Mais grave, embora de difícil comprovação,
é a denúncia sobre um suposto pacto sinistro, pelo qual seriam deliberadamente
evitados novos pacientes no Centro de Hemodiálise Monteiro Leite,
principalmente aqueles sob risco de morte iminente. “A intenção parece ser
evitar que esses pacientes morram por lá (no Centro de Hemodiálise)”, especula
outro paciente.
Como exemplo disso é citado o caso de uma
paciente, de prenome Waldiléia, falecida a 27 de fevereiro último, na UPA de
Icoaraci. “A família procurou o Hospital de Clínicas e deu com a cara na porta,
mesmo em se tratando de uma paciente do Centro de Hemodiálise”, relata uma
fonte, sob a condição de manter o anonimato.
Um comentário :
Barata, para compreender os gravíssimos problemas da saúde pública e complementar no estado do Pará, é necessário acompanhar as tendências da medicina local - principalmente no que diz respeito ao que é mais rentável para eles, ou um pelo menos um grande segmento deles.
Ficou como lembrança do século passado aquela sensação de proteção que alguns pronto atendimentos passavam ao usuário pela expectativa de encontrar ali especialistas que pudessem travar uma batalha contra a morte nas primeiras horas da agonia. Hoje tudo isso foi transformado numa espécie de 'rally', em que se passa tempo na sala de recepção, mais tempo na sala da colocação das pulseiras (se o técnico de nível médio cometer um erro de avaliação...), mais tempo na espera em corredores, mais tempo numa consulta com o CG que nada vai fazer além do 'protocolo inicial', mais tempo com autorização e realização de exames protocolares, mais tempo de espera pela convocação do especialista (que dependendo da importância do paciente poderá demorar menos). Quem não morre nestas primeiras 4-6 horas tem a chance de ser atendido.
Médico que se preza está onde o din-din entra mais rápido: a acumulação de empregos e a indústria de exames e procedimentos (uma conveniência tanto do consultório quanto do hospital embora em grande parte desnecessários e que oneram e inviabilizam planos de saúde). Médico deveria usar mais o estetoscópio conectando os pacientes aos ouvidos deles; porém os ouvidos estão alhures. O serviço fica sim nas mãos dos outros, o que no final encarece os gastos do governo e não satisfaz o público usuário, cansado de ouvir dizer que o médico não poderá atender.
Postar um comentário