quinta-feira, 29 de novembro de 2018

MPE – O desespero em blindar-se

"Napoleão de Hospício sendo Napoleão
de Hospício
", no dizer dos críticos.

Na leitura de quem conhece as entranhas do Ministério Público Estadual e o jogo de poder que nele se desenrola, a obstinação de Marcos Antônio Ferreira das Neves em tumultuar o processo eleitoral decorre da necessidade vital de blindar-se contra os malfeitos perpetrados como procurador-geral e até fora do cargo. Para tanto é a ele é indispensável manter-se no poder, ainda que valendo-se de prepostos. Convém recordar que ele é réu em ações criminais por falsidade ideológica, por manter-se silente diante de uma declaração falsa de seu assessor e sócio André Ricardo Otoni Vieira, ao nomeá-lo quando procurador-geral de Justiça, e prevaricação, por valer-se de PMs do Gabinete Militar do Ministério Público para fazer a segurança do posto de gasolina e da casa lotérica das quais é sócio majoritário, assim como da sua mulher, Lauricéia Barros Ayres.
Na versão que varre os bastidores do MPE, Neves teria obtido as informações junto a Polícia Federal sobre as viagens internacionais da arquiteta Ana Rosa Figueiredo Leal, esposa do atual procurador-geral Gilberto Valente Martins, utilizando indevidamente o nome do Ministério Público Estadual, sem que estivesse em curso alguma investigação a propósito, como exige o protocolo. A tramoia, previsivelmente, deixou indignado Martins, graciosamente acusado por Neves de peculato, juntamente com a esposa, em um factoide logo esfarinhado. “É o Napoleão de Hospício sendo Napoleão de Hospício”, ironiza uma fonte do Ministério Público, ao criticar as "baixarias" de Neves.
Como são avaliadas como “pífias” as chances de seus prepostos na eleição do MPE – o procurador de Justiça Nelson Medrado e Fábia de Melo-Fournier -, Neves estaria investindo na possibilidade de resgatar os apoios que garantiu como procurador-geral, quando valeu-se do mais escancarado fisiologismo para cooptar eleitores, em um ardil que foi moeda corrente em sua administração. Ironicamente, observam fontes do MPE, Neves hoje parece subestimar o que possa ter subsistido do prestígio exibido no passado por Medrado, do qual usufruiu para tornar-se procurador-geral e, depois, ser reeleito para o cargo. Amigo de Neves há mais de 20 anos, Medrado esfarinhou sua credibilidade ao tornar-se fiel escudeiro do ex-procurador-geral, mantendo um silêncio cúmplice diante das transgressões legais e éticas do seu parceiro.

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