Em seguida, a transcrição do perfil de Duda Mendonça (foto), o marqueteiro separatista, feito por Roberto Pompeu de Toledo:
Caro amigo paraense
No dia 11 de dezembro você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual estado se transforme no estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais. Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
Todo mundo o conhece. Sabe dos seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraensenão deve saber.Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas,catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou.
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável – e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso, ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo – que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Bylle do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.
6 comentários :
Este senhor causa asco.Está na dele,pois vende seus serviços a quem der mais.Contudo,aqui suas marquetagens não mudarão a história do Pará.No momento continuará indivisível.Se por dinheiro,Duda se divide entre Lula,Malluf,ou outras raposas,aqui o povão não se deixará dividir por "arte" de quem não tem sentimento regional,e sim interesse em que lhe der mais "mamom".
essa maleta do Duda aí do lado dele, tem o que dentro?
Com essa pose ele ta muito parecido com o PC do Collor. Pousa de PC do separatismo. Mas essa maleta...que será que carrega, hem?
continuo perguntando: o que tem nessa valise chic do Duda?
continuo perguntando: o que tem nessa valise chic do Duda?
E dai? O que tem de novidade nesse artigo de Veja? O cara é marqueteiro, o trabalho dele é eleger quem o contratou, o que vai ao ar na campanha é criação dele e sua equipe, MAS TEM QUE SER APROVADO POR QUEM O CONTRATOU, se Duda é bonito ou feio, bonzinho ou malzinho, anjo ou demônio, é outra coisa.
Duda, nao é bonzinho ou mauzinho.Duda foi arrolado em processo de evasão de divisas,acusado de envolvimento no mensalão. É pouco? engraçado, né? para participar de uma coisa assim nao tem problema o cara não ter uma reputação tão ilibada.Igual os demais politicos que ate onde sabe, muitos estão envolvidos em processos por causa de corrupçao.
Postar um comentário