignado
Martins, graciosamente acusado por Neves de peculato, juntamente com a esposa,
em um factoide logo esfarinhado. “É o Napoleão de Hospício sendo Napoleão de
Hospício”, ironiza uma fonte do Ministério Público, ao criticar as "baixarias" de Neves.
Como são avaliadas como “pífias” as chances
de seus prepostos na eleição do MPE – o procurador de Justiça Nelson Medrado e
Fábia de Melo-Fournier -, Neves estaria investindo na possibilidade de resgatar
os apoios que garantiu como procurador-geral, quando valeu-se do mais
escancarado fisiologismo para cooptar eleitores, em um ardil que foi moeda
corrente em sua administração. Ironicamente, observam fontes do MPE, Neves hoje
parece subestimar o que possa ter subsistido do prestígio exibido no passado por
Medrado, do qual usufruiu para tornar-se procurador-geral e, depois, ser
reeleito para o cargo. Amigo de Neves há mais de 20 anos, Medrado esfarinhou
sua credibilidade ao tornar-se fiel escudeiro do ex-procurador-geral, mantendo
um silêncio cúmplice diante das transgressões legais e éticas do seu parceiro.
Nenhum comentário :
Postar um comentário