Por uma dessas ironias do destino, pela condição de vice-presidente de Tancredo Neves, José Sarney tornou-se presidente. Sarney, convém recordar, foi uma das lideranças civis da ditadura militar, que rompeu com o regime dos generais após ser atropelado pela candidatura a presidente do ex-governador paulista Paulo Maluf, pelo PDS, o Partido Democrático Social. O PDS foi o sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como legenda de sustentação parlamentar do regime militar. Ao abandonar o PDS, do qual era presidente nacional, Sarney migrou para a Aliança Democrática, o vasto e eclético leque de adesões que turbinaram a campanha a presidente de Tancredo Neves. Para quebrar resistências dos puristas, ao longo de sua campanha Tancredo Neves foi convincentemente didático, ao advertir como mantra: “Nós não vamos ao colégio eleitoral para coonestá-lo, mas para destrui-lo”, proclamava, levando ao delírio a massa de eleitores que atraiam seus comícios. A promessa foi rigorosamente cumprida: a partir de 1989, o Brasil voltou a eleger seus presidentes pelo voto direto.
Como governador do Pará e com o status de uma das mais jovens e promissoras lideranças do PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, sucedâneo do MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, Jader Barbalho (foto, quando candidato ao governo, em 1982, com dona Elcione e Ulysses Guimarães, já falecido e um dos articuladores da redemocratização, como um dos líderes históricos do PMDB) apostou todas as suas fichas na redemocratização. Ao mesmo tempo, porém, protagonizou no Pará uma administração pontuada por denúncias de corrupção, alimentando as suspeitas de enriquecimento ilícito. O estigma de ter seu nome associado a recorrentes suspeitas de corrupção acabaram por conspirar contra Jader Barbalho, de forma devastadora, quando ele ganhou visibilidade como presidente nacional do PMDB e, eleito senador, elegeu-se presidente do Senado, impondo uma acachapante derrota ao até então temido ACM, o senador Antônio Carlos Magalhães, o babalorixá político da Bahia. Com um vasto leque de contatos nas mais diversas instâncias de poder e inserção na mídia nacional, ACM vingou-se, da humilhação que lhe foi imposta, ao tornar Jader Barbalho uma espécie de Geni da política brasileira. Acossado por denúncias de corrupção, ainda que anteriores ao seu mandato como senador, primeiro Jader Barbalho renunciou ao cargo de presidente do Senado e, posteriormente ao próprio mandato de senador, para driblar a iminente ameaça de cassação política. Depois disso, elegeu-se por duas vezes deputado federal, prestigiado entre seus colegas da Câmara dos Deputados, mas obrigado a operar nas sombras. Nas eleições de 2010 saiu novamente candidato ao Senado, elegendo-se com a segunda maior votação, resultado para o qual muito contribuiu a campanha do grupo de comunicação dos Maiorana, inimigos figadais do morubixaba do PMDB no Pará, que trombetearam a impossibilidade da sua candidatura, com base na Lei da Ficha Limpa. Ele garantiu sua cadeira de senador com a decisão do STF, segundo a qual a Ficha Limpa só será passível de aplicação a partir das eleições de 2012.
3 comentários :
Jader deveria te respeitar mais, Barata, tu sabe de historia da politica desse estado que, se nem o JB honrou.Tu sabe coisa que muitos não sabem.Eta aulão de historia!
Vocês já viram algum pobre que roubou um celular, uma moto, uma bicicleta, fora das cadeias superlotadas? Pois este cidadão tem vários processos por roubo de milhões, alguns com mais de 16 anos, e nunca foi julgado. E ainda vem o presidente da Ampepa defender essa instituição toda corroída.
barata eu quero ver se esse jader tem força para fechar teu blog pos essa rede vai desarticular muita gente podre e comprometida com a imoralidade.
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